O setor da resinagem em Portugal, depois das fulgentes
décadas de 60, 70 e 80, e posterior declínio, parece voltar a despertar
interesse e já há resineiros nas florestas.
Ainda são em pequeno número os que retomam a atividade, mas
nas Terras do Demo já há pinheiros sangrados e uma certeza: a exploração da
floresta é de novo rentável e já compensa mais plantar pinheiros, do que
eucaliptos.
Tempos houve em que todos os pinheiros com porte suficiente
para poderem ser sangrados, eram visitados pelos resineiros. Lata às costas,
ferro e espátula na mão e toca a sangrar.
"Com o ferro dá-se um corte no pinheiro e coloca-se o
caneco para aparar a resina", explica Gilberto Ramos, presidente dos
Baldios terras de Aquilino. O púcaro leva três meses a encher, sendo que cada
pinheiro dará entre 2 a quatro quilos de resina.
Nestes baldios são explorados 500 hectares de floresta entre
Vila Nova de Paiva e Moimenta da Beira. O dirigente associativo garante que
"o regresso dos resineiros já permite manter viva a floresta". Feitas
as contas, diz, "já não compensa plantar eucaliptos".
O interesse nesta matéria-prima, da qual Portugal foi já o
segundo maior exportador do mundo, está a levar os resineiros de volta aos
pinhais. Dados do sector apontam para que a atividade cresça 10% ao ano. Longe
das 140.000 toneladas em 1984, mas com o declínio quebrado a produção atinge hoje
entre 6 a 8 mil toneladas ano.
A resinagem pode ocupar um operador florestal entre seis a
nove meses por cada 30 hectares de floresta. Pedro Sousa, presidente da Junta
de Freguesia de Soutosa acredita que "a atividade pode ainda ajudar à
fixação de pessoas nas terras do interior".
Depois de sangrado o pinheiro continua a crescer e a
produzir resina. Cheio, cada púcaro é comprado a 40 cêntimos e depois é usado
na medicina, farmacêutica, cosmética, borrachas e até na indústria alimentar.
Fonte: tsf.pt
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