terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Descargas ilegais e de ETAR mancham rios selvagens portugueses

Os rios Paiva, Côa e Cávado são alguns dos mais belos rios nacionais que enfrentam o desafio de manter as suas características naturais quando os impactes são cada vez maiores e inevitáveis. Conciliar os dois cenários não é tarefa fácil.

O rio Paiva, que nasce na Serra de Leomil, concelho de Moimenta da Beira, considerado ainda um dos mais bem preservados rios nacionais, foi alvo de uma candidatura ao concurso «7 Maravilhas Naturais de Portugal», apresentada pelo movimento SOS Rio Paiva e a Câmara Municipal de Castelo de Paiva. O rio, considerado Sítio de Importãncia Comunitária na Rede Natura 2000, poderá ser uma das 77 candidaturas eleitas até Fevereiro de 2010, ano em que se comemora o Ano Internacional da Biodiversidade.

Só que aquele que era até há pouco tempo um dos rios mais limpos da Europa, enfrenta vários problemas relacionados com a actividade humana que põem em risco a biodiversidade deste habitat de várias espécies. O Movimento SOS Paiva tem vindo a registar alguns dos problemas, nomeadamente, o mais recente, relativo a descargas ilegais de efluentes. Em Julho, o movimento apresentou mesmo uma queixa ao SEPNA, depois de várias análises efectuadas terem detectado níveis preocupantes de poluição, que coloca em sério risco a sobrevivência de várias espécies como a salamandra lusitânica, o lagarto-de-água, a lontra ou o mexilhão-de-rio.

O autarca de Vila Nova de Paiva informou entretanto que a estação de tratamento de águas residuais (ETAR) não estava a funcionar em plenas condições. «Os indícios de mau funcionamento da ETAR de Vila Nova de Paiva levantam-nos também sérias dúvidas sobre o funcionamento de outros equipamentos do género que efectuam descargas para o Paiva e seus afluentes, bem como em relação aos municípios onde nem sequer existe tratamento de águas residuais, levando à drenagem de esgotos que contaminam pessoas e animais, campos e vales, rios e ribeiros», frisa o movimento. No entanto, em Setembro último, o SEPNA respondeu aos responsáveis pela queixa dizendo que após averiguações no rio e na referida ETAR não foram confirmadas as denúncias.
Ler mais...

Sem comentários: