Pior do que birra, falta de respeito «Henrique Monteiro»
Finalmente, o país acordou para a incrível história do provedor de Justiça - a prova mais evidente de como os dois maiores partidos tratam o país e o Estado: como se fossem sua coutada.
Recapitule-se a história brevemente: antes do Verão do ano passado, Nascimento Rodrigues terminou o mandato. Salvo o próprio, parece que ninguém se preocupou. Nem o PS nem o PSD - mas, sublinhe-se - nem o CDS, o PCP ou o Bloco disseram algo que se ouvisse sobre o assunto. Seis meses depois, no final de 2008, os dois maiores partidos disseram que tinham concordado num perfil. Por fim, há semanas, foi o próprio provedor a dar sinais de que não estava para continuar no cargo indefinidamente, o que teve o condão de acordar Sócrates e Manuela Ferreira Leite. Foi assim que o PSD veio dizer que propusera um nome ao PS, sem nunca ter resposta, e que o PS veio anunciar que tinha proposto o nome de Jorge Miranda.
E passaram nove meses!!!
Agora, os dois partidos embirram. Jorge Miranda é um nome fantástico para o cargo, mas o PSD acha que não devia ter sido o PS a propô-lo. O PS, claro, publicitou Miranda não para resolver um problema, mas apenas para retirar margem de manobra ao PSD. E a brincadeira ainda não acabou.
É altura de os dirigentes dos dois partidos perceberem que o tempo em que podiam actuar desta forma já passou. A democracia em Portugal já não admite este tipo de comportamento pouco sério, politiqueiro, sem nível. O Parlamento está desacreditado e este tipo de actuação do PS e do PSD só contribuiu para um descrédito maior.
É curioso verificar como a proposta do CDS - que fosse Jaime Gama a intermediar o problema - foi olimpicamente ignorada pelos socialistas. Ou seja, o Parlamento é para eles um órgão meramente operativo. Nem sequer se dão ao trabalho de fingir que o Parlamento é a sede do poder legislativo, de quem depende o Governo - tal como está plasmado na Constituição.
Na verdade, tanto o PS como o PSD ficam muito mal nesta fotografia. E, em vez de aproveitarem este desencontro para mudarem as regras e passarem a envolver mais partidos e mais opinião pública nas suas tomadas de decisão, fazem precisamente o contrário. Regateiam na praça pública, como varinas, à espera que a voz do povo dê razão a um ou a outro.
E não percebem algo tão simples como isto: nós vemos, por vezes divertimo-nos, chegamos a tomar partido.
Mas, acima de tudo, perdemos a confiança e o respeito naqueles que dirigem ou podem dirigir o país.
Finalmente, o país acordou para a incrível história do provedor de Justiça - a prova mais evidente de como os dois maiores partidos tratam o país e o Estado: como se fossem sua coutada.
Recapitule-se a história brevemente: antes do Verão do ano passado, Nascimento Rodrigues terminou o mandato. Salvo o próprio, parece que ninguém se preocupou. Nem o PS nem o PSD - mas, sublinhe-se - nem o CDS, o PCP ou o Bloco disseram algo que se ouvisse sobre o assunto. Seis meses depois, no final de 2008, os dois maiores partidos disseram que tinham concordado num perfil. Por fim, há semanas, foi o próprio provedor a dar sinais de que não estava para continuar no cargo indefinidamente, o que teve o condão de acordar Sócrates e Manuela Ferreira Leite. Foi assim que o PSD veio dizer que propusera um nome ao PS, sem nunca ter resposta, e que o PS veio anunciar que tinha proposto o nome de Jorge Miranda.
E passaram nove meses!!!
Agora, os dois partidos embirram. Jorge Miranda é um nome fantástico para o cargo, mas o PSD acha que não devia ter sido o PS a propô-lo. O PS, claro, publicitou Miranda não para resolver um problema, mas apenas para retirar margem de manobra ao PSD. E a brincadeira ainda não acabou.
É altura de os dirigentes dos dois partidos perceberem que o tempo em que podiam actuar desta forma já passou. A democracia em Portugal já não admite este tipo de comportamento pouco sério, politiqueiro, sem nível. O Parlamento está desacreditado e este tipo de actuação do PS e do PSD só contribuiu para um descrédito maior.
É curioso verificar como a proposta do CDS - que fosse Jaime Gama a intermediar o problema - foi olimpicamente ignorada pelos socialistas. Ou seja, o Parlamento é para eles um órgão meramente operativo. Nem sequer se dão ao trabalho de fingir que o Parlamento é a sede do poder legislativo, de quem depende o Governo - tal como está plasmado na Constituição.
Na verdade, tanto o PS como o PSD ficam muito mal nesta fotografia. E, em vez de aproveitarem este desencontro para mudarem as regras e passarem a envolver mais partidos e mais opinião pública nas suas tomadas de decisão, fazem precisamente o contrário. Regateiam na praça pública, como varinas, à espera que a voz do povo dê razão a um ou a outro.
E não percebem algo tão simples como isto: nós vemos, por vezes divertimo-nos, chegamos a tomar partido.
Mas, acima de tudo, perdemos a confiança e o respeito naqueles que dirigem ou podem dirigir o país.
Fonte: JornalExpresso
Obviamente que o Bloco Central (PS e PSD) sempre foram donos e senhores da figura do provedor de justiça."eles comem tudo e não deixam nada", uma expressão utilizada por M. Pimentel, completamente descabida já que apenas se insurgia contra o PS.
ResponderEliminarQuem foram os dois anteriores?Estavam conotados com que partido?
Os lugares de confiança politica são sempre preenchido pelos amigos do poder, sejam da cor A ou da cor B.
Os (PS e D) tornaram-se donos do
ResponderEliminarPAIS, em desrespeito a quem os elege.Votos para que um dia isto
mude!
Estes amigos deviam era governar o país e não se governarem a eles próprios.
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