terça-feira, 30 de junho de 2009

«Crónica-Arqueologia» - A Barragem do Vilar e as pontes submersas

A Barragem do Vilar (inaugurada no dia 29 de Abril de 1965) tem sido importantíssima na estrutura energética não só do nosso concelho, mas também dos municípios de Sernancelhe e de Tabuaço.
Esta barragem origina uma albufeira que para além de organizar os caudais do rio Távora, também é utilizada para abastecer de água diversos municípios da região e, ao mesmo tempo, a Central Hidroeléctrica de Tabuaço (destinada à produção de energia hidroeléctrica).
Contudo, o alargamento da albufeira submergiu três imponentes pontes de granito que facilitavam a travessia deste rio: Ponte da Vila da Ponte, Pontigo de Freixinho e Ponte de Fonte Arcada (SANTOS: 2005 – Pontes de Portugal – Rumo ao Douro).
A Ponte de Fonte Arcada (também conhecida por Ponte do Vilar) seria românica e constituía especial referência por ser uma das maiores da região. Segundo o Abade Vasco Moreira (Terras da Beira, Cernancelhe e seu Alfoz, 1929), esta construção atingia 10,80 m de altura, 120,60 m de comprimento e 4,90 m de largura. Além disso estava classificada como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 37 728 de 05 de Janeiro de 1950.
A ponte permitia a ligação directa entre as povoações do Vilar (concelho de Moimenta da Beira) e Fonte Arcada (concelho de Sernancelhe) sobre quatro arcos de volta inteira onde podiam observar-se inúmeras siglas.
O tabuleiro era de lançamento plano resguardado e os talha-mares (entre os arcos) eram angulares e encorpados. Os talha-mares, também conhecidos por contrafortes, servem para atenuar o choque das águas e facilitar o escoamento do curso de água.
Do ponto de vista histórico, o Abade V. Moreira regista que Tem este Rio tradições cavalheirescas e lendárias, muito favoráveis às armas cristãs. D. Afonso Henriques bateu os mouros, em 1140, junto de Fonte Arcada, quando tentavam embargar-lhe a passagem e às suas tropas, após a jornada de Trancoso.
Pinho Leal informa-nos também que, no contexto das Invasões Napoleónicas, os Franceses estiveram na Vila da Ponte durante cerca de três meses, impedidos de passar pelas forças aliadas, acabando por atravessar o Távora na Ponte de Fonte Arcada.
Como se pode verificar, estas pontes, devidamente protegidas, continuariam a ser uma referência importante para o desenvolvimento turístico-cultural desta região, tal como acontece com as pontes de São João de Tarouca, de Mondim da Beira, de Ucanha e de Vila Pouca de Salzedas no concelho de Tarouca.

Autor: José Carlos Santos

segunda-feira, 29 de junho de 2009

«Info» - Moinhos da Tia Antoninha com Chave Verde

Chave Verde para 23 unidades hoteleiras
A Associação Bandeira Azul da Europa anunciou os vencedores do Galardão «Diploma Chave Verde», que distingue unidades hoteleiras que se destacaram pela gestão e educação ambientais. A cadeia Eurosol destaca-se, com seis unidades distinguidas.
As 23 unidades no continente e ilhas foram distinguidas pelo seu «desempenho e melhoria contínua de Boas Práticas de Gestão e Educação Ambientais em unidades Hoteleiras (Hotéis, Turismo em Espaço Rural e Pousadas)», lê-se em comunicado da Associação Bandeira Azul da Europa, que em Portugal representa a FEE – Foundation for Environmental Education, fundação presente em 58 países para a promoção da educação ambiental e desenvolvimento sustentável.
Na edição da Chave Verde deste ano foram distinguidas as seguintes unidades, por regiões: No Norte a Casa Melo Alvim (Viana do Castelo), Moinhos da Tia Antoninha (Moimenta da Beira), Casa das Pipas (Celeirós do Douro), e Quinta da Bouça D’Arques, na Vila de Punhe.
Na região de Lisboa o único distinguido foi o Hotel Eurosol Alcanena.
Cinco Chaves para o Alentejo: Quinta da Dourada (Portalegre), Albergaria o Poejo, Boutique Hotel (Marvão) Albergaria El Rei D. Manuel (Marvão), Hotel Vila Park (Sines), e Quinta da Bela Vista (Póvoa e Meadas).
No centro, onde concentra as suas unidades, a cadeia Eurosol dominou, com os hotéis Eurosol Estarreja, Seia Camelo, Gouveia, Residence (Leiria), e Eurosol Leiria. No Centro foi atribuída Chave Verde também à Quinta do Lagar da Moira (Vila Franca da Serra) e Hotel Rural Quinta de Bispos, em Tondela.
Cinco distinções também nos Açores: Quinta do Martelo (Angra do Heroísmo), Casa da Torre (Lajes do Pico), Casas d’Arramada (Horta), Quinta das Buganvílias (Horta), A Abegoaria (São Roque do Pico), e Hotel Confort INN – Ponta Delgada. (Fonte: Turisver)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Do Mito à Realidade!!!

Sob este mote, e com o objectivo de sensibilização para o património moimentense lançamos o Passatempo História Local de Moimenta da Beira. Pretendemos premiar as interpretações mais correctas ou pertinentes acerca da figura que consta no lintel desta Casa Quinhentista Moimentense.
Deixem-nos as vossas opiniões, fundamentadas ou não, até dia 15 de Julho. Os vencedores receberão o livro “Memórias Paroquiais e Descrições Setecentistas do concelho de Moimenta da Beira”.
O que interessa é participar!!! Deixem os vossos comentários e mostrem o quanto se importam com o nosso património!!!

Férias Desportivas 2009

Mais informações em: www.cm-moimenta.pt

"Vídeos" - Marcha de Moimenta (20/06/2009)

Obrigado ao colaborador JP pelo envio dos Vídeos

Recolha de Sangue em Moimenta da Beira

RECOLHA DE SANGUE

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE MOIMENTA DA BEIRA
HOSPITAL DE S. TEOTÓNIO, VISEU
DIA 28 DE JUNHO (DOMINGO)




A mencionada recolha decorrerá no período da manhã do referido domingo, entre as 9h e as 13 horas, no edifício sede da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Moimenta da Beira.

É que a vida de muitas pessoas, que a cada momento dão entrada nos hospitais portugueses, depende de uma transfusão de sangue, o qual não se fabrica artificialmente e só o ser humano o pode doar.

Nesse sentido, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Moimenta da Beira apela desde já, a todas as pessoas saudáveis, com mais de 18 e menos de 65 anos, e peso igual ou superior a 50Kg, que vão dar sangue!

E não se esqueça que um simples gesto de solidariedade, vindo de cada um de nós, poderá ajudar os hospitais a salvar vidas!









Obrigado ao colaborador Nuno Requeijo pelo envio do artigo

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Pais de Viseu lamentam fim do ano lectivo sem Magalhães

A Federação Regional das Associações de Pais (FRAP) de Viseu lamentou que o ano lectivo chegue ao fim sem todas as crianças terem recebido o Magalhães, o que deixou "mal-estar" nas escolas e "tristeza" nas crianças, noticia a Agência Lusa.

"Lamento a falta de respeito que o Governo tem pelas nossas crianças", afirmou à Agência Lusa João Aguiar, da FRAP Viseu e pai de um aluno em Sernancelhe.

Exemplificou com o caso do seu concelho, onde apenas chegaram computadores a 60 dos 220 alunos do primeiro ciclo do ensino básico.

"Mais grave foi a forma como o distribuíram, provocando mal-estar e incompreensão, já que entregaram à sorte pelas escolas, chegando ao ponto de entregar, numa escola com 110 alunos, apenas seis Magalhães", explica João Aguiar num comunicado ontem divulgado em nome da FRAP.

Os restantes computadores "não se sabe quando serão distribuídos, nem a quem", temendo os pais que o problema se prolongue para o próximo ano lectivo.

"Tememos que a desilusão das nossas crianças se transforme num grave problema pedagógico com o arranque do novo ano lectivo", acrescenta.

Segundo a federação, "aquilo que agora é uma situação de grave gestão para os pais, rapidamente se transforma num problema para os professores, que se sentem impotentes para explicar, também eles, o porquê de ter sido dado computador a umas crianças e a outras não".

"Há casos de escolas onde o último dia de aulas ficou marcado pela tristeza e pelo choro de crianças que continuam a sonhar com o Magalhães, mas esse sonho nunca se concretiza. Está a transformar-se num pesadelo", refere.

A FRAP considera que, apesar de ter sido "prometido e propagandeado abundantemente pelo Governo, o computador está a criar nas crianças que ainda não o receberam o efeito contrário ao pretendido" pelos governantes.

Neste âmbito, critica que "em vez de ser mais um contributo para a formação das nossas crianças, transformou-se num pesadelo para os pais, incapazes de conseguirem explicar aos filhos porque é que o colega teve direito a um Magalhães e ele não".

De acordo com a Agência Lusa, o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) corrobora que em muitas escolas do distrito de Viseu os Magalhães chegaram apenas a um número mínimo de alunos, lembrando que na altura da Páscoa denunciou casos em Moimenta da Beira e Cinfães.

"Havia situações em que os Magalhães recebidos pela escola não davam sequer para uma turma, deixando em aflição os professores", afirmou à Lusa Francisco Almeida, responsável pelo SPRC em Viseu.

Contou que os professores ficaram sem saber o que fazer, porque "não iam dar os Magalhães a uns e deixarem outros a chuchar no dedo" e que, por isso, "houve escolas que os armazenaram" à espera que chegassem os restantes.

"Na altura denunciámos a situação para que se resolvesse. Mas sabemos que ainda há muito pouco tempo se viviam casos idênticos ao de Sernancelhe em Moimenta da Beira e Cinfães", lamentou.

A Agência Lusa contactou o Plano Tecnológico da Educação, responsável pela distribuição dos computadores Magalhães, para obter uma reacção sobre a situação denunciada pela FRAP e pelo SPRC.

A fonte do Plano Tecnológico da Educação respondeu que em breve será emitido um comunicado a fazer "um ponto da situação" a nível nacional do programa e-escolinhas, relativo à distribuição dos computadores Magalhães.

Fonte: ViseuMais.com

«Pedaladas C.C.» - 13ª Rota das Terras do Demo

Cerca de 150 cicloturistas coloriram as "estradas do Demo", na 13ª edição da Rota das Terras do Demo, oriundos de vários pontos do país e da vizinha Espanha.

Mesmo sob um forte sol de Verão, que fez subir a temperatura a uns "simpáticos" 37ºC, todos os participantes sairam de Moimenta da Beira satisfeitos, depois de um dia de boas paisagens, bom convivio, bom almoço e de prémios e brindes entregues.

Resta apenas esperar que a 14ª edição chegue e que corra tão bem quanto a 13ª!

"Videos" - Papel abolido da Câmara de Moimenta da Beira

As folhas de papel foram completamente abolidas nas reuniões de Câmara de Moimenta da Beira. A autarquia quer agilizar o processo burocrático, facilitando a vida aos vereadores e aos munícipes.
2009-06-21



Fonte: RTP

sábado, 20 de junho de 2009

Astronomia: "Noite das Estrelas" alerta para poluição luminosa nas cidades

A iluminação pública inadequada não alumia onde deve e causa poluição luminosa, um fenómeno pouco divulgado que estará em foco, a 18 de Julho, na "Noite das Estrelas", uma iniciativa para quem não tem medo do escuro.

No âmbito da actividade, que se insere no Ano Internacional da Astronomia e que coincide com a abertura do programa Astronomia no Verão da Agência Nacional Ciência Viva, é proposto aos municípios que desliguem parcialmente a iluminação pública por um período de uma hora.

"Ouvimos falar de diversos factores poluentes praticamente todos os dias, mas não são comuns as referências à poluição luminosa", assinalou Pedro Ré, presidente da Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores e coordenador da actividade.

De acordo com o responsável, este tipo de poluição - que passa muitas vezes despercebida a quem vive nos centros urbanos - "está relacionada com a má iluminação pública", ou seja, com a opção por candeeiros "que iluminam tudo excepto aquilo que interessa".

Há candeeiros e projectores que, por concepção inadequada ou instalação incorrecta, emitem luz de forma mal direccionada, isto é, para além do seu alvo ou zona de influência e sem qualquer efeito útil.

"A iluminação pública é absolutamente essencial, mas é necessário que os candeeiros sejam eficazes, isto é, que não gastem muita energia e que alumiem de forma adequada", sublinhou Pedro Ré, dando como exemplo crítico "os globos, que iluminam para cima e para os lados, mas não para baixo".

Para o também biólogo e professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, a luz deve incidir nas vias públicas e nos locais onde transitam pessoas mas muitos dos candeeiros públicos "dificultam grandemente a visibilidade para quem circula na rua à noite, a pé ou guiando um carro".

Pedro Ré apontou ainda como sinal de poluição luminosa "o halo de luz à volta das grandes cidades", que resulta da difusão da luz pela poeira atmosférica.

A "Noite das Estrelas" - também englobada no projecto internacional "Dark Skies Awareness" ("Sensibilização para os Céus Escuros", numa tradução possível) - visa igualmente alertar para a necessidade de "poupar energia" e "preservar o céu nocturno".

"Existem várias tecnologias ao nosso alcance, nomeadamente candeeiros com 'leds' que consomem cinco vezes menos do que um candeeiro vulgar", exemplificou o coordenador, segundo o qual 12 cidades do continente e das ilhas já confirmaram a sua adesão, caso de Bragança, Porto, Moimenta da Beira, Mira, Coimbra ou Lisboa.

"A ideia não é apagar a iluminação pública numa cidade inteira mas apenas em determinados pontos. Em Lisboa, estamos a pensar na zona da Torre de Belém ou em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, por serem locais onde passa muita gente e de fácil identificação", revelou.
No que respeita à beleza do céu nocturno, Pedro Ré lembrou que muitas pessoas "nunca observaram a Via Láctea" e relacionou a "Noite das Estrelas" com outra actividade, já em curso, intitulada "E agora eu sou Galileu", que pretende repetir as observações do astrónomo italiano.
Entre os desafios da observação do céu está a contagens de estrelas, que é também uma forma de avaliar o grau de poluição luminosa de cada ponto do país.

O Ano Internacional da Astronomia, que decorre em 136 países sob o lema "Descobre o teu Universo", é dedicado a Galileu Galilei e aos 400 anos da sua utilização pioneira do telescópio para observações astronómicas.

Em Portugal, a coordenação da efeméride está a cargo da Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, da Agência Nacional Ciência Viva, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e da Fundação Calouste Gulbenkian.

Fonte: Expresso

quinta-feira, 18 de junho de 2009

«Crónica-História» - "A História da Nossa Terra"

As folias carnavalescas das festas de S. João em Moimenta da Beira

Tenho estado presente, como vem sendo hábito, nalgumas acções promovidas no âmbito das festas concelhias em honra do padroeiro moimentense, S. João. Ser consumidor activo deste produto cultural local é ainda mais interessante estabelecendo laços com o passado. A historicidade destas festividades perde-se na bruma dos séculos, remontando aos tempos medievos. São escassos os documentos que versam sobre elas. Essa minoria, relativa à época moderna, que felizmente subsistiu até aos nossos dias, permite uma reconstituição, ainda que ténue, desses festejos.
A máscara mais célebre do concelho é aquela que consta do lintel do portal da “Casa da Moimenta”. Trata-se indubitavelmente de uma máscara mortuária, que a tradição oral diz pertencer à figura de um carrasco de apelido Rodrigues. Sobre esta interpretação popular, com a qual não concordo, não me alongarei aqui. Parece-me improvável que a referida escultura tenha a ver com qualquer festividade local. Apenas gostaria de sublinhar que Moimenta da Beira construiu ao longo do tempo uma forte ligação a este objecto: a máscara. Não há dúvida que este disfarce era o objecto por excelência de algumas festividades populares moimentenses não ligadas exclusivamente ao Carnaval, designadamente a de S. João.
Umas como outras eram celebrações que davam azo a significativos excessos por parte da população leiga e religiosa, motivando a actuação da justiça. Sabe-se que as festas do S. João em Moimenta da Beira tinham uma dimensão profundamente ritualizada que resvalava em intemperanças. Os escândalos que, refugiadas nas usuais máscaras das festividades do S. João, as freiras do convento beneditino obravam, são neste contexto conhecidos.
Na investida bárbara que fazia ecoar pela vila o alarido dos chocalhos e o tropel surdo dos passos, os “Caretos” levavam tudo pela frente, indistintamente. Por detrás das máscaras os olhos procuravam as moças mais apetecidas, leigas ou religiosas, para o “sacrifício”. Poucos eram os do vulgo que nesta altura conheciam entraves ou proibições.
Do Paço Episcopal de Lamego vinham naturalmente normativas tendentes a atalhar no tempo devido as folias desregradas. Segundo um documento que consultei no Arquivo Distrital, em 18 de Junho de 1689 o padre Pascoal Ferreira, confessor das religiosas, afixou nas portas da igreja do convento, uma normativa do bispo D. José de Meneses, que entre outras coisas rezava o seguinte: “Pela grande veneração e igual respeito com que se deve assistir em os lugares sagrados e conventos das religiosas, a que facilmente se falta nas ocasiões de maiores concursos, festas e mascaradas, as quais com maior liberdade os perturbam e inquietam com excessos e chocarrices indecentes e por outras muitas razões que são manifestas e que nos obrigam a atalhar tão graves inconvenientes; pelo presente mandamos sob pena de excomunhão maior ipso facto incorrenda e de duzentos cruzados pagos do Aljube (aonde serão a nosso arbítrio) que nenhuma pessoa de qualquer estado, condição ou preeminência que seja, desta diocese ou fora dela, ainda que isenta ou privilegiada, entre com máscara ou com rastro de qualquer sorte coberto na Igreja, Locutórios ou pátio da Portaria do Convento das Religiosas de Moimenta, assim nas festas que agora pretendem a S. João, como em quaisquer outras que se fizerem na dita vila […]”.
Das festividades que eram comemoradas a preceito em Moimenta da Beira, são de realçar a de S. Francisco Xavier, em 3 de Dezembro; S. Bento, em 21 de Março; S. Bernardo, em 20 de Agosto; e o Santo Nome de Jesus, na oitava do Natal, além das soleníssimas procissões da Semana Santa que também saíam do convento. É evidente que nem todas as monjas eram cumpridoras, fruto de um monaquismo forçado, diametralmente oposto à vocação interior, manifestando-se algumas delas atreitas aos foliões nestes períodos festivos de maior liberdade, quebrando irreflectidamente os votos da sua regra. Referindo-se ao período compreendido entre 1698 e 1706, um documento deste convento refere que o novo bispo D. António de Vasconcelos e Sousa reformou: “[…] as freiras de um convento da sua obediência distante quatro léguas de Lamego que viviam em desordem […] até com vestidos indecentes […]”.
Convém referir que era uma certa vertente profana das festividades que originava estes excessos. A dimensão religiosa das mesmas decorria com rectidão, zelo e fervor.

Autor: Jaime Ricardo Gouveia

"Alertas" - Temperaturas altas e risco de Incêndio

O concelho de Monchique, no distrito de Faro, está hoje em risco máximo de incêndio, que é também muito elevado em oito concelhos do Algarve, de acordo com o Instituto de Meteorologia (IM).

No Algarve, o risco de incêndio é muito elevado nos concelhos de Aljezur, Portimão, Silves, Loulé, São Brás de Alportel, Tavira, Alcoutim e Castro Marim.

O risco de incêndio é ainda muito elevado nos concelhos de Odemira, no distrito de Beja, Castelo de Vide, em Portalegre, e Moimenta da Beira, em Viseu.

O risco de incêndio determinado pelo IM engloba cinco níveis, que variam entre o "reduzido" e o "máximo".

A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) registou quarta-feira 36 incêndios florestais.

O cálculo do índice de risco de incêndio é feito com base nos valores observados às 13:00, da temperatura do ar, da humidade relativa, da velocidade do vento e da quantidade de precipitação ocorrida nas últimas 24 horas.

Para hoje, o IM antevê, em Portugal continental, céu pouco nublado, temporariamente muito nublado durante a tarde em especial nas regiões do interior, onde há possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoadas, e vento fraco.

Fonte: Expresso

Fonte: www.meteo.pt

"Turismo" - Necrópole Megalítica da Nave

A extensa necrópole megalítica situada ao longo de um longo percurso no Planalto da Nave, são os primeiros testemunhos do povoamento em terras de Moimenta da Beira que, paulatinamente deixaram de constituir albergue para as primeiras comunidades dos nossos ancestrais.

A estas rudes e arcaicas "moradias", dão lugar as citâneas circundadas por imponentes muralhas pétreas.

Pela sua representatividade destaca-se o Povoado do Castelo com uma ocupação algures inserível no III º milénio a. C, e o povoado amuralhado - "O Muro", ocupado pelo menos desde os finais do Iº milénio antes de Cristo ( Bronze Final ) até à época Romana e mesmo Alta Idade Média, testemunhos ímpares que nos fornecem um óptimo cenário de ocupação humana.


Fonte: www.guiadacidade.pt

domingo, 14 de junho de 2009

«Crónica-Arqueologia» - Todos os caminhos vão dar a Roma…

Uma das mais espantosas realizações do poder imperial de Roma foi, sem dúvida, a gigantesca rede viária composta por vias principais e secundárias frequentemente pontuadas pelos chamados marcos miliários (a principal evidência da passagem de uma via romana).
Estas estradas foram construídas por diversas entidades (pelo poder central e pelas próprias populações no seu interesse), com objectivos militares (facilitavam a deslocação dos exércitos/legiões), sócio-económicos (permitiam a circulação de simples civis, de produtos e dinamizavam o comércio), políticos e administrativos (favoreciam a aproximação entre as várias regiões e províncias do Império) e culturais (permitiam a divulgação de diferentes ideias, novos costumes e uma nova língua – o latim) que contribuíram fortemente para a difusão do estilo de vida romano.
Do ponto de vista construtivo, este sistema viário revela-nos vastos conhecimentos na área da engenharia.
Em primeiro lugar, determinavam o alinhamento da estrada e depois começavam a escavar uma vala com cerca de um metro de profundidade, que era preenchida por várias camadas de pedra (de diferentes tamanhos), com areia (ou terra batida), cascalho e argila (ou terra argilosa).
A camada superior constituía o pavimento através de pedras chatas e resistentes cuidadosamente ajustadas umas às outras, ficando ligeiramente elevado para realçar a estrada e, ao mesmo tempo, escoar a água das chuvas. No entanto, também terão existido vias que nem sequer foram calcetadas, provavelmente, por estabelecerem ligações entre centros menores.
Cronologicamente, a construção da primeira via romana, a Via Ápia, iniciou-se em 312 a. C. para ligar Roma a Cápua, no Sul de Itália. A partir daí construíram-se estradas por todo o Império Romano, da Escócia (Norte da Europa) ao Iraque (Médio Oriente) e à Argélia (Norte de África), daí a conhecida expressão «todos os caminhos vão dar a Roma». No seu apogeu, a rede viária romana atingiu cerca de 150 000 km.
A província da Lusitânia (onde se integrava o actual território português) não foi excepção. Viseu, particularmente, foi e continuou a sê-lo ao longo dos tempos, um importante centro viário que se estenderia por toda a região envolvente.
A comprovar este facto (no nosso concelho) temos os troços de Aldeia de Nacomba/Carapito (ver imagem), Nagosa/Longa ou a Estrada Larga de Moimenta da Beira em direcção a Beira Valente e Sarzedo.
Apesar do Império Romano do Ocidente cair no século V d. C., as vias romanas continuam a demonstrar que foram construídas para durar, pois muitas delas ainda permanecem nos nossos dias e outras são o traçado de algumas das principais estradas europeias actuais.


Autor: José Carlos Santos

sábado, 13 de junho de 2009

«Vídeos MNN» - Selecção Nacional de Andebol em MBR

Portugal venceu hoje, em Moimenta da Beira, o Luxemburgo por 33-22, em jogo da sexta jornada do Grupo 6 de apuramento para o Campeonato da Europa de 2010 de Andebol, a disputar na Áustria.

Num jogo fácil para a selecção portuguesa (os luxemburgueses apenas estiverem em vantagem nos minutos iniciais por 2-0), Portugal chegou ao intervalo a vencer por 15-9.

Após a derrota na semana passada Pilsen, na República Checa, que complicou as contas portuguesas, o Luxemburgo confirmou ser a selecção mais frágil do grupo: soma por derrotas as partidas realizadas na fase de qualificação,

Com este resultado, Portugal igualou a França no segundo lugar, com oito pontos, no entanto os franceses tem um jogo a menos (recebem amanhã a líder República Checa).

Para conseguir um dos dois primeiros lugares do grupo, que garantem um lugar no Europeu, Portugal terá agora que vencer na próxima quarta-feira, em Nice, a França, campeões olímpicos e mundiais em título.

Mats Olsson, seleccionador nacional, referiu no final do encontro que “o jogo correu bem”. A preocupação portuguesa, no entanto, está já concentrada na partida contra a França onde Olsson quer “fazer uma surpresa”. “Este jogo não tem nada a ver com o de quarta-feira. Hoje serviu para descansar alguns jogadores”, observou Mats Olsson.

Ficha de jogo
Jogo no Pavilhão Municipal de Moimenta da Beira.
Assistência: cerca de 2.000 espectadores
Árbitros: Yaron Ben-Dan e Assaf Faran (Israel).

Portugal - Luxemburgo, 33-22.
Ao intervalo: 15-9.
Marcha do marcador: 2-2 (05 minutos), 5-4 (10), 8-4 (15), 11-7 (20), 13-8 (25), 15-9 (intervalo), 16-10 (35), 20-13 (40), 24-17 (45), 28-19 (50), 30-20 (55) e 33-22 (final).

Portugal: Hugo Laurentino, Dário Andrade (11), Ricardo Moreira (4), João Lopes (2), Fábio Magalhães (3), Álvaro Rodrigues, Inácio Carmo (1), Carlos Carneiro, Bosko Bjelanovic, Nuno Pereira (7), Tiago Rocha (1), Eduardo Salgado (2), Bruno Moreira (2) e Hugo Figueira (gr).
Luxemburgo: Tom Janin, Jeff Paulus (2), Dany Scholten (2), Frank Link (2), Jeff Decker (1), Christian Bock (4), Eric Schmidt (1), Daniel Ley (6), Eric Schroeder (2), Patrick Malano, Sacha Pulli (1) e Max Kohl (1) e Thierry Hensen (gr).

Fonte:Público

«Andebol» - Moimenta na RTP2

«Andebol» - Selecção Nacional Recebida na Câmara Municipal de M.Beira

Em véspera do confronto com o Luxemburgo, a comitiva nacional foi recebida na Câmara Municipal de Moimenta da Beira.

A Selecção Nacional de andebol foi hoje recebida na Câmara Municipal de Moimenta da Beira, onde amanhã à tarde (17 h. RTP2) recebe o Luxemburgo, em jogo de apuramento do Grupo 6 para o Campeonato da Europa - Áustria 2010.

Com pompa e circunstância, toda a comitiva foi recebida pelo presidente da camara municipal, José Agostinho Correia, e pelo vice com a pasta do desporto Luís Carlos. Marcou presença na cerimónia, Joaquim Escada, presidente da Associação de Andebol de Viseu. O seleccionador Mats Olsson agradeceu a forma com a equipa foi recebida e revelou-se «surpreen dido» com a infra-estrutura que encontrou para preparar o jogo com o Luxemburgo. Do lado do edil, as palavras do vice foram sobretudo para a federação e o projecto que tem desenvolvido na região e revelou que era com «honra» que o município, onde vivem apenas 12.000 pessoas, tivesse sido escolhida pare receber a equipa, dado que «é a primeira vez que uma selecção nacional se apresenta em Moimenta da Beira e que tal ficará, por certo, como um marco na história da região».

Fonte : FPA

quinta-feira, 11 de junho de 2009

«Andebol» - Selecção Nacional em MBR

A selecção portuguesa de andebol comprometeu hoje o apuramento para a fase final do Europeu da Áustria2010, ao perder por 30-26 no reduto da República Checa, em encontro da sétima jornada do Grupo 6.

Com este resultado, Portugal manteve o terceiro lugar do agrupamento, com seis pontos, os mesmos da França (deve vencer ainda hoje na recepção ao Luxemburgo e passar a contar oito) e menos quatro do que os checos, 100 por cento vitoriosos.

Em termos matemáticos, a formação comandada pelo sueco Mats Olsson ainda pode conquistar um dos dois primeiros lugares, os que dão acesso à fase final, mas a tarefa é demasiado complicado, até porque Portugal ainda tem de ir a França (perdeu em casa por 31-24).

Na próxima jornada, Portugal recebe o Luxemburgo (13 de Junho, às 17:00, em Moimenta da Beira), deslocando-se depois ao reduto dos gauleses (17), campeões olímpicos e mundiais em título, e fechando a participação no Grupo 6 na recepção aos checos (20).
Fonte: Expresso

segunda-feira, 8 de junho de 2009

«Resultados» - Eleições Europeias

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Para ver mais, clique aqui.

«Andebol» - Juvenis da EA Campeões da 2ªDivisão Nacional

Disputou-se este fim de semana, a Fase Final da 2ª divisão do campeonato nacional de Juvenis, em Andebol, no Pavilhão do F. Holanda. Foi uma prova, disputada sob o signo do equilíbrio, de tal forma, que terminou com 3 equipas empatadas.

Classificação Final – 1.º EA Moimenta da Beira, 2.º Isave , 3.º G. do Sul e 4.º G.C. Universal

O blogue MoimentaNaNet felicita toda a estrutura da Escola de Andebol de Moimenta da Beira. Parabéns!

Mais informações no blogue da EA: http://epaandebolmoimentadabeira.blogspot.com/

domingo, 7 de junho de 2009

«Crónica-História» - "A História da Nossa Terra!"

O desaparecido concelho de Caria e Rua

Segundo o Cadastro Geral da População do Reino, mandado realizar pelo Piedoso (D. João III), o multissecular concelho de Caria e Rua, no princípio do terceiro decénio do século XVI, tinha 662 moradores. A distribuição da população era a seguinte:

Caria, cabeça de concelho-------------35
O lugar de Lamosa----------------------33
O lugar de Arcuzelos------------------ -79
O lugar de Toutão-----------------------14
O lugar de Granja doleyro------------ 14
O lugar de Vide ----------------------- --40
O lugar de Rua---------------------------20
O lugar de Quymtela--------------------42
O lugar de Faya-------------------------30
O lugar de Cevões-----------------------25
O lugar de Villa Cova-------------------36
O lugar daldeia de Dona Comba----- 47
O lugar de Villa Chaam------------------8
O lugar de Gramja de Paiva-----------13
O lugar de Forca------------------------36
O lugar de Távora-----------------------51
O lugar de Myleu------------------------33
O lugar do Carregal------------------- 37
O lugar dos Prados -------------------- 27
O lugar de Pemso-----------------------37
O lugar de Barros------------------------3
A quymtam do Ribeiro-------------------2

O concelho tinha 4 léguas quadradas. Confrontava com “o termo da villa da Fomte Arcada e com o de Cernamcelhe e com a de villa d’Agyar e com o comcelho de Ferreira e com o comcelho de Soutosa e Pereira e com o comcelho de Liomil e com a villa de Muymenta.”
O lugar do Arcozelo era o de maior densidade populacional, seguindo-se-lhe o de Távora (hoje Tabosa), Aldeia de Dona Comba (hoje Aldeia de Nacomba), Quintela e Vide. Caria, cabeça do concelho, ocupava apenas o décimo lugar na ordem decrescente, e Rua ficava relegada para o décimo sexto, com 20 moradores! Apesar da reduzida expressividade populacional, foi para esta localidade, Rua, que a sede do concelho se transferiu. Essa transformação de sedes culminou na edificação do exuberante pelourinho.
Apesar de decorridos mais de quatro séculos, todos os lugares da relação atrás apresentada, são hoje perfeitamente identificáveis. Por conseguinte, Caria, Arcozelos, Rua, Cevões (hoje Segões) e Aldeia de Dona Comba (hoje Aldeia de Nacomba) são agora freguesias do concelho de Moimenta; Lamosa, Quintela, Faia, Carregal, Penso, são-no do concelho de Sernancelhe; Toutão (hoje Toita) é lugar da freguesia dos Arcozelos; Granja dos Oleiros, Vide e Prados, da freguesia da Rua; Vila Cova, Vila Chã, Granja do Paiva e Mileu pertencem à freguesia de Caria; Forca, Tabosa e A. de Barros são também lugares do concelho de Sernancelhe, os primeiros da freguesia do Carregal e o terceiro do de Penso.
Em 1610 Duarte Nunes de Leão inclui o concelho de Caria na Correição de Lamego. Em 1708, Carvalho da Costa refere que “a villa de Rua que he cabeça do concelho de Caria, tem 100 visinhos, com huma igreja de S. Payo, reytoria do Padroado Real, que rende quatro mil cruzados, cujos dízimos por breve apostólico se reunirão ao Collegio de Coimbra dos Padres da Companhia de Jesus.”
Em 1811 há notícia de que este concelho pertencente à comarca, provedoria e diocese de Lamego, tinha juiz ordinário. Em 1821, na divisão eleitoral, o mesmo concelho é mencionado com 7 freguesias, 734 fogos e 2782 habitantes.
Em 1826 mantinham-se as 7 freguesias e o mesmo número de fogos. Dez anos depois, no mapa publicado no Diário do Governo n.º292, de 9 de Dezembro, por efeito da reforma administrativa de Manuel da Silva Passos, o concelho é denominado de Caria e Rua, com 1025 fogos, e pertencente à comarca de Moimenta da Beira.
Em 1842 mantém-se o nome do concelho, mas com menor número de fogos: apenas 874, distribuídos por 7 freguesias.
Em 1855 o concelho foi suprimido e passou a integrar o de Sernancelhe. Em 21 de Maio de 1896 foram ambas as freguesias, Caria e Rua, transferidas para o concelho de Moimenta da Beira.

Autor: Jaime Ricardo Gouveia

«Sondagem» - Resultados


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"Eleições" - Autarca de Moimenta não se recandidata

O presidente da Câmara de Moimenta da Beira, José Agostinho Correia, eleito pelo PSD não se vai recandidatar. Há muito que se especulava sobre a possível saída da autarquia, mas a distrital do partido nunca confirmou a seu afastamento.

O autarca justifica que "a equipa precisa de ser renovada, é preciso introduzir no espaço estratégico novas pessoas e novas ideias para os desafios do futuro".

Luís Carlos Pereira da Silva, actual vice-presidente da Câmara de Moimenta da Beira será o candidato do PSD à autarquia.

Fonte: Jornal do Centro

sábado, 6 de junho de 2009

Aquilino Ribeiro _ no Blogue [2]

LISBOA ATÉ AO REGICÍDIO - UM ESCRITOR CONFESSA-SE

Em 1906 muda-se para Lisboa, morando primeiro numa pensão da Rua do Crucifixo, depois na Rua das Pedras Negras e, finalmente, num quarto alugado na Rua do Carrião. Em Um Escritor Confessa-se, relata, com a mestria que caracteriza toda a sua obra, as peripécias por que passa um jovem provinciano na Lisboa do princípio do século XX. Tentando sustentar-se com o trabalho de escrita, começa a publicar os primeiros artigos em A Vanguarda, publicação dirigida por Sebastião de Magalhães Lima. Traduz Il Santo, de Fogazzaro, livro editado por José Bastos. Conhece Alfredo Luís da Costa, que virá a ser um dos regicidas, fundador de uma pequena editora (a Social Editora) que publicará A Filha do Jardineiro, romance a sair em «fascículos semanais de 30 réis», que Aquilino começa a escrever de parceria com José Augusto Ferreira da Silva. Este, que virá a ser ministro das Obras Públicas durante a I República, na transposição para a obra literária de Aquilino, dá corpo à personagem de Tomé da Silveira, do romance Lápides Partidas. O tal «romance histórico contemporâneo», que pretendia relatar a alegada sedução pelo rei D. Carlos, na sua juventude, da filha de um pobre jardineiro da Tapada da Ajuda, nunca passará do terceiro fascículo. Já em 1907, Aquilino é abordado no Rossio nem mais nem menos do que pelo fundador da Carbonária – Artur Augusto Duarte Luz de Almeida - Liga-se assim à Carbonária, braço armado da Maçonaria, Guarda no seu quarto da Rua do Carrião dois caixotes com cargas de TNT. Gonçalves Lopes, um professor do Liceu do Carmo e Belmonte de Lemos, um adelo da Rua dos Fanqueiros, ao manipularem os explosivos no quarto de Aquilino, provocam uma terrível explosão que vitima ambos. Aquilino sai ileso, mas é detido e levado para a esquadra do Caminho Novo, o cárcere mais severo do regime franquista. Em 12 de Janeiro de 1908, logra evadir-se da prisão, episódio que conta com magistral ironia e comicidade em Um Escritor Confessa-se. Segundo aí conta, vive escondido numas águas-furtadas da Rua Nova do Almada. Em 1 de Fevereiro, dá-se o Regicídio que vitima o rei D. Carlos e Luís Filipe, o príncipe-herdeiro. Aquilino é por muitos apontado como um dos elementos do grupo que atentou contra a família real, coisa que sempre negará. Em Maio vai até ao Entroncamento, onde toma o Sud-Express, viajando clandestinamente para Paris, onde irá viver durante seis anos.

«Todo o livro é percorrido por sinais que antecipam a visão de Cesário acerca da antinomia cidade/campo. De um modo geral, é o campo que sai exaltado no processo discursivo que organiza o material do discurso. É claro que a recusa da «civilização» citadina corresponde, algumas vezes, aos mecanismos republicanos que recusam servir o rei.» [...] «É inegável, porém, uma antipatia visceral pelo espaço urbano(«a cidade dormia o sono dos devassos», XXII), reiterada com insistência no poema XXIX:
Eis a velha cidade! a cortesã devassa,
a velha imperatriz da inércia e da cobiça,
não sendo arbitrária a permanência na estrofe seguinte dos significantes «lama» e «preguiça».»
Fonte:artesaoocioso.blogs.sapo

sexta-feira, 5 de junho de 2009

«Últimas» - 10º GP CTT com Meta Volante em MBR

A décima edição do GP CTT Correios de Portugal disputa-se de 11 a 14 de Junho e tem na terceira etapa, com chegada ao alto do Monte Farinha (Senhora da Graça), o momento mais aguardado. O pelotão de 15 equipas e 120 corredores vai percorrer 638,9 quilómetros, divididos por quatro tiradas.

A corrida começa com uma ligação de 176,5 quilómetros, entre as Caldas da Rainha e Aveiro. Percorrida perto da costa, nota-se a ausência de dificuldades montanhosas, mas poderá verificar-se a sempre complicada presença do vento. No dia seguinte, 14 de Junho, ruma-se para interior, numa viagem de 168 quilómetros entre Águeda e Lamego, com a terceira meta volante do dia em Moimenta da Beira às 14h10.

A etapa-rainha é que vai unir Fafe à Senhora da Graça, numa tirada de 139,5 quilómetros de permanente sobe-e-desce. Antes da subida final de 8,3 quilómetros, a caravana vai passar por outras três contagens de montanha: uma de terceira, outra de segunda e mais uma de primeira categoria.

Não se verificando surpresas, é de esperar que a corrida fique decidida ao terceiro dia. Para a quarta etapa fica reservada a consagração e a última oportunidade para os spinters, numa viagem de 154,9 quilómetros com partida de Santo Tirso e chegada à Póvoa de Varzim.
Fonte: (adaptado de) www.jornalciclismo.com/?p=5890

Seminário "Inovar em Meio Rural" em Moimenta da Beira

"Inovar em Meio Rural - Inovar na Região do Douro" é o primeiro workshop de uma série que a Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) vai levar a cabo. Aberto ao público, o seminário terá lugar Sábado, no Auditório Municipal de Moimenta da Beira, distrito de Viseu.

Este workshop, que se inscreve no Projecto "Inovar em Meio Rural - rur@l inov", é promovido pelo Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, em colaboração com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e com a autarquia de Moimenta da Beira.

Esta iniciativa visa dar continuidade ao Projecto Europeu RÁPIDO, destinado a identificar boas práticas inovadoras nos sectores da agricultura, floresta e agro-alimentar.

Pretende-se assim divulgar iniciativas inovadoras em meio rural, refinando as estratégias necessárias para incentivar o desenvolvimento de iniciativas e projectos que valorizem os produtos locais, os saberes e a cultura de cada região.

Fonte: AgroPortal

quinta-feira, 4 de junho de 2009

«Andebol» - Selecção em Moimenta da Beira

(Fonte do Cartaz: http://www.cm-moimenta.pt/)

Preparação da Qualificação Campeonato Europa Áustria 2010

Portugal entra amanhã em estágio, preparando o jogo com a República Checa que se realiza dia 10 de Junho.


A selecção nacional de andebola inicia amanhã um estágio em Almada, que se prolongará até ao dia 9, que visa a preparação para a qualificação do Campeonato da Europa Áustria 2010.

A turma das quinas irá jogar no dia 10 de Junho a sexta jornada da Grupo 6, na República Checa, diante dos líderes do grupo, numa missão que não se antevê fácil, pelas 17:00h (hoa portuguesa) e com transmissão televisiva da RTP2.

Também a contar para a sexta jornada do Grupo 6 de Qualificação para o Campeonato da Europa Áustria 2010, a França recebe o Luxemburgo em Montbeliard.

A Selecção Nacional regressa a 11 de Junho e no dia 13, Portugal recebe o Luxemburgo (17:00h, Moimenta da Beira), viajando em seguida para Nice, onde o jogo com a França se realiza dia 17 (18:30 hora portuguesa). O último jogo a contar para a Qualificação para o Campeonato da Europa será a 20 de Junho, em Fafe (17:00h), onde Portugal recebe a República Checa.
Fonte: www.scn.pt

«Divulgação» - Futsal 24 Horas - S.João 2009

(Clique na imagem para ampliar)

terça-feira, 2 de junho de 2009

«Crónica-Arqueologia» - O São Torcato

(…) Ao cimo da povoação de Cabaços, á distancia de 1 kilometro, n’um descampado, está a capela de S. Torquato Martyr cuja festividade se realiza ali em maio com muita poupa e concorrência.
Houve ali, n’aquelle sitio, no local da antiga capela de S. Torquato um mosteiro no século 13.º (ano de 1216), como consta do archivo capitular de Lamego, do livro novo das doações autenticas, folhas 133 v.º. Não se declara o instituto de que era aquella casa, mas segundo as melhores opiniões, era o mosteiro de Conegos regulares de Santo Agostinho.(…)


ANDRADE, A. Francisco de (1926) – Descripção e Historia do Concelho de Moimenta da Beira. Viseu: Tipografia de Jornal da Beira, p.101.

Com base neste registo bibliográfico, ficamos a saber que terá existido um antigo mosteiro de Cónegos Regulares de Santo Agostinho no local onde hoje se encontra o Santuário de São Torcato.
A acrescentar, o Dr. Gonçalves da Costa (História do Bispado e Cidade de Lamego, 1977-1992) informa-nos que, nos fins da Idade Média, a ermida de São Torcato já era considerada uma das mais importantes de Lamego.
Este lugar de culto situa-se a cerca de 920 metros de altitude a Norte/Nordeste da povoação de Cabaços e é composto, actualmente, por duas capelas (onde se podem observar peças em madeira de ex-votos), um coreto e um parque arborizado.
O templo ainda continua a ser visitado, sobretudo no mês de Maio, mantendo-se a tradição de levar os rebanhos à capela, onde se cumprem as três voltas e o velho costume de colocar o chapéu do santo, para curar e prevenir doenças e males da cabeça.
Do santuário avista-se facilmente outro local digno de registo – a Cabeça Gorda. Trata-se de um monte proeminente e rochoso, de difícil acesso, com um excelente domínio visual (944 metros de altitude).
Aqui foi identificado um afloramento granítico, sumariamente afeiçoado, com insculturas (cruzes). Esta estrutura, de forma quadrangular (1/1,10 m), é conhecida popularmente por Mesa e poderá representar um marco territorial (de cronologia indeterminada).
Além deste elemento, regista-se também a implantação de um marco da Universidade de Coimbra (datável da Época Moderna). Este bloco granítico apresenta a inscrição DE V. no sentido vertical (apenas numa face) e mede acima do solo 0,82 m de altura e 0,43 m de largura.
Como se pode verificar pelo exposto, o São Torcato é, sem dúvida, o cartão representativo da freguesia de Cabaços.

Autor: José Carlos Santos