segunda-feira, 16 de junho de 2008

Geada e chuva arrasam 70% da maçã

As geadas e as chuvas de Maio deram cabo da produção de maçã na região Douro Sul. Em Armamar há quebras de 70% e em Moimenta da Beira mais de 50%. Os seguros não cobrem os prejuízos todos. Os produtores falam em "miséria".

Quinze dias de chuva seguidos, geada e baixas temperaturas foram fatais para a produção de maçã deste ano, no Douro Sul. As más condições climatéricas ocorreram na pior altura, apanhando os pomares no início da sua germinação.
Em Armamar, há extensas áreas dizimadas, onde a flor nem sequer deu lugar ao fruto. A quebra está estimada em mais de 70%. "Não tenho memória de um ano tão mau e tão miserável como este", queixa-se António Fernandes Marta (Neca), de Gojim, fruticultor há 45 anos. Tem 60 de idade e herdou do pai a "febre" de andar pelas propriedades a tratar das macieiras. "Choveu dia e noite durante 15 dias e isso não deixou vingar os pomares. O prejuízo é imenso. A pouca maçã que conseguiu desenvolver-se, foi à custa de muitos tratamentos, que me saíram caros", sublinha o agricultor de Gojim, que num ano normal, produz em média entre 300 a 400 toneladas de maçã nos 20 hectares de área de pomares por algumas freguesias do concelho. O presidente da Associação de Fruticultores de Armamar, José Osório, calcula que a quebra deverá rondar os 70%. A produção anual, na área do município, anda na ordem das 60 mil toneladas. O dirigente estima que menos de 20 mil serão apanhadas na altura das colheitas, em Setembro próximo. Osório fez as contas e concluiu que os fruticultores do concelho vão deixar de facturar, este ano, cerca de oito milhões de euros. "É o valor da maçã que não chegou a vingar nas árvores, cerca de 40 a 42 toneladas, e que os fruticultores não vão por isso poder negociar como o fazem num ano normal", explica. O seguro agrícola "vai ficar longe de cobrir os prejuízos", recorda o presidente dos fruticultores de Armamar, que fala em "miséria" a bater à porta dos produtores de maçã. Em Moimenta da Beira, o cenário não é tão grave, mas a quebra ainda assim é significativa: anda nos 50%. As causas foram as mesmas. "Chuva, mais chuva e geada", lembra Francisco Oliva Teles, presidente da Associação de Fruticultores da Beira Távora, onde se produzem por ano cerca de 20 mil toneladas. Em Tarouca, Sernancelhe e Lamego, outros três concelhos produtores de maçã da região Douro Sul, a perca ronda também os 50%. "O mau tempo apanhou tudo e todos. Ninguém escapou ileso", diz Oliva Teles. Fonte: JornaldeNoticias

1 comentário:

Anónimo disse...

isto sim é uma noticia importante.
Deveria haver um cuidado, alguem a meu ver por parte da camara, que ficasse responsavel por estudar a viabilidade da agricultura por cá.
Acho que deveria haver alguem que apenas lidasse, por exemplo, com questões como fundos estruturais, por exemplo, que conhecesse todos os pormenores, todos os apoios possiveis de modo a mximizar esta vertente.
Alguém deveria estudar a viabuilidade da agricultura, quais as saidas, qual o futuro, que produtos, para onde vão cair os fundos europeus, qual a situação concorrencial. Ou sej,a os produtores, na maioria pequenos e sem grandes qualificações, ficam nesta situação de esperar que corra tudo bem e que alguém pague mais pelas maçãs, num estado quase de peditório. A Camara, a meu ver, seria a instituição com mais condições para estudar, aconselhar, discutir com os proprios agricultores.
Quem diz agricultores fala de muitas outras situações. Como a aformação de uma associação de comerciantes da vila que tivessem a possibilidade de falar directamente e concertadamente na camara sobre tudo o que lhes diga respeito. Por exemplo, questões como os licenciamentos, os horários, até o próprio estacionamento no centro da vila, fazer com que exista uma simbiose entre ambos, porque ambos dependem um do outro.

Com os melhores cumprimentos e parabéns pelo blog
nightcrowler