A construção de um heliporto junto ao
Serviço de Urgência Básica (SUB) de Moimenta da Beira é algo que faz parte dos
planos da autarquia desde que o serviço entrou em funcionamento, em 2009, diz
ao PÚBLICO o presidente da câmara José Lopes Ferreira (PS). O que falta? É
necessário que as “entidades competentes informem se há condições para que
isso aconteça e digam quais são”.
Há dez anos que o local estabelecido
para aterragem dos helicópteros em Moimenta da Beira é o Estádio Municipal
do Matão, um terreno em terra batida afastado do centro da vila.
Foi nesse local que o comandante do helicóptero do INEM chamado para
prestar auxílio a um homem que tinha sido agredido pelo ex-patrão em São
João da Pesqueira se recusou a aterrar, tendo manifestado preferência pelo
campo relvado que também existe na vila. A vítima acabou por falecer, mas o
INEM já disse que “o local de aterragem do helicóptero não teve implicação na
assistência”, já que o homem morreu antes da chegada da equipa.
A opção por não aterrar causou
estranheza aos bombeiros locais. José Requeijo, comandante dos Bombeiros
Voluntários de Moimenta da Beira, explicou ao PÚBLICO que “há cerca de três
semanas aterrou um helicóptero no mesmo local durante a noite”.
“O que está predefinido e acordado há
muitos anos com o INEM é que quando são accionados os meios de apoio a uma
missão de um helicóptero” o destino é o Estádio do Matão. “Eles já sabem as
coordenadas para onde vão. O procedimento normal é sair um veículo tanque,
predefinido para fazer rega e estabilização do terreno, uma ambulância de
socorro para dar apoio à equipa médica, e foi isso que estava feito [na noite
do incidente]”, esclarece ainda o comandante.
Sobre o incidente, o presidente da
câmara refere que “todos os equipamentos estão ao serviço”. Avisa, porém, que
“têm de existir condições adequadas de segurança para todos – aeronave,
pilotos, população”. E explica que 0 “estádio relvado tem uma utilização
exaustiva à noite”. “Eu não posso introduzir um helicóptero sem previamente ter
estudado todas as condições de segurança para que ele ali aterre. Quer
relativamente aquela população, quer em relação à população que por ali passa,
a única coisa que precisamos é de definir os melhores procedimentos e
colocá-los em prática de forma estabilizada.”
Quanto à instalação do heliporto junto
ao SUB local, o presidente da câmara refere que “até há um esboço de um
projecto feito pelo arquitecto que teve intervenção na obra do SUB, só que eles
não são a entidade competente para este licenciamento”. E acrescenta que, ao
lado do serviço de urgência, há um terreno e “metade desse espaço está
atribuído a um parque de estacionamento e a outra metade está reservada para aí
poder vir a ser construído o heliporto”.
O presidente da câmara refere ainda que
em causa não está a adequação do estádio municipal para esta finalidade. “Não é
para que não usem os campos de futebol, mas se o heliporto ficar junto do SUB
fica na localização ideal. As equipas médicas já não precisam de ser
transportadas para o campo de futebol porque estão ali ao lado.”
“A possibilidade está a ser estudada e é
nossa vontade que ela se concretize desde que existam condições de segurança no
local. Por exemplo, o espaço está entre edifícios: de um lado, o SUB; do outro,
edifícios particulares e uma rua. Eu não sei se a dimensão é adequada às
aterragens”, assume o autarca.
O PÚBLICO contactou o INEM sobre a
possibilidade de definição de um local alternativo para aterragem dos
helicópteros que prestam apoio à população desta região, mas não obteve
resposta.
Fonte: Jornal Publico
Reportagem SIC:
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