Novo bispo chamado a reforçar respostas criadas para atender aos problemas relacionados com a crise económica
Gente simples mas dedicada, a Deus e ao próximo, no meio de uma sociedade desertificada mas empreendedora, é esta a realidade que o novo bispo de Lamego, D. António Couto, vai começar agora a conhecer.
No âmbito da tomada de posse do antigo bispo auxiliar de Braga, o programa 70x7, da RTP2, revela alguns dos cenários que preenchem o quotidiano daquela diocese, localizada no distrito de Viseu.
Situada a cerca de duas dezenas de quilómetros da cidade de Lamego, escondida no Portugal profundo, encontramos a paróquia de Alvite, uma das 20 freguesias do concelho de Moimenta da Beira.
Por entre a azáfama do trabalho no campo e do pequeno comércio, principais fontes de rendimento desta pequena comunidade, destaca-se “gente muito simples, mas ao mesmo tempo muito católica, muito praticante”, realça o pároco António Jorge Giroto.
O jovem sacerdote, que partilha a sua missão pastoral com o padre Bráulio Carvalho, destaca a participação das pessoas nas celebrações eucarísticas, cerca de “350 a 400” pessoas ao domingo, e a presença significativa dos mais novos.
Tendo em conta o meio pequeno, existem muitos jovens, mais de uma centena, “dos 14 aos 19 anos", que são motivo de “entusiasmo” para os sacerdotes.
No entanto, a juventude que anima a paróquia de Alvite não se estende ao resto do território, hoje a braços com uma população cada vez mais envelhecida, fruto da partida de muitos casais jovens à procura de um futuro melhor, em outros pontos do país e sobretudo no estrangeiro.
“A maior parte dos idosos que temos aqui, 90 por cento, os filhos são emigrantes, residiam sozinhos e não tinham retaguarda familiar”, explica Palmira Lourenço, diretora técnica do Centro Comunitário de Alvite.
Em pouco mais de 10 anos, a população da diocese caiu dos 144 mil habitantes para os 138 mil, podendo dizer-se que um dos principais desafios da Igreja Católica local é ajudar a contrariar este decréscimo demográfico.
Mas para isso, é preciso que as estruturas pastorais consigam encontrar resposta para os problemas que ameaçam o equilíbrio social da região.
De acordo com Lisete Centenico, diretora técnica da Caritas Diocesana de Lamego, há hoje muitas pessoas afetadas pelo desemprego, sobretudo aquelas que “trabalhavam em pequenos negócios” que “faliram” devido à crise.
“Por outro lado, temos a questão das pessoas idosas, com reformas extremamente baixas, que aliadas ao elevado custo de vida, ficaram numa situação completamente desprotegida”, acrescenta.
Para contrariar esta conjuntura, o setor sociocaritativo de Lamego tem sido um dos que mais se tem desenvolvido, nos últimos anos, sendo que em 223 paróquias existem 77 grupos nesta área de ação.
Muitos deles trabalham em rede, na triagem das necessidades e na distribuição dos bens aos mais necessitados, um trabalho que D. António Couto é agora chamado a preservar e desenvolver.
Fonte: www.agencia.ecclesia.pt
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