Agora... que se aproxima 2012, deixo uma pequena - mas avisada - reflexão!
Aqui, em Moimenta da Beira, terra de meus pais e meus avós e de outros antes deles mais avós.
Palavras frias e secas...apenas de leve esperança bordejadas.
O ANO DOZE...NO DEMO.
Quando aqui se queima o Velho
É a esperança que nasce
Repetidamente renovada em noite de quente folia.
Renasce no novo ano toda inteira
Mesmo que os sinais se mostrem
Embuçados, turvos ou difusos
Nos dias frios que precedem a noite louca.
O vento gelado que nos chega
Do Marão a curtir a pele seca,
Prenúncio telúrico de Torga
Ou de Aquilino seu carácter revelado
Teimosamente beirão,
Traz na brisa cortante um certo fado
De perigos em Dezembro esconjurado.
É então que o alto fogo alcança
Do céu os seus limites em Janeiro
Devora decrépita figura engalanada
E apresenta a quem repara
A dúzia deste século embaraçado
Em mortes, fomes e misérias
E em tragédias de comédia anunciado.
========== A.B. 2011 – Moimenta da Beira.
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