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segunda-feira, 14 de julho de 2008

Cultura

Este tópico é destinado à partilha de poesia, ditados populares, textos, letras musicais, excertos, histórias, entre muitos outros elementos que tragam um pouco mais de cultura e conhecimento a este blog e, acima de tudo, à nossa Vila.

Coloquem aqui tudo o que achem interessante...

13 comentários:

  1. "ARRE, que tanto é muito pouco!"

    ARRE, que tanto é muito pouco!
    Arre, que tanta besta é muito pouca gente!
    Arre, que o Portugal que se vê é só isto!
    Deixem ver o Portugal que não deixam ver!
    Deixem que se veja, que esse é que é Portugal!
    Ponto.

    Agora começa o Manifesto:
    Arre!
    Arre!
    Oiçam bem:
    ARRRRRE!

    Álvaro de Campos(1890)

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  2. "As pessoas sensíveis"

    As pessoas sensíveis não são capazes
    De matar galinhas
    Porém são capazes
    De comer galinhas

    O dinheiro cheira a pobre e cheira
    À roupa do seu corpo
    Aquela roupa
    Que depois da chuva secou sobre o corpo
    Porque não tinham outra
    O dinheiro cheira a pobre e cheira
    A roupa
    Que depois do suor não foi lavada
    Porque não tinham outra

    "Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
    Assim nos foi imposto
    E não:
    "Com o suor dos outros ganharás o pão."

    Ó vendilhões do templo
    Ó constructores
    Das grandes estátuas balofas e pesadas
    Ó cheios de devoção e de proveito

    Perdoai-lhes Senhor
    Porque eles sabem o que fazem.

    Sophia de Mello Breyner Andresen
    (Livro sexto)

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  3. Bolo de Laranja

    Ingredientes:
    7 ovos
    250 g de farinha
    Raspa de uma laranja
    250 g de açúcar
    1 colher (chá) de fermento
    Sumo da laranja

    Preparação:
    Junta-se o açúcar com as gemas e mexe-se bem até formar uma massa homogénea. Batem-se as claras em castelo, juntando à massa anterior. Depois junta-se o sumo e a raspa da laranja e o fermento.
    Unta-se uma forma com margarina e povilha-se com farinha. Deita-se a massa e leva-se ao forno a cozer durante 55 minutos.
    Bom Apetite!

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  4. Viva sempre conforme os ditames da sua consciência.
    Não se importe com o que os outros possam pensar ou dizer a seu respeito(...) Viva sempre como se tivesse de ser julgado depois de cada acto.Assim, a sua consciência o situará dentro da realidade do BEM e da JUSTIÇA, mas tão somente por causa da Justiça divina.

    J.S.Nobre in "Reflexões"

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  5. Punheta de Bacalhau
    Para 4 pessoas

    INGREDIENTES:
    600g de Bacalhau Desfiado Dessalgado
    ( ou 500g de Bacalhau Desfiado Salgado e Seco )
    3 cebolas grandes bem picadas
    azeite extremamente "virgem"
    pitada de pimenta
    pitada de noz moscada
    vinagre
    Salada de agrião
    150g de azeitonas verdes

    MODO DE PREPARAR:
    ( Se o bacalhau é salgado e seco, deve antes ser dessalgado conforme as instruções. )
    Deitar o bacalhau desfiado dessalgado (cru) em uma travessa. Com um pano limpo, envolver o bacalhau e fazer movimentos para a frente e para trás, para ficar bem desfiado.
    Picar bem as cebolas. Misturar com o bacalhau desfiado, com movimentos fortes dos punhos, num movimento ascendente/descendente e colocar uma pitada de pimenta e de noz moscada. Regar com azeite extra-virgem português e umas gotas de vinagre. Servir frio acompanhado de salada de agrião e azeitonas.

    O Imperador dos Cozinheiros

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  6. AO MESTRE AQUILINO

    As serras são da Beira Alta
    Viradas à Beira Douro.
    Aquilino desceu por elas para salvar as ideias
    Escondeu pedras e lobos
    Na terra fria de medo
    Granita alma voz dos povos
    Gritada sempre bem cedo.

    Saltou as águas do rio alimentadas de neve
    Levou o Demo consigo
    Para mais nem tempo teve
    Voltou mais tarde um amigo
    Das pedras e alcateias
    Habitantes condenados ao exílio
    De toda a Serra da Nave.

    Naquele tempo suave
    De novo levou bem preso à cintura da memória
    Bornal cheio de letras
    Muitas penas muitas dores
    Dos animais e das giestas
    Das lebres a fugir dos caçadores
    Para a toca de uma vida sem as bestas.



    Aquilino passou a vau muitos ribeiros
    Temperou da serra a poesia
    Palavras rudes de uma fala muito nobre
    Sem cuidar de ser admirado
    Por outros , muitos ou poucos criticado.
    Ergueu sempre acima do ser pobre
    A Língua nossa património não vergado
    Mas mal tratado, tão mal amado.

    por António Bondoso

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  7. Este fim-de-semana em minha casa
    Vou vos convidar para fazer um barbecue
    Eu dou a barba, e um de vocês dá o resto
    Ah
    Havia de ser uma barrigada
    É pá
    Eu rio-me muitas vezes sozinho
    Sou o badaró, o badaró do fado
    Olha tragam um gato
    Essa é que era

    Dª Maroca seu gato deu
    Vinte cinco pirocadas na bunda do meu
    Dª Maroca seu gato deu
    Vinte cinco pirocadas na bunda do meu

    Se ele deu fez ele muito bem
    Que a piroca do gato não mata ninguém
    Não mata, mas machuca
    É tã gato filho da truta
    Não mata mas machuca
    É tã gato filho da truta

    Ainda por cima o gato é persa
    Se te apanho faço um tapete
    Um tapete e dois napprons
    Raios partam o gato

    Dª Maroca seu gato deu
    Vinte cinco pirocadas na bunda do meu
    Dª Maroca seu gato deu
    Vinte cinco pirocadas na bunda do meu

    Já nem conseugue andar
    Meu pobre gato coitadinho
    Agora quando ele mia
    Mia de saudade, mia mais fininho

    Sss sss sss sss sss sss sss
    Anda cá bichano
    Anda cá que levas um pontapé que vais ver

    Dª Maroca seu gato deu
    Vinte cinco pirocadas na bunda do meu
    Dª Maroca seu gato deu
    Vinte cinco pirocadas na bunda do meu

    Se eu pego o seu bichano
    Eu pico para fazer salsicha
    Mas isso é muito desumano
    Não tenho culpa se o seu gato é bicha

    É bicha, e orina-me os cortinados todos
    Foi a minha sogra que fez
    De linho, lá do norte
    Bola de pêlo pá

    Dª Maroca seu gato deu
    Vinte cinco pirocadas na bunda do meu
    Dª Maroca seu gato deu
    ...
    ...
    Vinte cinco pirocadas na bunda do meu
    Dª Maroca seu gato deu
    ...
    Dª Maroca..., .. vinte cinco.. na bunda do meu
    ...
    Vinte cinco pirocadas na bunda do meu

    Ou foram vinte seis?

    Não, vinte não, vinte seis foram para aí vinte sete

    Não, isso não, foi na cozinha
    Foi no micro-ondas, falta a marquise
    Vinte oito
    Não, esperem aí, o gato, não pode ser
    Que o gato está todo destroçado
    Foram vinte nove no mínimo

    Trinta não se fala mais nisso
    Ah

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  8. *dona maroca
    *Rouxinol Faduncho

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  9. Arte sem arte, é outra forma de arte em que tudo vale. É um olhar diferente!...

    Num Domingo sem Futebol, realizou-se a actividade programada pela sociéte recreativa e filarmónica lá do sítio “Os Amigos do Copo Cheio,Lda” intitulada “Porco à solta”. Esta actividade estava concentrada na cagadela de um porco, e onde o porco cag... estava um número que quem o tivesse adquirido ganhava o respectivo bicho.
    Soltou-se o porco no campo, com centenas de pessoas a olhar e à espera que o porco cag.... Nunca tanta gente olhou para o cu de um porco à espera da cagadela. Mas o porco (neste caso uma porca) não cag..., ou seja, fez uma escapadela fora das marcações e fez uma mijadela, só a tal cagadela que toda a gente esperava é que não fez!
    Tudo se fez para ele cag...! Empanturrou-se de comida, correu, esperneou, ouviu assobios, palmas e até se deitou, quem sabe a gozar o panorama.
    Como o porco decidiu não cag..., ao fim de duas horas fez-se um sorteio e saiu o nº x a um felizardo lá da terra.
    Comentava-se lá na terra que, há muitos anos não se realizava uma actividade cultural tão energética e enriquecedora como esta!

    A Ocupação dos tempos livres já não se limita aos três Fs (Fado,Futebol...)isso já lá vai , agora a "cultura popular" é mt mais criativa!

    O POVO ESTÁ FELIZ,E ALEGREMENTE"DISTRAÍDO"!

    CL

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  10. Desculpem a minha curiosidade, mas quem é o poeta "António Bondoso"?

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  11. Liberdade

    Ai que prazer
    Não cumprir um dever,
    Ter um livro para ler
    E não o fazer!
    Ler é maçada,
    Estudar é nada.
    O sol doira
    Sem literatura.

    O rio corre, bem ou mal,
    Sem edição original.
    E a brisa, essa,
    De tão naturalmente matinal,
    Como tem tempo não tem pressa...

    Livros são papéis pintados com tinta.
    Estudar é uma coisa em que está indistinta
    A distinção entre nada e coisa nenhuma.

    Quanto é melhor, quando há bruma,
    Esperar por D. Sebastião,
    Quer venha ou não!

    Grande é a poesia, a bondade e as danças...
    Mas o melhor do mundo são as crianças,
    Flores, música, o luar, e o sol, que peca
    Só quando, em vez de criar, seca.

    O mais do que isto
    É Jesus Cristo,
    Que não sabia nada de finanças
    Nem consta que tivesse biblioteca...


    Fernando Pessoa

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  12. Ver mais sobre António Bondoso:

    http://palavrasemviagem.blogspot.
    com/

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  13. Eu ouvi um passarinho...
    às 4 da madrugada!
    cantando lindas cantigas...
    à porta da sua amada.

    Por ouvir cantar bem...
    a sua amada chorou,
    às 4 da madrugada...
    o passarinho cantou.

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