Santuário de Nossa Senhora da Conceição e Capela de Santa Bárbara
Templos situados num monte arborizado sobranceiro à aldeia de Castelo.
Acredita-se que a construção do Santuário de Nossa Senhora da Conceição
(a padroeira desta freguesia) tenha ocorrido no tempo do rei D. Dinis e
pertencido aos frades bernardos do Mosteiro de Salzedas, deixando de ser a
Matriz da povoação, já no período moderno, para a igreja edificada no centro da
aldeia. O interior guarda uma imagem dos fins da Idade Média, em pedra de Ançã,
de Nossa Senhora da Conceição ou de Nossa Senhora do Ó, a qual, segundo a
tradição, foi encontrada na Serra de Contim, mas que, inesperadamente,
resultante de uma disputa entre as povoações de Contim, Sarzedo e Lumiares, foi
parar a Castelo num carro de bois. Durante muitos anos ainda esteve na Capela
de São Bartolomeu, templo mandado construir por Bernardo de Aguilar, no ano de
1699, no lugar da Rachada, mas acabou por ser deslocada para este santuário.
Ainda no interior pode admirar-se o notável teto em masseira revestido de
caixotões pintados e os retábulos colaterais dedicados a São João Baptista e a
São Bartolomeu.
No
exterior, o adro encerra enterramentos do período medieval e em complemento ao
fraguedo descobre-se o baluarte que estará na origem do nome da povoação.
O
ponto mais alto do monte, onde foi edificada outra admirável capela, dedicada a
Santa Bárbara, e criada uma zona de lazer com coreto e miradouro, oferece-nos
uma extraordinária vista sobre os vales do Tedo e da ribeira de Leomil.
Até ao momento é
no monte onde foram edificados os templos dedicados a Nossa Senhora da
Conceição e a Santa Bárbara que encontramos os vestígios arqueológicos mais
antigos de Castelo, povoação que no passado foi sede de um pequeno concelho[1]. De
acordo com o Cadastro Populacional do Reino, em 1527, o seu termo, com uma
légua de comprimento e outra de largura, abrangia, além da vila sede, as
Quintas de Bravilamte (Beira Valente) e Comtym
(Contim), confrontando com os concelhos de Leomil, São Cosmado, Granja do
Tedo, Longa e Nagosa e tinha 62
moradores. Não se lhe conhece carta de foral, mas teve Edifício da Câmara,
casas solarengas e pelourinho[2]
(provavelmente de tipo coluço), o qual, ainda conservado, terá sido erguido, de
acordo com a data gravada num dos blocos do remate, no ano de 1669.
Publicado no Jornal Beirão (109.ª
edição)
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