É um símbolo maior do panorama musical
português, figura cimeira e nobre da cultura nacional. Paulo de
Carvalho, o cantor de “E Depois do Adeus”, canção que às 22h55 do dia 24
de Abril de 1974 serviu como primeira senha, através dos Emissores
Associados, para avisar subtilmente os militares que deveriam estar a
postos para o ‘assalto’ e derrube do Estado Novo, vai actuar no palco
maior da Expodemo, em Moimenta da Beira, na noite de sexta-feira, 25 de Setembro de 2015, primeiro dia do certame. Um concerto imperdível que
será de emoções fortes e de sensações únicas.
A
grandeza do cantor e compositor merece que aqui se revisite a sua
história de vida, os projectos, as inquietações do artista. A biografia,
transcrita já a seguir, está no seu site oficial: http://www.paulodecarvalho.com/portuguese/biografia.html.
O MÚSICO
“Mais
do que cantor sou músico, toco voz”. Paulo de Carvalho é um nome
incontornável na música portuguesa das últimas décadas. Fazendo o seu
percurso profissional por fora do sistema, nem sempre tem visto
reconhecido o seu trabalho ou valorizada a sua condição de
músico-compositor ou cantautor.
“O SILÊNCIO É UMA FORMA DE CENSURA”
Ao
povo português deve os principais êxitos da sua carreira. Foi ele que
os escolheu deixando para trás muitos fazedores de opinião. A Casa da
Praia, E Depois do Adeus, Gostava de Vos Ver Aqui, Nini dos Meus Quinze
Anos, Dez Anos, Prelúdio (Mãe Negra), Um Beijo à Lua, Os Meninos de
Huambo, Mulher é vida, O Fado, O Cacilheiro, Lisboa Menina e Moça, Os
Putos, O Homem das Castanhas, Hino do Voluntariado, Sida Aparecida.
Em
1963 funda os Sheiks, o mais popular grupo Pop dos anos 60 em Portugal,
onde canta e toca bateria. Em simultâneo pratica futebol no S. L.
Benfica, classe de juvenis. Faz parte, como fundador ou convidado, de
alguns dos mais importantes grupos musicais dessa época, “Fluído”, =
“Banda-4”, “Thilo’s Combo”, etc…, onde aprende e fortalece o respeito
pela profissão da música.
“ESTA FOI A MINHA ESCOLA DA VIDA E DA MÚSICA”
Como
intérprete já percorreu muitos caminhos e esteve em várias
experiências. Duas vezes vencedor no Festival R.T. P. da Canção
(Portugal – 1974 e 1977). Prémios de interpretação nos Festivais de
Slantchey Briag na Bulgária, Sopot (Polónia) e na Bélgica. 2º lugar em
Viña Del Mar, (Chile - 1980). Participação no último Festival
Internacional do Rio de Janeiro (Brasil - 1972) e Festival da OTI,
(Espanha). Concertos em Espanha, França, Alemanha, Holanda, Bélgica,
Reino Unido, Canadá, USA, Brasil, Macau, Senegal, Costa do Marfim,
Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, etc. 1993 “Música D’Alma” foi a sua
primeira contribuição no campo da Lusofonia. Deste projecto musical e
discográfico fizeram também parte, Tito Paris (Cabo Verde), Filipe
Mukenga (Angola), Vicente Amigo (Espanha), entre outros.
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“A MÚSICA É PARA MISTURAR”
São
aliás preocupações culturais que o levam, em 1985, a utilizar o FADO
(canção de Lisboa, a sua terra) como forma de combater a globalização
que tem vindo a afectar as “Pequenas-Grandes” culturas menos divulgadas.
“A MÚSICA QUE HOJE FAÇO CHAMO ETNO-URBANA”
O
seu primeiro disco de fado, “Desculpem Qualquer Coisinha”, provoca
grande polémica no meio musical português, mas constitui o maior êxito
de vendas da sua carreira. Aos 30 anos de profissão é homenageado pela
Casa da Imprensa na Grande Noite do Fado. Grava um CD de fados antigos
com a participação da Orquestra Filarmónica de Londres, título “Alma”,
que considera um disco de estudo na área do fado para o futuro. Como
AUTOR-COMPOSITOR tem mais de 300 canções escritas, e é um dos membros da
S.P.A. Colaborações com poetas, escritores e músicos como J.C. Ary dos
Santos, F. Assis Pacheco, Ivan Lins, Dulce Pontes, Joaquim Pessoa,
Virgílio Massingue, Mafalda Veiga, Maria Barroso, Ana Zanatti, Simone de
Oliveira, Alda Lara, Né Ladeiras, Isabel
Ruth, Maria Rosa Colaço entre outros. Compõe canções para muitos
companheiros de profissão: Carlos do Carmo, Simone de Oliveira, Sara
Tavares, Martinho da Vila, Anabela, Vasco Rafael, Lena D’Água, Mariza.
Produziu e compôs o primeiro disco de Adelaide Ferreira, aquando de uma
experiência como A.R. Nacional numa editora independente, “A Nova”.
Confessa que lhe dá prazer especial compôr para muita gente ligada à
área do fado (cantadores e cantadeiras), que são importantíssimos na
divulgação a nível popular deste tipo de música.
“ÀS VEZES ACONTECE A RÁDIO PASSAR MÚSICA PORTUGUESA”
Como
cidadão e músico tem colaborado na dignificação da sua profissão,
participando em centenas de eventos de solidariedade, desde campanhas de
angariação de fundos ou chamadas públicas de atenção: Timor,
Moçambique, Angola, até às CERCIS, de cujo grupo já faz parte desde a
formação. Esteve também na fundação de cooperativas como a “Toma Lá
Disco” (produção discográfica), ou fez parte da “Cantar Abril”,
“U.P.A.V.” (Produção Artística). “Sida Aparecida” é a pri
meira canção que em Portugal fala directamente deste flagelo que atingiu
a humanidade. Os direitos autorais foram oferecidos à Comissão Nacional
da Luta Contra a Sida. Espectáculos para suprimir as necessidades mais
prementes de cidadãos carenciados ou de organizações dos mais variados
tipos, também fazem parte da sua vida: corporações de bombeiros,
hospitais, organizações de doentes específicos, etc.
“NÓS DA MÚSICA, SERVIMOS SEMPRE PARA TUDO E NUNCA DIZEMOS QUE NÃO”
Tem
tido uma participação muito activa na consolidação da democracia em
Portugal. Foi aliás, uma canção cantada por si, “E Depois do Adeus”, que
serviu como primeira senha no 25 de Abril de 1974, Revolução dos
Cravos. Paulo de Carvalho – A VOZ, como lhe chamam, mas mais importante,
o Autor, o Compositor e o Cidadão.
INFORMAÇÕES (IN)ÚTEIS
Altura:
1,78m Olhos: Castanhos (leais) Cabelos: Brancos (quase todos)
Espectáculo: Futebol
(não doente) Clube: S. L. Benfica (ninguém é perfeito) Cor: Azul Já
participou em 3 Filmes, 4 peças de Teatro e Séries de Televisão. Tem 5
filhos e 2 netos. É destro. Cada vez gosta mais de menos gente. Música,
Cinema, Conversa, Viagens, Comida, Futebol, Leitura, etc… (não
necessariamente por esta ordem).
Fonte: CMMB
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