Este ano o mundo comemora vários acontecimentos científicos e três deles vão ver evocados em Moimenta da Beira no ciclo de conferências “Ciência & Astronomia”. O primeiro desses acontecimentos - os 100 anos da expedição de Arthur Eddington à ilha do Príncipe para a observação do eclipse do Sol de 29 de maio de 1919, que ajudou na confirmação experimental da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein - será celebrado já no próximo sábado, 25 de maio, às 16 horas, no Auditório Municipal Padre Bento da Guia, por um dos cientistas portugueses mais conhecidos: o físico e professor catedrático da Universidade de Coimbra, Carlos Fiolhais, com a palestra “Einstein: 100 anos de glória”.
Doutorado em Física Teórica pela Universidade de Frankfurt/Main, Carlos Fiolhais é professor catedrático no Departamento de Física da Universidade de Coimbra e divulgador da ciência. Autor de 150 artigos científicos em revistas internacionais e de mais de 500 artigos pedagógicos e de divulgação, publicou 50 livros, entre os quais Física Divertida, Nova Física Divertida, Darwin aos Tiros e outras histórias de ciência e Pipocas com telemóvel e outras histórias de falsa ciência (os três últimos com David Marçal). Entre outros cargos dirigentes, foi diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, da revista Gazeta de Física, publicada pela Sociedade Portuguesa de Física, e é diretor do Rómulo – Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra. Colaborador regular dos jornais Público, Sol, As Artes entre as Letras e Jornal de Letras, foi consultor dos programas Megaciência e ABCiência, para a SIC e RTP, e do Museu de Ciência da Universidade de Coimbra. É ainda responsável pelos programas de Educação e de Ciência e Inovação, da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Carlos Fiolhais ganhou vários prémios e distinções, entre os quais um Globo de Ouro da SIC e a Ordem do Infante D. Henrique, e ainda o Grande Prémio Ciência Viva Montepio 2017.
O segundo acontecimento científico – os 150 anos da criação da Tabela Periódica dos Elementos Químicos por Dmitry Mendeleev – será evocado no dia 22 de junho (no mesmo local e à mesma hora) por Paulo Ribeiro Claro, do Departamento de Química da Universidade de Aveiro, com a palestra “A Tabela Periódica no Espaço: átomos e moléculas pela luz das estrelas”.
O terceiro e último acontecimento – os 50 anos da primeira aterragem do homem na Lua (missão Apollo 11) – vai ser relembrado no dia 6 de julho (mesmo local e hora) por Miguel Gonçalves, Comunicador de Ciência e responsável pelo programa “A Última Fronteira”, na RTP, com a palestra “Lua: pegadas, interrogações, estória e dádivas”.
Resumo da Palestra de Carlos Fiolhais: “Em 29 de Maio próximo passa exatamente um século desde que foi observado na ilha do Príncipe, então uma colónia portuguesa, e no Sobral, no Nordeste brasileiro um eclipse total do Sol que permitiu confirmar a previsão feita em 1915 por Albert Einstein, no quadro da teoria da relatividade geral, do encurvamento de raios de luz vindos de estrelas longínquas ao passarem perto do Sol.
Foi o começo da glória de Einstein, pois se percebeu com essa confirmação que o sábio de origem alemã tinha subido aos ombros de Newton para ver mais longe.
A teoria da relatividade geral continua ainda hoje a ser a melhor teoria de gravitação: a matéria-energia encurva o espaço-tempo.
A teoria do Big Bang assim como os buracos negros são descritos no quadro da teoria de Einstein: o primeiro é o início do espaço-tempo, de onde surgiu toda a energia e matéria; os segundos são sítios onde acaba o espaço-tempo e para onde se precipita a matéria-energia.
As ondas gravitacionais são outra previsão confirmada de Einstein: a sua detecção em 2015 deu o Prémio Nobel da Física de 2017”.
Fonte: CMMB
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