Caria teve um castelo
De acordo com um pergaminho (ver imagem 1) datado do século X (ano 960), Caria teve um castelo. Na verdade, este precioso documento regista uma doação de bens da condessa D. Flâmula Rodrigues (também conhecida por Chamôa Rodrigues, filha do conde D. Rodrigo Tedones e de D. Leodegúndia Dias), exarada no Livro de Mumadona Dias (sua tia), ao Mosteiro de Guimarães, onde ingressa como devota (Mário Jorge Barroca, Fortificações e Povoamento no Norte de Portugal (séc. IX a XI), PORTVGALIA, Nova Série, vol. XXV).
Entre esses bens contam-se dez castelos:
“... nostros castellos id est Trancoso, Moraria, Longobria, Nauman, Vacinata, Amindula, Pena de Dono, Alcobria, Seniorzelli, Caria, cum alias penellas et populaturas que sunt in ipsa Stremadur...” (PMH, DC 81 = VMH 11).
E a sua identificação parece ser a seguinte: Trancoso corresponde a Trancoso; Moraria a Moreira de Rei; Longobria a Longroiva; Nauman a Numão; Vacinata corresponderá a Muxagata (?); Amindula a Meda; Pena de Dono a Penedono; Alcobria a Alcarva; Seniorzelli a Sernancelhe; Caria a Caria (CINTRA 1984: pp. XXXVI-XXXVII; BARROCA 1990-91: pp. 94-98).
Sem dúvida um documento extremamente importante para o estudo da castelologia medieval portuguesa que nos revela a existência de vários castelos na zona da Beira Interior (a Sul do Douro), a fronteira do espaço interceptado pelas forças cristãs.
Entre esses bens contam-se dez castelos:
“... nostros castellos id est Trancoso, Moraria, Longobria, Nauman, Vacinata, Amindula, Pena de Dono, Alcobria, Seniorzelli, Caria, cum alias penellas et populaturas que sunt in ipsa Stremadur...” (PMH, DC 81 = VMH 11).
E a sua identificação parece ser a seguinte: Trancoso corresponde a Trancoso; Moraria a Moreira de Rei; Longobria a Longroiva; Nauman a Numão; Vacinata corresponderá a Muxagata (?); Amindula a Meda; Pena de Dono a Penedono; Alcobria a Alcarva; Seniorzelli a Sernancelhe; Caria a Caria (CINTRA 1984: pp. XXXVI-XXXVII; BARROCA 1990-91: pp. 94-98).
Sem dúvida um documento extremamente importante para o estudo da castelologia medieval portuguesa que nos revela a existência de vários castelos na zona da Beira Interior (a Sul do Douro), a fronteira do espaço interceptado pelas forças cristãs.
Também a respeito do castelo de Caria, em 1758, o Pároco Manuel dos Santos Veloso (Memória Paroquial) escreveu que em uma borda desta vila (Caria) está um outeiro não muito alto com grandes penedos no qual se vêem os alicerces de um castelo e se acham pedaços de ferro e muitos grãos de centeio, trigo e cevada queimada. Não se sabe se este castelo foi do tempo dos mouros se dos antigos cristãos. Ainda este sítio se chama hoje o castelo de Caria.
Com base nestas informações, acredita-se que o referido castelo se situasse no local onde hoje está implantada a Capela da Senhora da Guia, um sítio com aproximadamente 800 metros de altitude (ver imagem 2).
Publicado no Jornal Beirão de 16/10/2009
Autor: José Carlos Santos
3 comentários:
Olá, boa tarde: Bom artigo!
Há também a tradição oral de um castelo em Leomil e em Santa Maria de Lobozaim... Infelizmente não há documentos que o comprovem, embora tal não o infirme.
Um abraço!
Grande Artigo.
Realmente o nosso concelho tem muitas histórias interessantes.
Parabéns ao JCS.
Abraço
Boa noite. Agradeço os vossos comentários. De facto, o nosso concelho reserva-nos muitas surpresas históricas e arqueológicas.Neste sentido,o trabalho do Jaime é também muito importante. Quanto a Leomil e a Santa Maria de Lobozaim, esperemos que se encontrem documentos ou materiais arqueológicos que o comprovem, pois também acredito que terá existido algo nestes locais. Cumprimentos para ambos.
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