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quinta-feira, 7 de julho de 2022

«Notícia» - Barragem de Vilar desaconselhada a banhos


A Agência Portuguesa do Ambiente desaconselhou banhos na albufeira de Vilar, que abastece os concelhos de Sernancelhe, Moimenta da Beira e Tabuaço.

A decisão foi tomada pela autoridade devido à situação de seca na barragem, que está entre as albufeiras com os mais baixos níveis de armazenamento de água, com uma capacidade de apenas 15 por cento.

Segundo uma nota da Câmara de Moimenta da Beira, a APA “determinou o desaconselhamento da prática balnear nas águas da albufeira”.

A albufeira tinha sido distinguida com o selo "Qualidade de Ouro" da associação ambientalista Quercus.

A região de Viseu está em seca severa desde o final de maio. De acordo com os mais recentes dados da Agência Portuguesa do Ambiente, na passada segunda-feira (4 de julho), a albufeira de Fagilde, que serve Viseu, Mangualde, Penalva do Castelo e Nelas, continua com a cota máxima enquanto Aguieira, em Mortágua, tem 90 por cento de armazenamento de água.

A barragem de Ribeiradio, em Oliveira de Frades, tem 78% de capacidade, enquanto a de Varosa, em Lamego, tem 49%.




Os autarcas de Vilar e Faia, nos concelhos de Moimenta da Beira e Sernancelhe, admitem que a Barragem de Vilar está "desajustada" para banhos, depois do aviso deixado pela Agência Portuguesa do Ambiente.

A APA desaconselhou na quarta-feira (6 de julho) a ida a banhos naquela que é hoje uma das infraestruturas com menos água no país. A albufeira, que serve os concelhos de Moimenta da Beira, Sernancelhe e Tabuaço, tem apenas 15 por cento de água devido à seca e foi distinguida com o selo "Qualidade de Ouro" da associação ambientalista Quercus.

Em Moimenta, o presidente da Junta de Freguesia de Vilar, António Nascimento, diz que compreende a situação e concorda com a medida da APA, lembrando que a albufeira pode constituir um perigo para quem não sabe nadar, “porque tão depressa tem a água pelos joelhos, mas, de um momento para outro, a pessoa fica toda submersa”.

O autarca diz que a inclinação da albufeira está muito elevada e que a barragem nunca teve tão pouca água como agora. “Recordo-me de uma altura em que a barragem rebentou e desceu para este nível, mas, fora disso, a água nunca esteve tão baixa como está este ano”, reconhece.

O presidente da junta garante também que, para já, o abastecimento às populações está garantido. “Não deverá estar em causa, mas para outras coisas como a rega dos pomares, não sei se vai aguentar muito tempo”, acrescenta.

Já na freguesia da Faia, em Sernancelhe, o autarca Carlos Teles assume que a medida vai ter impacto na economia e no turismo local, lembrando que, no verão, a barragem era frequentada “principalmente aos fins de semana por milhares de pessoas”.

Mesmo assim, o presidente da Junta local alerta também para os perigos de se nadar na albufeira.

“Estou meio de acordo (com a medida) porque a barragem encontra-se num sítio que é um bocado perigoso, porque está em antigos terrenos de cultivo e tem muros, poços e muito lodo. É bom que se dê atenção a isto, principalmente às crianças e a quem não sabe nadar, porque a barragem está desajustada para banhos”, alerta.

O presidente da junta adverte também para o risco de acidentes na zona. “Pode acontecer sempre como aconteceu no passado”, afirma.

Fonte: Jornal do Centro

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