domingo, 22 de outubro de 2023

«Notícia» - Região de Viseu com rendimentos acima do limiar da pobreza

Todos os concelhos da região de Viseu têm rendimentos acima do limiar da pobreza. A conclusão é do Instituto Nacional de Estatística (INE) com base em dados de 2021, o ano mais recente.

Resende é o município onde os rendimentos são mais baixos em todo o distrito. O valor mediano do rendimento anual bruto declarado deduzido do IRS liquidado neste concelho rondou os 7.016 euros há dois anos.

Nessa altura, uma pessoa que ganhasse menos de 6.608 euros ou o equivalente a 551 euros por mês estava abaixo do limiar da pobreza.

Na ‘cauda’ do distrito estão também os concelhos de Cinfães (7.157 euros de rendimento), Tabuaço (7.553 euros), São João da Pesqueira (7.752 euros) e Castro Daire (7.862 euros).

No topo da lista está Viseu, onde os rendimentos são mais altos. Na capital de distrito, os habitantes ganharam em média 10.513 euros. Segue-se Mangualde, com 9.511 euros, e Tondela, com 9.481 euros.

Acima dos 9 mil euros, estão também os concelhos de Nelas (9.452 euros), Oliveira de Frades (9.415 euros), Mortágua (9.382 euros), Carregal do Sal (9.379 euros), Santa Comba Dão (9.364 euros), Vouzela (9.288 euros) e Lamego (9.066 euros).

Já na casa dos 8 mil euros, estão os municípios de São Pedro do Sul (8.979 euros), Sátão (8.771 euros), Tarouca (8.733 euros), Vila Nova de Paiva (8.729 euros), Penalva do Castelo (8.670 euros), Aguiar da Beira (8.605 euros), Moimenta da Beira (8.576 euros), Sernancelhe (8.282 euros) e Armamar (8.034 euros). O INE não tem dados de Penedono.

Em toda a região (incluindo Aguiar da Beira, que integra a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões), o rendimento médio anual ronda os 8.752 euros (uma média de 729 euros por mês).

Mais de um terço das famílias ganha 833 euros/mês e não tem como pagar despesas inesperadas

No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinala esta terça-feira (17 de outubro), a Pordata divulgou um retrato sobre a pobreza em Portugal. Segundo a plataforma da Fundação Francisco Manuel dos Santos, um em cada cinco portugueses vivia abaixo do limiar da pobreza em 2021. Entre os grupos mais vulneráveis, está a população idosa.

Também de acordo com a Pordata, que cita dados do INE, mais de um terço das famílias portuguesas ganha 833 euros brutos e não consegue pagar despesas inesperadas. Mais de seis por cento dos agregados admite ter também atrasos nos pagamentos de rendas, prestações ou créditos.

Aumentou ainda a percentagem da população que diz ser incapaz de aquecer convenientemente a casa, sendo que Portugal foi o quarto país da União Europeia com maior proporção de pessoas a dar conta dessa incapacidade.

Por outro lado, “também subiu ligeiramente a proporção da população sem capacidade financeira para assegurar uma refeição de carne, peixe ou equivalente vegetariano de 2 em 2 dias (de 2,4% para 3%) e de pessoas sem capacidade para pagar uma semana de férias por ano, fora de casa (de 36,7% para 37,2%)”, segundo a Pordata.

Os indicadores mais recentes do INE sobre pobreza mostram que, há dois anos, 1,7 milhões de portugueses estavam em risco de pobreza e que 18,5% das crianças e jovens eram pobres, além de ter aumentado o risco nas famílias com dois adultos e duas crianças.

Relativamente à evolução da inflação e ao poder de compra dos portugueses, a Pordata refere que, em 2022, se registou a taxa de inflação mais elevada dos últimos 30 anos e que, a partir de fevereiro do ano passado, se assistiu ao aumento generalizado do preço dos bens e serviços, muito por culpa da guerra na Ucrânia.

“É preciso recuar 30 anos para encontrar uma taxa de inflação superior à de 2022 (7,8% vs. 9,6% em 1992). Desde que há registo, o pico da inflação ocorreu em 1984 (28,5%) e, desde meados de 1995, a inflação foi sempre inferior a 4,5%. Nos anos mais recentes, temos de recuar a 2017 para encontrarmos uma subida nos preços superior a 1,3%”, refere a plataforma.

Como consequência, diminuiu o poder de compra dos portugueses e os 760 euros do salário mínimo nacional equivalem a 678 euros, já que os produtos do cabaz de compra representativos das despesas das famílias encareceram, em média, 12,2%.

A Pordata refere também que em matéria de habitação, em 2022, o preço das casas aumentou 90% face a 2015 – contra 48% da média da União Europeia, enquanto os salários subiram apenas 20%.

Fonte: Jornal do Centro

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