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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

«MoimentaNaNet» - Grande Entrevista [5]

GRANDE ENTREVISTA com,
Prof. João Dias - “Treinador do CDR!”
Exclusivo MoimentaNaNet

O Homem das grandes épocas desportivas do CDR está de regresso ao activo e abre o jogo ao nosso blog. Neste momento, apenas pensa no próximo jogo e acredita que a nova estrutura pode impulsionar uma grande mudança no CDR.

MoimentaNaNet: Professor João, antes de mais, muito obrigado por aceitar ser nosso entrevistado! Esteve 10 anos afastado do futebol. Quais os motivos que o levaram a voltar aos comandos de uma equipa de futebol?
Prof. João Dias: Não. Estive seis épocas no CDR e depois sete anos afastado e não uma década, como refere. Fizemos algumas épocas brilhantes e, em 2002/03, fomos campeões e subimos de Divisão praticamente com jogadores da terra. Excelentes jogadores! Marcaram uma geração. Nos anos seguintes (2003/04), treinei o escalão de Iniciados e Seniores do CDR. Depois, achei que era a hora de ” parar” e dar prioridade à família.
Aceitei regressar ao CDR porque sou treinador UEFA B, gosto de Futebol, do CDR, e achei que era o momento de regressar. No Futebol, só aceito trabalhar em projectos equilibrados, aliciantes e ambiciosos. Quando fui convidado pelo CDR, havia a garantia destes pressupostos.

MNN: Que balanço faz da época desportiva até este momento, altura em que termina a primeira volta?
PJD: Em termos desportivos tem sido boa. Tivemos que organizar um plantel praticamente novo, ficaram apenas 4 jogadores da época anterior. Planeamos uma pré-época equilibrada e intensa. Realizamos 4 jogos com equipas da Honra e com resultados positivos e animadores.
No primeiro terço do campeonato estávamos na liderança do mesmo e, na altura, eu afirmei que a equipa no final da 1ª volta provavelmente estaria nos 3 primeiros lugares.
Estamos em 2º Lugar a 3 pontos do primeiro. Ganhamos todos os jogos em casa, já visitamos todas as equipas do grupo da frente e agora só dependemos de nós próprios. Por isso, acho que o balanço é positivo!

MNN: O CDR encontra-se nos lugares cimeiros do campeonato. Sabendo que os objectivos passam pela subida à Divisão de Honra, sente que há condições para tal ao longo da 2ª volta?
PJD: No início do campeonato, o actual elenco directivo não tinha essa “obsessão”. Toda a gente sabe que estes trabalhos demoram algum tempo. Teoricamente, podemos ter alguma vantagem no calendário da 2ªvolta, mas temos que continuar a trabalhar com a mesma ambição. Não vai ser fácil, porque saíram e entraram alguns jogadores no período de transferências o que, num plantel curto como o nosso, provoca sempre alguma “instabilidade” colectiva. Por isso, é necessário algum tempo de integração e adaptação a esta nova realidade para todos, mas a competição está aí e…vamos ver!
Vamos pensar positivo, encarar a competição “jogo a jogo”porque temos uma “boa oportunidade” para discutir o título. Todo o “grupo de trabalho” parece-me empenhado nesse objectivo.

MNN: Circulam rumores sobre várias mexidas na equipa neste defeso. O plantel não tinha as condições ideais para lutar pelo título?
PJD: Houve realmente muitas mexidas na equipa, mas a realidade é esta. Quando esperava reforçar a equipa, tivemos algumas saídas imprevistas. O período de transferências de Dezembro permite que os atletas” amadores” transitem para outros clubes. Em algumas situações, a vontade do jogador não coincide com os “argumentos” dos clubes. Apesar destas dificuldades, estou muito contente com a postura dos jogadores que ficaram.

MNN: Analisando o plantel, verifica-se a existência de vários jogadores naturais do concelho em número superior ao de épocas anteriores. A aposta tem resultado? Esses jogadores trazem mais “espírito guerreiro” ao clube?
PJD: Sim. Os jogadores do Concelho serão sempre uma prioridade nas minhas equipas. Este ano foram contactados 16 jogadores naturais e/ou residentes no concelho mas só aceitaram trabalhar neste projecto 10 jogadores. Gradualmente estamos a integrar alguns jogadores Juniores no plantel sénior.

MNN: Que opinião tem sobre as camadas jovens do clube? Quase uma década após a criação de vários escalões jovens não seria de esperar uma presença assídua de jogadores da “prata da casa”, a jogar com regularidade, na equipa sénior? O que falta ao clube para que isso aconteça?
PJD: A realidade actual é muito complicada. As localidades perto da A24 e A25 absorvem quase todos os jogadores da formação dos clubes. As Universidades e Politécnicos estão perto e os jogadores preferem jogar nesses clubes. Estamos a pagar o preço de alguma interioridade. Para além disso, a “concorrência” de outras modalidades desportivas e as instalações desportivas actuais do CDR já não atraem alguns atletas da região.

MNN: O novo estádio municipal estará pronto brevemente. Quais as principais vantagens com esta mudança de instalações?
PJD: Espero que sim. Teoricamente, as equipas com melhores estruturas podem ter alguma vantagem na competição. Neste momento, o Sernancelhe e o Vouzela têm campos relvados e melhores condições de trabalho. Apesar disso, nós ganhamos em Vouzela e empatamos em Sernancelhe, praticando um Futebol agradável e demonstrando uma boa adaptação à “relva”. Estou convencido que no relvado, esta equipa “cresce”, a dinâmica colectiva é mais eficaz e os jogadores têm outra motivação. Nos “pelados” é tudo muito complicado!
Essa nova estrutura pode impulsionar uma grande mudança no CDR. Na minha opinião, Moimenta pode e deve ter um clube de referência. Dinamizador do comércio e indústria local, um símbolo da região, que represente todo o concelho com a dignidade que as suas gentes merecem.

MNN: Sendo um treinador da casa certamente pensa ficar vários anos no comando do CDR. Quais os principais planos desportivos a curto/médio prazo?
PJD: Essa pergunta deve ser feita à Direcção do clube. Neste momento, estou apenas a preparar o jogo com o Vouzela. No Futebol, o que hoje é verdade amanhã é mentira, há muito coração e pouca razão. Os resultados desportivos imediatos normalmente sobrepõem-se aos projectos de médio/longo prazo. Por isso, neste momento penso apenas no próximo jogo. Mas, se brevemente não se verificar a mudança estrutural prevista e o suporte orçamental do CDR não permitir um trabalho de compromisso, estabilidade e com a dignidade que o clube merece, o futuro do CDR não será muito diferente do actual. Não há milagres!

MNN: O público tem aderido aos jogos? O apoio dos adeptos está dentro das suas expectativas?
PJD: Sim. O nosso público não é muito diferente dos outros. Se perdemos somos “maus” mas se ganhamos somos “bons” e aparece mais gente, logicamente. Em cada adepto há um potencial “treinador” e toda a gente acha que percebe um pouco de bola. Felizmente para nós, há apenas uma minoria que critica tudo e todos em qualquer situação. Mas, isso é assim em todos os clubes, vivemos estas coisas com normalidade.

MNN: Quer aproveitar esta entrevista para fazer algum apelo especial a todos os adeptos do CDR?
PJD: Acho que os verdadeiros adeptos do CDR devem continuar a colaborar e a apoiar a equipa em todas as situações porque “a união faz a força!”.

MNN: Muito obrigado pela disponibilidade e votos de um bom trabalho. Muitas Felicidades!

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