A reivindicação do IC26 e das barragens de regadio; a descentralização que deve abrir caminho à regionalização; os territórios de baixa densidade e a importância das políticas de discriminação positiva; os fundos de coesão territorial que não estão a ser utilizados para combater os desequilíbrios e as assimetrias entre as regiões, mas antes a ser canalizados para o litoral; o país a ‘correr’ a várias velocidades; os ineficientes programas de captação de investimentos para o interior; o drama da demografia; as políticas públicas radicais que devem ser implementadas para solucionar os problemas do interior; a destruição dos serviços públicos; o plano nacional de investimentos que é inimigo do interior; a fruticultura como um desígnio de Moimenta da Beira; as organizações de produtores locais que estão a unir-se para ganhar escala; o Ministério da Agricultura que tem vindo a desaparecer do interior do país; os insuficientes e desajustados incentivos para as empresas se instalarem nas regiões de baixa densidade. Foi uma mão cheia de recados e alertas, em tom reivindicativo, quase todos de José Eduardo Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, abordados na mesa de debate onde se discutia o Programa de Captação de Investimento para o interior (PC2II), mesa que juntou, além do autarca, um governante e quatro dirigentes de instituições públicas no último dia das Jornadas de Cidadania que se realizaram em Moimenta da Beira na quinta e sexta-feira, 23 e 24 de maio.
“Não há nenhuma razão para não termos o problema do regadio já resolvido no nosso concelho”, disse, inconformado, o autarca, criticando o centralismo de Lisboa que ostraciza e abandona os territórios do interior “a um ponto que pode ser já de não retorno”, e que pergunta se o que tem vindo a ser feito (pelo Estado Central) para inverter este estado de coisas, "está a ser feito a um ritmo suficiente? "Eu tendo a dizer que não”, responde o autarca.
“Estamos a fazer as coisas certas e a trilhar o caminho certo. Não podemos é ter a ilusão de querer ver resultados no imediato. O programa de captação de investimento para o interior, que não está ainda fechado, potenciará as regiões de baixa densidade, estou certo disso”, afirmou João Paulo Catarino, Secretário de Estado da Valorização do Interior que, à mesa com Nuno Manga, Presidente do IAPMEI; Luís Reis, da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP); Pedro Móia, da CCDR; e Filomena Dias, também do IAPMEI, tentaram todos ensaiar discursos mais optimistas, porém, não escondendo a existência de dificuldades e constrangimentos no caminho rumo a um Portugal mais coeso territorialmente. O debate foi moderado por António Bondoso, jornalista.
No primeiro dia das Jornadas de Cidadania o programa incluiu dois painéis. O primeiro sobre políticas sociais para o envelhecimento e o segundo sobre como educar e formar para o sucesso individual e o desenvolvimento social e local.
Neusa Festas, Diretora do Núcleo de Respostas Sociais do Centro Distrital da Segurança Social de Viseu, falou sobre o “Enquadramento das políticas sociais para o envelhecimento”; Maria do Céu Macedo, Diretora do Núcleo de Intervenção Social do Centro Distrital da Segurança Social de Viseu, das “Medidas de Apoio ao Cuidador Informal”; Alexandra Dinis, Associação Portuguesa para o Mindfulness, sobre “Mindfulness e Terapias de 3ª Geração”; Anabela Guedes, Docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego – ESTGL, abordou “A comunidade e a necessidade de uma escola inclusiva e motivadora”; Pedro Cunha da Fundação Calouste Gulbenkian, “A importância das academias do conhecimento”¸ José António Almeida, Diretor Pedagógico da Escola Profissional da Quinta do Ribeiro, fez a apresentação de projeto “Escola Solidária”; Maria do Carmo Aires, docente do Agrupamento de Escolas de Moimenta da Beira, a apresentação do projeto “Escola Embaixadora do Parlamento Europeu”; e por último, Joana Moreira, Presidente da Associação Juvenil Transformers, falou sobre o “Projeto Transformers”.
Fonte: CMMB
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