Para sabermos afinal como tudo funciona, visitamos a Cooperativa Agrícola do Távora, em Moimenta da Beira, onde este ano são esperadas oito mil toneladas de maça. “É um bom ano para a maça, quer em termos de quantidade e qualidade. Houve algumas zonas que foram afetadas pela geada e granizou mas muito pouco e muito pontual”, afirma Nuno Franclim, vice-presidente.
Nesta viagem pela “casa” onde tudo acontece, tivemos a oportunidade de conhecer o processo desde a entrada da maça na cooperativa até à saída para os mercados. A primeira paragem é na balança, as camionetas carregadas chegam e param numa zona que dirá a quantidade que o produtor trouxe. Atualmente, a Cooperativa Agrícola do Távora tem cerca de 130 associados, vindos do concelho de Moimenta da Beira e Sernancelhe. Já agora, aproveitamos também para contar mais uma curiosidade: Vila Nova de Paiva, logo ali ao lado, não integra a lista por se tratar de uma zona mais fria, condição pouco favorável à maça.
Mas, continuemos a “viagem”… “Depois de pesada, passa por um processo de desinfeção e entra para as câmara frigoríficas onde é armazenada durante o ano. Vai sendo depois consumida de acordo com as exigências do mercado”, explica Nuno Franclim. Contudo, tudo poderia mudar se estivessem temperaturas mais quentes, ao contrário do que está a acontecer, nesse caso “não poderia entrar diretamente para as câmaras”.
Já dentro dos frigoríficos gigantes, a maça é conservada entre um grau e meio, dois graus, onde poderá permanecer até julho ou agosto, praticamente um ano. “A maça tem que ir para as câmaras porque o tipo de conservação tem que ser em frio, se a maça não tivesse esse frio ela deteriorava-se muito rapidamente”, alerta Nuno Franclim, que aproveita ainda para contar que “a maça não se pode vender no mesmo mês ou no período de entrada”.
Há ainda outro processo importante, a calibragem da maça. Quando chega pelas mãos dos produtores não vem separada por tamanhos, esse trabalho é feito pela cooperativa. O calibrador faz uma triagem na maça, encontra a que não está em condições para ir para o mercado, por ter pedrados ou dedadas, dividindo-a por tamanhos”, explica Nuno Franclim.
Numa espécie de corredores metálicos, a maça, já dividida por tamanho, fica em água para que “não toquem umas nas outras, o que as podia danificar”, água essa que também permite que pequenas dedadas, decorrentes da apanha, desapareçam. Feita a devida triagem, é hora de as maças serem encaminhas para as câmaras frigoríficas onde ficarão até serem comercializadas.
A grande parte da produção destina-se ao mercado nacional, nomeadamente às grandes superfícies comerciais, sendo que há também alguma exportação.
Em todo esta “viagem” estão envolvidos mais de 25 trabalhadores que, por esta altura, não têm mãos a medir.
Fonte: Jornal do Centro
Sem comentários:
Enviar um comentário