quinta-feira, 20 de junho de 2024

«Reportagem» - Em Viseu, produtores de maçã pedem intervenção na regulação dos preços

 Um ano mais chuvoso não é sinal, propriamente, de um ano de maçã. Mais custos, mais trabalho, mais tratamentos, mas o que assusta os fruticultores é o preço a que será pago o kg da maçã ao produtor.

"Eu acho que o Estado está atento, por informações que nós já tirámos, mas têm de atuar rapidamente para que decalagem entre quem produz, quem guarda o período e quem comercializa não possa ter este diferencial tão relevante", diz João Silva da cooperativa Távora Varosa.

"Nós temos uma diferença entre aquilo que é pago ao produtor e aquilo que o consumidor paga pelo valor final de uma maçã. Temos casos em que o valor é 8/10 vezes superior, dependendo da variedade", explica o produtor João Salgueiro.

O preço dispara e chega a ser 10 vezes superior ao que é pago a quem apanha a fruta da árvore. A cooperativa do Távora Varosa, em Moimenta da Beira, já reuniu com o ministério da agricultura para falar de um problema que não é de hoje e precisa de coragem política.

"Um quilo que maças custa à produção à volta de 25 cêntimos, o custo de uma estrutura para guardar o produto ao longo do ano custa entre 23 a 25 cêntimos e depois é preciso pagar transportes, é preciso garantir uma série de questões, o que deixa muito pouco para distribuir pelos agricultores", conta João Silva.

"Dos custos de produção, todos os anos têm havido aumentos, qualquer que seja o fator de produção, seja a nível de fertilizantes, seja ao nível de produtos fitofarmacêuticos, seja o custo da mão de obra, todos os fatores de produção estão a aumentar. O preço pago ao produtor não tem acompanho esta subida dos fatores de produção", acrescenta João Salgueiro.

A campanha da maçã começará dentro de um mês e a dúvida é sempre a mesma: quanto vão receber este ano os produtores.


Reportagem SIC aqui

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