Estes monumentos aos mortos transmitem-nos sobretudo a ideia de capacidade e de durabilidade pelas dimensões colossais que atingem.
O monumento mais característico e o mais abundante entre nós é o dólmen (ou anta). A escolha do local para o erigir era muito importante. As grandes pedras (esteios ou ortóstatos) eram extraídas de afloramentos (afeiçoadas ou simplesmente aproveitadas) e deslocadas lentamente sobre rolos de madeira, que depois eram fixadas numa posição quase vertical.
À volta construía-se um montículo, em pedras e/ou terra, com aspecto mamilar (mamoa), que servia de rampa para arrastar as pedras. Além disso, sinalizava o monumento e protegia o(s) defunto(s).
A mamoa encerrava dentro de si uma câmara funerária ligada ao exterior por um corredor mais baixo e com comprimento variável. Pensa-se que os monumentos megalíticos mais antigos sejam as antas sem corredor.
A finalizar, colocavam-se as lajes de cobertura da câmara (chapéu, mesa ou tampa) e do corredor, fechando todo o espaço interno do túmulo, tornando-o escuro e secreto. Podemos imaginar a deposição do(s) defunto(s) como que um regresso do ser humano ao ventre materno (Terra Mãe).
A maior anta portuguesa e uma das mais monumentais da Europa situa-se no Zambujeiro (Évora). A mamoa que a envolve mede mais de 50 m de diâmetro, o corredor possui cerca de 15 m de comprimento e os esteios da câmara medem cerca de 6 m de altura cada.
A construção dos megálitos testemunha a organização das sociedades dos V.º, IV.º e III.º milénios, pois implicou um esforço enorme na extracção das pedras, no seu transporte para locais muito afastados, na sua erecção e no seu tratamento decorativo.
Autor: José Carlos Santos
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