Igreja de São João Baptista, Matriz de Moimenta da Beira
·
Prosélitos do Partido Constitucional nos
inícios do século XIX e por alusão à bandeira bicolor e às calças de xadrez
usadas por muitos liberais, os Moimentenses ficaram conhecidos, na linguagem do
Partido Miguelista ou Absolutista, por Malhados.
· Pelas transcrições feitas para um Tombo
(datado de 8 de Dezembro de 1817), de outros anteriores, nos inícios do século
XVII já existia em Moimenta a Confraria do Santíssimo Sacramento. Por voto
muito antigo (em 1637), o povo moimentense ia todos os anos, num sábado da
Quaresma, em procissão a Nossa Senhora do Castelo (Ponte de Abade), à estação
da Missa, pedir os favores divinos contra as pragas da lagarta e do gafanhoto.
Cumprindo-se outro voto, Moimenta ia em procissão, reservada apenas para
homens, na primeira oitava da Páscoa, ao Mosteiro de São Pedro das Águias
(Granjinha), onde também tinham de ouvir a missa. Em 1817, na estação da Missa
Paroquial, ainda se cumpria o voto anual (feito a 20 de Abril de 1649) contra
as lagartas que invadiam os soitos, indo à Capela da Virgem Maria do Rosário,
de Aldeia de Nacomba. Todos os anos, fazia-se também, no dia 7 de Maio, a
procissão à Igreja de São Miguel, de Peravelha.
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O cemitério de Moimenta foi iniciado em 1859
por Luis Manuel Gil, que se comprometeu a fazê-lo por 300 000 réis, três anos
antes de esta localidade pedir o Convento de Nossa Senhora da Purificação para
sua Igreja Matriz. Hoje representa o adro. A Igreja de São João Baptista, antes
de ter a torre que já é do século XX, possuía um campanário ao qual se subia
por uma escada exterior, encostada à parede do lado Norte. Próximo, no antigo
Passal, encontrava-se a Fonte dos Clérigos.
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Norte da Beira, Fins do Século, Beira Alta,
Correio Beirão e Beira Távora, foram, em tempos, os jornais de Moimenta:
Norte
da Beira: apareceu no dia 6 de Abril de 1891, como órgão do
Partido Progressista. José Sarmento de Vasconcelos e Castro, 2.º Visconde de
Moimenta, foi o proprietário e o Padre José Joaquim de Almeida foi o seu
Redactor. Publicou 47 números, terminando no dia 25 de Janeiro de 1892.
Fins
do Século: o primeiro número deste Semanário Político e Noticioso
saiu no dia 8 de Janeiro de 1893, acabando no dia 2 de Julho do mesmo ano.
Clodimir Portugal foi o Redactor e Director Político; Humberto Cunha
administrou-o.
Beira
Alta:
surgiu no dia 15 de Agosto de 1926, com o sub-título de Quinzenário
Republicano, tendo uma duração efémera. Casimiro da Fonseca Martins foi o
Proprietário e Director; Januário Baptista Ribeiro exerceu funções de Editor.
Correio
Beirão: noticiou entre 6 de Fevereiro de 1956 e Novembro de
1979. Reapareceu em Fevereiro de 1986, reeditando durante algum tempo, por
iniciativa da Associação de Cultura e Recreio.
Beira
Távora: o primeiro número saiu no dia 7 de Maio de 1973 e durou
cerca de dois anos.
A
tiragem dos dois últimos quinzenários era de entre 1000 a 1500 exemplares.
Publicado no Jornal Beirão (101.ª edição)
Autor: José Carlos Santos
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