Mira-se o mestre por frinchas abertas no
ferro dos elmos e dos cilindros. A imagem de Aquilino e outras que povoam a sua
obra aparecem surpreendentes e admiravelmente luminosas, cintilantes e
poderosas. O conjunto dos elmos (três) e dos cilindros (três também) está
exposto no átrio da Biblioteca Municipal com o nome do mestre, em Moimenta da
Beira, até dia 17 de Maio. A visita obriga a descobertas e a observações
demoradas. O visitante deve ir com tempo.
Os elmos e os cilindros procuram mostrar
o quanto são importantes a materialidade, o espaço e a luz, na escultura, tudo
conjugado com a figura maior de Aquilino Ribeiro, que está a ser celebrado nos
50 anos de sua morte.
São formas aparentemente sólidas, depuradas,
Cezannianas, dinâmicas, de leitura simples e variada, que no diálogo existente
entre o espaço exterior e interior, dilatado pelas aberturas, o transformam num
espaço pleno.
Nos elmos e nos cilindros todo o espaço
é espaço da expressão plástica, mas também espaço de surpresa, de significado e
contemplação. Cada peça apresenta uma imagem apreendida que nos transporta para
outra dimensão.
Manuel Vaz, o autor, nasceu em Tondela
em 1960. É licenciado em Artes Plásticas/Escultura pela Escola Superior de
Belas Artes do Porto e Mestre em Escultura pela Faculdade de Belas Artes da
Universidade do Porto. Monitor de Escultura e Desenho na Escola Superior de
Belas Artes do Porto (1983/1985) e Bolseiro da Fundação Calouste Gulb enkian
(1983/1985). Detentor de alguns prémios, destacando em 1983/84 e 1984/1985 o
prémio Fernando de Castro na Cadeira Atelier I e II, Escultura; e em 1985 o
prémio da Fundação Engenheiro António de Almeida. Foi docente na Escola
Superior de Educação de Viseu durante oito anos.
Fonte: ZeroZero.pt
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