Imagem 1 – Capela de São Pedro
Primitivamente
edificada junto ao cemitério da povoação, acabou por ser deslocada
posteriormente para junto do povo, sofrendo algumas transformações, perdendo
inclusive um altar renascentista e pinturas de grande valor. Como se pode
observar na imagem, a frontaria, de configuração pentagonal, é rematada por uma
cruz ao centro e por pináculos lateralmente, com sineira sobre o portal
principal, incomumente direcionada para Nascente.
Apesar
de ser uma construção simples, continua a ser o monumento mais importante da
aldeia, acreditando-se que o culto aqui a São Pedro data da mesma época, ou
ainda antes, do culto da Senhora das Seixas em Arcas (freguesia de Sever), dois
lugares muito antigos da fé cristã na área do atual município de Moimenta da
Beira.
Imagem 2 – Alminha
Pequeno
altar erguido à beira de um caminho nas proximidades da Quinta de São Pedro.
Quanto a Fornos[1],
aldeia bucólica junto à ribeira do Tedo, o vestígio arqueológico mais antigo
identificado até ao momento é um túmulo do período medieval situado na Quinta
de São Pedro[2], perto do local onde originariamente
foi construída a Capela de São Pedro (ver imagem 1), antiga Matriz de Moimenta.
Não encontramos
no seu casario esmerados brasões, mas a verdade é que em Fornos há muito a
descobrir. Por aqui podemos trilhar velhos caminhos pautados por antigas
marcações[3],
pontigos, nichos[4] e alminhas (imagem 2), num
contacto muito direto quer com o mundo rural quer com a Natureza.
Autor: José Carlos Santos
Publicado no Jornal Beirão (110.ª
edição)
[1] O nome desta aldeia, pertencente à freguesia de
Moimenta da Beira, resultará da existência de fornos em tempos.
[2] Propriedade particular, a poucos metros do cemitério,
também conhecida por Porto de Cá.
O
enterramento foi executado na rocha com a forma não antropomórfica, orientado a
Noroeste/Norte e já não apresenta quaisquer vestígios da cobertura. O leito tem
cerca de 1,90 m de comprimento, 0,34 m de profundidade, 0,57 m de largura
máxima e um rebordo lateral com aproximadamente 0,20 m de largura.
[3] No sítio da “Varze”
encontra-se gravado na rocha – 1846
– que curiosamente é a mesma data assinalada num afloramento granítico a poucos
metros da Capela de São Miguel, na freguesia de Paradinha. Pressupõe-se que
ambas estejam relacionadas com demarcações, talvez administrativas.
[4] Destaque para o Nicho do Senhor dos Milagres, pequeno
templo delimitado por quatro frades de pedra, junto à estrada que liga a
povoação ao respetivo cemitério.
Colocado no muro de uma propriedade privada contígua é possível identificar
um bloco granítico com a inscrição da Universidade de Coimbra: V. DE.
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