Em comunicado, esta organização refere que se deslocou, a 19 de agosto, à região do alto Paiva, nos concelhos de Moimenta da Beira e Vila Nova de Paiva, para avaliar os efeitos da seca e da poluição nos primeiros 15 quilómetros do rio, entre a nascente e Vila Nova de Paiva.
O cenário encontrado foi de “autêntica catástrofe natural e desolação”, uma vez que o rio está “totalmente seco ao longo de vários quilómetros, praticamente em todo o concelho de Moimenta da Beira até ao limite com Vila Nova de Paiva, apresentando algumas zonas com pouca água acumulada e estagnada, sem corrente”. Além dos “sinais de eutrofização em várias zonas, existem muitos quilómetros que se apresentam completamente secos e com sinais de não correr água há vários meses e sem sinais de vida”.
De acordo com a associação, a “seca extrema que se verifica no alto Paiva, associada às descargas poluentes e existência de várias barreiras artificiais, acaba por ter reflexos mais a jusante, nos concelhos de Castro Daire, Arouca, Cinfães e Castelo de Paiva, onde o rio tem apresentado com uma cor esverdeada e um cheiro desagradável”.
Conforme explica, é provável que esta situação resulte “do baixo caudal e da fraca oxigenação da água, acrescidos de um aumento da concentração de nutrientes orgânicos e da temperatura da água”. O crescimento rápido de microalgas e outros microrganismos “turva a coluna de água e impacta fortemente o ecossistema aquático”, sendo que, neste processo, “surgem na água compostos que produzem cheiros desagradáveis e que são, muitas vezes, tóxicos”.
A situação “não é nova”, mas tem-se “agravado nos últimos anos”. A S.O.S. Rio Paiva alertou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para este problema e “aguarda que seja posta em prática, com urgência, a Resolução aprovada pela Assembleia da República em setembro de 2021, que consiste num Plano de despoluição e conservação do Rio Paiva”.
A S.O.S. Rio Paiva é uma organização não governamental de âmbito regional de referência na preservação, defesa e regeneração do Vale do Paiva – seus cursos de água, florestas, habitats, património cultural e suas gentes.
Fonte: averdade.com
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