Mais de uma centena de professores estiveram concentrados na manhã de 20 de setembro no Rossio, em Viseu, para exigirem a contagem do tempo total de serviço.
Os docentes afirmam “não abdicar” dos nove anos, quatro meses e dois dias, tempo que lhes foi “roubado”, como afirmou Francisco Almeida, membro do secretariado nacional da Fenprof - Federação Nacional dos Professores. “Somos gente flexível e razoável, os efeitos financeiros podem ser divididos até 2023, mas o Governo tem que assumir a contagem integral destes nove anos, quatro meses e dois dias”, sublinhou o sindicalista.
A manifestação de professores aconteceu depois da reunião plenária, uma das “maiores”, assume Francisco Almeida. No encontro, que decorreu no Auditório Mirita Casimiro estiveram 400 professores. Alguns deles acabaram por, de "forma espontânea", seguir em direção ao Rossio onde demonstraram o desagrado pelo tempo que, dizem, lhes está a ser retirado “injustamente”.
Tomada de posição para exigir “justiça e respeito”
No decurso da manifestação foi ainda lida por Carla Marques, dirigente do Sindicato dos Professores da Região Centro, a tomada de posição dos docentes.No discurso, foi frisado o pedido de “justiça e respeito” pelos docentes.
“Os professores têm lutado muito por justiça e respeito e não abandonarão essa luta”, disse. Luta essa que passa “pela recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias; pelo reposicionamento da carreira, que tarda em ser concretizado; por horários de trabalho adequados à natureza da atividade docente; por medidas, designadamente ao nível da aposentação, que permitam corrigir o decurso do envelhecimento da profissão; e por um combate efetivo e eficaz à precariedade dos profissionais”.
Na tomada de posição, apontam o dedo ao Governo e ao não cumprimento da lei. “O Governo, apesar dos compromissos que assumiu com os professores, através das suas organizações sindicais e na Assembleia da República, com diversos grupos parlamentares, recusa cumprir o que, por palavra e por lei, está obrigado. A última reunião, a 7 de setembro, confirmou que a intenção do Governo é não resolver os problemas que afetam os professores, o que, na prática, desvaloriza a negociação”.
Greve no distrito a 3 de outubro
Ao longo desta semana acontecem vários plenários em todo o país. Estando também marcadas, de 1 a 4 de outubro, várias greves em vários distritos. Em Viseu a paralização acontece no dia 3. Para dia 5 está também agendada uma manifestação nacional em Lisboa. Segundo Francisco Almeida, só de Viseu estão já confirmados dois autocarros. “Só no plenário de hoje já se inscreveram 100 professores. De Viseu estão já dois autocarros cheios, em Cinfães e Moimenta da Beira também já há”, contou.
Fonte: Jornal do Centro
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