Ao contrário do que se diz, Portugal não é um
país de baixa densidade, comparado com outros, como os escandinavos. “O
problema é o envelheci mento, que tem de ser atacado já, caso contrário
será uma catástrofe”. O alerta foi lançado em Moimenta da Beira,
quinta-feira passada, 28 de maio, primeiro dia das Jornadas “Cidadania
em acção”, por Eduardo Anselmo de Castro, licenciado em Engenharia
Civil, em Coimbra, depois em Geografia Humana e Planeamento Local e
Regional e ainda em Economia Regional, na Universidade de Aveiro, onde
fez o mestrado e o doutoramento e onde é investigador e professor no
Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, e
coordenador também da Unidade de Investigação em Governança,
Competitividade e Políticas Públicas assim como do Grupo de Estudos em
Território e Inovação.
Eduardo
Anselmo diz que as políticas de inversão do envelhecimento do país
devem ser implementadas já. “É preciso começar a trabalhar imediatamente
e não esperar mais tempo”, avisa o investigador, que alarga as
fronteiras de Portugal envelhecido para todo o espaço da Península
Ibérica. “A Espanha também está envelhecida”.
Num
estudo que coordenou e que perspectiva Portugal em 2040, o cenário é
negro. “A região do Douro perderá 40 mil pessoas, passará de 205 mil
para 164 mil”, lembra, alertando que o PIB de 2040 estará ao nível de
2011 e que a força do trabalho terá menos um milhão de pessoas. Uma das
soluções que poderá conter os jovens nas regiões do interior será a
manutenção (ou criação) de estabelecimentos de ensino superior
(universidades e politécnicos).
Na
intervenção que proferiu, Eduardo Anselmo criticou ainda o dinheiro
desbaratado em cursos de formação profissional vindo do Fundo Social
Europeu. “Não serviu para nada. Foi dinheiro mal gasto”, disse.
No
mesmo painel da manhã do primeiro dia das jornadas, “Desenvolvimento
Sustentável nos Territórios de Baixa Densidade”, falaram ainda Artur
Cristóvão, vice-reitor da UTAD; José Junqueiro, deputado à Assembleia da
República; José António Barros, da direcção da Confederação Empresarial
de Portugal; e Frederico Lucas, empreendedor social e criador do
projecto “Novos Povoadores”.
À tarde, sobre
os “Desafios em prol do Envelhecimento Activo”, discursaram António
Fonseca, da Universidade Católica; Helena Pedrosa, neuro-psicóloga;
Crsitina Requeijo, enfermeira; Ana Cláudia Magalhães e Ana Carolina
Martins, médicas, Andreia Correia, professora de música e Jorge Proença,
professor de desporto; e Rosa Valério, Assistente Social.
Na
sexta-feira, 29 de maio, último dia das jornadas, a propósito das
“Iniciativas Intergeracionais, Educação e Família”, o painel foi
composto por Ana Cardoso, membro do Centro de Estudos Sociais; Margarida
Torres, coordenadora do projecto de Viana do Castelo ‘Saudável’;
Cristina Fonseca, da Associação Quero-te Muito; Lina Coelho, da
Universidade de Coimbra; e Sandra Antunes, coordenadora do curso de
Serviço Social da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego.
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Fonte: CMMB
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