quinta-feira, 20 de agosto de 2009

DE VEZ EM QUANDO...

OS CARTAZES DO NOSSO (DES)CONTENTAMENTO !


Os tempos são outros, a tecnologia diferente, o marketing é agressivo, a comunicação tem outras facetas... Tudo isto para dizer simplesmente que já não há políticos como antigamente, já não se fazem cartazes como antes, pinturas murais como noutros tempos !
No entanto, eles andam aí ! O espaço/tempo move-se... A “criatividade” anda à solta !
MFL “ouve” os portugueses! Mas deve ouvir tão baixinho, que parece não saber passar a mensagem. Ajudem os que mais necessitam ! Quem ? Eles políticos/dirigentes do PSD ? Precisam do voto para irem para o governo ? E aquele onde se lê – Portugal não pode ficar hipotecado ! Mas qual é a data da hipoteca ? Do tempo do seu governo com Durão Barroso 1ºMinistro ? O de maior despesa pública ? Hipotecado já está há muito... basta ver o “cenário” !



E a sua mais recente aparição televisiva não deixou de ser um “flop”. A montanha...

E o PS de José Sócrates ? Avançar Portugal ! Avançar para onde ? E a que velocidade e com que custos ? Avançar para o TGV é essencial...mas talvez o aeroporto de Alcochete possa esperar. Talvez até o Sporting voltar a ser campeão (!?)... Não se tem falado tanto da relação “custos/benefícios” ? E se o Magalhães espalha, como outrora, alguma lusitanidade no Novo Mundo do Sul – por cá é difícil aceitar, salvo raras excepções, o “sucesso” das novas oportunidades ! Os mais de 5 milhões que o PS vai gastar na campanha, deviam ser aplicados em “verdades” mais sérias ou, se quiserem, menos dúbias. Como por ex o ensino do inglês ! Ou o complemento solidário. E mesmo as energias renováveis ! Sobretudo a forma como o Estado – através do Governo – enfrentou a crise ! Apesar dos muitos maus ministros ! Mais ética, mais deontologia e mais imaginação para criar emprego.



Depois vem a demagogia bloquista que pouco difere da do CDS (ou PP?). Muda apenas o sentido. Reforma completa para quem sempre descontou ? É pena que o BE só agora dê por isso, pois eu já fui atingido pela legislação Bagão Félix. A qual foi iniciada por Manuela F.L. E o que dizer de Paulo Portas ( o CDS não brinca aos políticos!) quando utiliza os problemas dos professores ou do rendimento mínimo – questões que, maioritariamente na sua origem, estão correctamente avaliadas !? A sua “gestão” é que ficou muito a desejar !
E o PCP ( ou é a CDU?) do camarada Jerónimo, que – num rasgo enorme de imaginação – resolveu copiar o slogan de Obama ? E todos sabem que é fácil “falar” em mais salários, mais pensões... A CDU, como sempre, cresce, vence e tem mais e melhores soluções. Tudo estaria resolvido se “todos fossem nacionalizados”. Também como diz o BE.



No caso particular de Moimenta da Beira, a que o Jornal Beirão [na sua edição de 07/08] já fez referência, recentemente ampliada pelas imagens no blog Moimenta na Net [ mesmo que apenas dedicadas aos dois partidos mais representativos ] – não quero deixar de fazer duas ou três considerações. Por agora, tendo em conta mais os aspectos técnicos do “marketing” do que propriamente a substância da mensagem política, sabendo que esta não deixa de estar condicionada pela técnica.



Em primeiro lugar, o papel decisivo da cor. Penso que a leveza do “branco” do cartaz de Luís Carlos leva vantagem sobre o “cansaço” do verde e vermelho do cartaz de José Eduardo. Mas nas fotografias, José Eduardo ganha a Luís Carlos. É preciso rever os óculos!
Depois, as palavras, os slogans. “Unidos” e “Futuro” são chamativos, mas há um “risco” na primeira e um “vazio” na segunda. O risco é a banalização da palavra unidade, enquanto o futuro não se pode apresentar sem conteúdo. Salva-se o destaque que lhe é conferido pelo “bold” das palavras.

Excatamente o contrário dos slogans de José Eduardo. A “força” quse não se nota e “acreditar” está uma palavra esbatida! E nestes tempos de crise, em que o seu partido tem o ónus da governação (parece quase uma maldição desde a restauração da Democracia) – “acreditar” é igualmente uma palavra de risco. Talvez invertendo a “mensagem”, AFIRMANDO que Moimenta da Beira Acredita ! Tem forças para isso.
Esperemos pelas “novidades” que virão.
O certo é que já nada é como antigamente! Reparem na força deste “mural” :

De facto, só os trabalhadores podem vencer a crise! Não são os ricos que a pagam !
Mas, no meio de tudo isto, há o que se pode considerar uma excepção. A força do cartaz de Manuel Monteiro. De facto, a luta começou !

3 comentários:

João PM Dias disse...

A análise feita aos cartazes dos candidatos à presidência da CMMB está, de facto, sensacional.

abraço,
joaomd

Alex disse...

excelente análise dos cartazes, assim como das características que marcam a propaganda politica (ou chamem-lhe marketing). A americanização da mensagem politica chegou a Portugal, com as ideia de proximidade a@ cidad@o a esbarrarem na estrutura bolorenta do nosso cenário politico. Recheados de demagogia, frases marcantes, como se da venda de um produto se tratasse (e afinal de contas trata-se mesmo).
Em termos de demagogia, nada chega aos cartazes do CDS, na melhor tradição do populismo burguês. "é justo dar o rendimento mínimo a quem não quer trabalhar", ou " porque e que os criminosos tem mais direitos que os policias". Demagogia barata, conversa fácil e analise simplista a apelar ao voto do ressabianço portuguesa para com aquele que é mais miserável do que ele.Porque será que é tão mais apelativo cascar na familia que se encosta as 480 euros do que a toda a corja de criminoso (maior parte deles da familia cavaquista) que arrecadaram milhoes com o caso bpn, com os grandes vencimentos dos politicos/gestores,com todos essas lapas que se encostaram ao exercicio do poder (economico e politico)?
Com certeza que o paulo portas e seu congéneres de solário não precisarão do rendimento mínimo.

Jaime Gouveia disse...

Grande ponto de vista... A análise dos cartazes está boa. De facto hoje em dia há uma preocupação enorme na monopolização dos portugueses em função da mensagem que se faz passar. Não é por acaso que o primeiro ministro contratou o director da campanha online do Barack Obama e até adoptou uma fase parecida à famosa "yes we can" ao fazer reproduzir nos outdoors a falácia "juntos conseguimos". Juntos? Quem? Os milhares de portugueses que se manifestaram durante estes 4 anos perante um governo demagógico, ditatorial, centralista e perseguidor? Ou "Juntos" com a cambada de ministros déspotas como Maria de Lurdes Rodrigues; brejeiros como o Manuel Pinho dos cigarros no avião e dos corninhos no parlamento; tarolas como Correia de Campos e a chacina das políticas de saúde; nulos como a pessoa que ocupa a pasta da cultura(sabem quem é? já ouviram falar dela?)... e muitos mais... já para não falar da agricultura e os milhares de euros de fundos comunitários que retornaram para bruxelas... e das finanças onde Teixeira dos Santos, agora dito "super ministro", por acumular as funções do dos corninhos, mais não fez do que tentar contrabalançar o problema basilar de Portugal - económico - aumentando impostos atrás de impostos.
Já a Manuela Ferreira Leite tem muito pouco jeito para a propaganda... Porém, a questão da "verdade" parece-me uma boa aposta... precisamos de "verdade" mesmo que ela nos custe a ouvir... Mas, a verdade é para ser esclarecida por completo... e os programas eleitorais apresentados com abertura e sentido explicativo. É esta linha da política estatal de Setembro que espero na campanha autárquica... uma campanha transparente e com VERDADE... sem promessas de mundos e fundos... mas com REALISMO... e com trabalho mostrado, se for caso disso!
Quanto à campanha do nosso "antigamente" não concordo com a ideia de se andarem a pintar os muros a vermelho garrido com estrelas amarelas, camartelos... foices ou coisa que o valha... Há outras maneiras de fazer passar a nossa mensagem, os nossos ideiais, as nossas convicções sem destruir o bem público... as paredes alheias... ou vezes os monumentos... as igrejas... as universidades...
Aliás... quem está por dentro da campanha que se fazia em Moimenta da Beira há uns largos anos atrás, sabe como era...!!! e não me refiro à pintura de muros!!!
Espero que este ano se saiba honrar um regime que perfaz uma centúria no próximo ano.
Abraços