Os dados do Sistema de Informação de Indicadores de Perdas de Água mostram, por exemplo, que o município de Moimenta da Beira (2021) perdeu 1.178.362 metros cúbicos de água por ano (72,9%), o que equivale a 420 litros por dia.
“Existe potencial de melhoria no setor com a implementação de metodologias de redução das perdas de água”, alerta a ERSAR que indica que, no total do país, o serviço de abastecimento público de água perde cerca de 184 milhões de metros cúbicos. Se a esse valor se juntar as perdas no setor em alta (que faz a ligação às entidades gestoras), de cerca de 21,5 milhões de metros cúbicos, chega-se aos 184 milhões, explica-se no documento.
No relatório, a ERSAR recomenda o investimento na reabilitação de condutas, um indicador com “um dos piores resultados, em anos sucessivos”.
E alerta que a percentagem de água não faturada, “sinaliza a necessidade de se investir na alteração de procedimentos de faturação e na redução de perdas de água, em particular na baixa”.
A ocorrência de inundações na gestão de águas residuais mantém-se insatisfatória (no serviço em alta e em baixa), devendo “ser implementadas medidas preventivas de manutenção e de reabilitação de coletores pelas entidades gestoras”, diz-se no relatório da ERSAR, que sugere melhorias também para o setor da recolha e valorização de resíduos.
E face à escassez de água no país, devido às alterações climáticas, a ERSAR. “No entanto, verifica-se que ainda são poucos os sistemas que produzem águas residuais tratadas para reutilização em Portugal continental”, constata o relatório, especificando que, contabilizando utilizações com licença, em 2022 apenas sete entidades gestoras produziram águas residuais tratadas para reutilização, correspondendo a 2,9 milhões de metros cúbicos, ou seja, a apenas cerca de 0,4 % da água residual tratada em estações de tratamento.
Da avaliação global do serviço de abastecimento em 2022 destaca-se que, apesar da cobertura do serviço (acessibilidade física) de abastecimento de água em baixa ser de 96 %, o valor da adesão a este serviço é bastante inferior, com 88,8 %, essencialmente como resultado da utilização de origens de água alternativas o que levanta não apenas questões de saúde pública, mas também ambientais e de sustentabilidade do serviço.
Para além da adesão, a ERSAR recomenda ainda o investimento na reabilitação de condutas, em alta e em baixa, respetivamente, constituindo um indicador com um dos piores resultados, em anos sucessivos. A percentagem de água não faturada, avaliada como boa no serviço em alta, com o resultado médio global de 5% (quando em 2021 foi avaliada como mediana, com 5,2 %), e como mediana no serviço em baixa, com um resultado de 27,1 % (28,8 % em 2021), sinaliza a necessidade de se investir na alteração de procedimentos de faturação e na redução de perdas de água, em particular na baixa.
De facto, apesar de a média nacional do indicador de perdas reais ter registado no ano em análise o valor mais baixo dos últimos cinco anos para as entidades gestoras em baixa, mantém-se com uma avaliação mediana.
Finalmente, destaca-se a necessidade de melhoria no indicador da resposta a reclamações, sugestões e pedidos de informação, em particular na alta, com avaliação insatisfatória neste indicador.
No serviço de gestão de águas residuais em baixa, regista-se um valor para a cobertura do serviço bom.
Fonte: Jornal do Centro
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