segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

«Arqueologia» - O morro de Santa Bárbara de Castelo

Com base em registos orais e bibliográficos, presume-se que o morro rochoso, geograficamente bem posicionado e de admirável dominância visual (com cerca de 770 metros de altitude), onde se situam as capelas de Santa Bárbara (ver imagem I) e de Nossa Senhora da Conceição (do lado Nordeste da povoação de Castelo) terá sido, em tempos antigos, um povoado fortificado.

De facto, a antiguidade deste sítio tem-se verificado, para além da proximidade do pelourinho (símbolo da autonomia administrativa do antigo concelho de Castelo), também nos inúmeros fragmentos cerâmicos detectados à superfície, uns medievais e outros de cronologia indeterminada, na presença de uma emproada muralha (junto à Capela de Nossa Senhora da Conceição), nos arcos da Capela de Nossa Senhora da Conceição, assim como no adro religioso, onde permanece um conjunto de cinco sepulturas escavadas na rocha de configuração humana (na imagem II, podemos observar a mais bem conservada), sem vestígios de cobertura.
No entanto, há quem diga que estes cinco túmulos medievais são apenas alguns de um cemitério mais numeroso que foi violado durante os trabalhos de restauro da capela e do adro, onde se terá encontrado, ao mesmo tempo, esqueletos humanos, espólio cerâmico e lítico com abundância, ouro e até uma passagem subterrânea, conhecida por Cova da Moura, associada às lendas das mouras encantadas e que partirá do interior da Capela de Nossa Senhora da Conceição em direcção ao Monte Rei (na povoação da Granja do Tedo, concelho de Tabuaço). No folclore português, as mouras (ou moiras) encantadas são imaginadas como jovens donzelas de grande beleza, enfeitiçadas para guardar os tesouros abandonados pelos Muçulmanos quando foram expulsos da Península Ibérica, que aparecem na madrugada da festa de São João.
Além de todos estes resquícios históricos, o morro é composto ainda por um coreto (estrutura que serve de palco para as mais diversas actuações, desde musicais a teatrais e até políticas), um Parque de Fauna e Flora (criado com o objectivo de preservar e divulgar algumas espécies animais e vegetais locais) e uma zona de lazer, assinalando-se como uma das paragens mais aprazíveis do concelho moimentense.


Autor: José Carlos Santos

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