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terça-feira, 7 de abril de 2020

«Notícia» - Produtores de vinho preocupados com o impacto do novo coronavírus

Os produtores e empresários do vinho no distrito de Viseu mostram-se preocupados com o impacto negativo da Covid-19 que se está a refletir no setor.

O presidente da Comissão Vitivinícola da Região Távora-Varosa, Orlando Lourenço, fala mesmo em quebras das vendas e exportações na ordem dos 90 por cento.

“[O coronavírus] vai ter impactos brutais, porque estamos a cinco meses da vindima e os stocks estariam nesta altura a ser engrossados para serem projetados para a primavera e o verão e para as exportações. Agora, estas estão bloqueadas e fechadas”, explica o responsável por esta organização, que junta os concelhos de Moimenta da Beira, Sernancelhe e Tarouca, bem como localidades de Penedono, S. João da Pesqueira, Tabuaço, Armamar e Lamego.

Orlando Lourenço diz que a solução passa apenas pelas grandes superfícies comerciais, que se encontram, ainda assim, a vender bens essenciais. “O vinho será muita pouca coisa. A colheita do ano passado está mal. Não se projeta quase nada”, afirma em declarações ao Jornal do Centro.

Já o presidente da Adega Cooperativa de Silgueiros, Fernando Figueiredo, não esconde o seu receio com a queda do consumo derivada desta situação de crise, mas também com o mercado internacional.

“Estamos a assistir a uma questão que nós não estávamos à espera que ocorresse: o excesso de stock estender-se em países que o compram todos os dias, como o Chile e a Argentina, que estão a esmagar os preços. Há mercados claramente importadores do nosso vinho, como o Brasil e a China, e estamos a ter alguma dificuldade em continuar a ter negócios com eles e com os nossos preços”, refere o dirigente.

Por sua vez, o presidente da Adega de Mangualde, António Mendes, mostra-se apreensivo com a próxima época de vindimas. O responsável assume que a situação provocada pela Covid-19 poderá motivar a falta de mão-de-obra.

“A mão-de-obra tem o seu pico em maio e junho, e poderemos ter alguma falta dela, uma vez que continua esta quarentena e as pessoas não estão disponíveis para trabalhar”, afirma.

Além disso, António Mendes também se mostra preocupado com a falta de abastecimento de produtos agroquímicos para o sector vinícola. “O mercado vai funcionar no sentido inverso. A procura está a diminuir e isto vai causar um excesso de oferta. Aqui, o preço poderá ter algumas oscilações”, acrescenta.

Fonte: Jornal do Centro

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