segunda-feira, 2 de novembro de 2020

«Notícia» - Covid-19: autarcas nos concelhos de risco entre a cautela e a necessidade

As novas medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, António Costa, para combater a pandemia da covid-19 deixam algumas dúvidas ao presidente da Câmara Municipal de Tabuaço, Carlos Carvalho, que pretende “analisar e perceber melhor que tipo de impacto podem ter” em concelhos como o que lidera e que está entre os 121 do país que têm mais de 240 casos por 100 mil habitantes por 14 dias.

“Existem algumas situações que nos custam um bocadinho a entender, a questão daquilo que é o dever cívico de recolhimento domiciliário, por exemplo, coloca-nos quase numa esfera daquilo que é o dever cívico de ir votar. Temos de tentar perceber que tipo de impacto isso pode ou não ter, em tudo aquilo que é a nossa realidade”, refere o autarca que admite que vai “olhar com mais atenção” para o que tem acontecido e quais as alterações nos concelhos do norte que já estavam com confinamento parcial (Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousada).

“De qualquer forma a partir do dia 4 de novembro, como é lógico, iremos levar a cabo todas estas medidas agora impostas, porque também acredito que quem as impõem é porque entende que com elas que seja possível controlar as situações mais gravosas que vão acontecendo ao nível da Saúde Pública”, reforça Carlos Carvalho.

Num outro registo, o presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão, Leonel Gouveia, não tem dúvidas de que estas medidas se justificam. “Se queremos diminuir o número de contágios e o número de infetados tem de se fazer um esforço acrescido”, começa por afirmar, acrescentando que “a partir do momento em que há um critério definido, que é o critério do número de infetados por 100 mil habitantes, temos que encarar esta decisão como uma medida positiva para resolvermos o problema”. “Não podemos enfiar a cabeça na areia e esperar que isto se resolva sem que haja medidas acrescidas para conter o contágio do vírus”, ressalva.

Abrangidos por estas medidas governamentais anunciadas pelo primeiro-ministro, estão ainda mais cinco concelhos do distrito de Viseu, num conjunto de 121 a nível nacional, como são os casos dos concelhos de Cinfães, Tondela, Oliveira de Frades, São João da Pesqueira e Moimenta da Beira. Estes são os municípios que têm mais de 240 casos por 100 mil habitantes por 14 dias, de acordo com os critérios do Centro Europeu de Controlo de Doenças.

Assim, para os concelhos abrangidos pelas novas medidas, o Conselho de Ministros determinou o dever de permanência no domicílio, exceto para o conjunto de deslocações já previamente autorizadas, às quais se juntam as deslocações para atividades realizadas em centros de dia, para visitar utentes em estruturas residenciais para idosos, unidades de cuidados continuados integrados ou outras respostas dedicadas a pessoas idosas, bem como as deslocações a estações e postos de correio, agências bancárias e agências de corretores de seguros ou seguradoras.
Fonte: Jornal do Centro

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