Fachada
principal da Igreja
O
povoamento do seu território é muito antigo. Remontará aos tempos
pré-históricos, se atendermos a um machado de pedra polida e aos diversos
fragmentos cerâmicos descobertos perto dos lugares do Cavaleiro e do Toitainho,
nas imediações da Capela de Santa Bárbara, pequeno templo em substituição de
outro de que entretanto só existiam ruínas, dedicado a São Jorge.
Os
romanos certamente por aqui também terão passado num dos seus trilhos. O
caminho, também denominado por Estrada do Bispo Alves Martins, mantém-se
empedrado ao longo de cerca de um quilómetro de extensão por quatro metros de
largura em direcção à aldeia de Carapito.
Não
muito longe vale a pena subir ao habitat da Surrinha, também conhecido como o Castelo, onde a cerca de 960 metros de
altitude implantou-se um marco geodésico, pequena construção de betão com
funções cartográficas/topográficas. As vistas daqui são magníficas.
Antes
de ser freguesia do município moimentense, Aldeia de Nacomba foi pertença de
vários senhorios.
Começou
desde os tempos dos primeiros monarcas, pertencendo à Honra de Caria.
No
Cadastro da População do Reino, de 1527, aparece com a denominação Aldea de Dona Comba, o que nos leva a
ligar o seu nome a alguém talvez proprietário deste local, com quarenta e sete
moradores.
Em
1708, o Padre Carvalho da Costa, na sua Corografia, dá-lhe já o nome de
Nacomba, paróquia com o orago de São Pedro, ainda pertencente ao concelho de
Caria. E em 1758, na Memória Paroquial, o Vigário José Natário, nomeado pelo
Reitor de Caria para exercer funções nesta localidade, com uma pensão anual de
cinquenta mil réis, assevera a sua localização num monteiro fundo de um cabeço
muito alto com cento e sessenta e quatro habitantes. Hoje no distinto casario
ainda encontramos marcas desse tempo.
As
suas terras estiveram inclusive sob a jurisdição da Universidade de Coimbra,
sendo também possível observar as marcas da respetiva demarcação cinzeladas em
blocos de granito nos seguintes lugares: Cadavais, Curaceiro, Igreja, Lameira,
Marco Cimeiro, Moinhos, Sarzeda, Toitainho e Verdeal.
No
que respeita ao património religioso, já existiam as capelas de Santa Bárbara e
de Nossa Senhora do Rosário, esta alvo de várias peregrinações de gentes
vizinhas, especialmente na primeira oitava da Páscoa, e a Igreja já possuía os
altares de São Pedro, de Nossa Senhora, do Santo Cristo e o requintado tecto de
caixotões pintados. A justiça era exercida pelo tribunal da Vila da Rua e o
correio era feito através de Moimenta da Beira.
Publicado no Jornal Beirão (102.ª edição)
Autor: José Carlos Santos
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