22 de abril,
Moimenta da Beira, auditório municipal. Sala cheia de jovens no primeiro
momento alto do programa das comemorações dos 40 anos do 25 de abril. Na mesa,
dois oficiais militares cúmplices da revolução dos cravos, um deles, o coronel
José Maria Azevedo, autor de um dos primeiros documentos redigidos à época. O
outro, o vice-almirante António Cavaleiro Ferreira, coadjutor de Victor Alves e
assessor (indicado) de Adelino da Palma Carlos, figuras de proa de abril. A
conferência, que juntou os dois, moderada por António Bondoso, jornalista,
abriu o programa das celebrações de abril.
“O Movimento
dos Capitães começou por ser corporativo, criado por razões profissionais, mas
rapidamente transformou-se patriótico, exigindo à cabeça a mudança do rumo político
do país e o derrube do regime vigente”, assumiu o coronel, que desfiou
memórias, alertando a plateia que “abril ainda está por cumprir”.
O golpe
falhado de 16 de março foi uma das recordações. Conta o oficial que houve
“precipitação”, mas admitiu que foi um “bom ensaio para o sucesso do 25 de
abril”.
Falou da
‘brigada do reumático’, de Spínola e de Costa Gomes, de Otelo de Melo Antunes,
de Salgueiro Maia e de muitos outros protagonistas que fizeram abril.
Das
reminiscências de abril falou também Cavaleiro Ferreira, vice-almirante que
palmilhou as antigas colónias. Esteve em S. Tomé, em representação da Junta de
Salvação Nacional, e ali viveu experiências. Falou do ‘problema’ da Guiné
Bissau, “uma guerra sem solução”, disse. E lembrou a importância do exército no
25 de abril, deixando uma farpa: “Se Portugal precisar, quem defende o país?”,
numa alusão ao facto do serviço militar ter deixado de ser obrigatório.
Fonte: CMMB
Fonte: CMMB
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