É uma mostra única e incomparável sobre o Lobo Ibérico em Portugal que o público português vai ver pela primeira vez em Moimenta da Beira. Depois, vai andar em itinerância pelo resto do país. A inauguração é na próxima quinta-feira, 3 de maio, às 14h30, no átrio da Câmara Municipal, onde permanecerá até dia 30 daquele mês. A mostra arranca em Moimenta da Beira pela importância do concelho como último reduto do lobo ibérico a sul do Douro. É que na serra de Leomil vive a mais importante e estável alcateia desta região do país.
São sete expositores, em formato gigante, que vão ocupar o espaço inteiro do átrio dos Paços do Concelho, que têm por base o trabalho de vários anos do fotógrafo de natureza João Cosme. As fotos transportam-nos para paisagens de grande beleza e situações de rara “intimidade” do lobo no seu habitat natural e são complementadas com textos informativos sobre a espécie e o seu habitat (em português e inglês).
A exposição procura divulgar vários aspetos da realidade desta espécie emblemática da fauna nacional e também o trabalho da Associação de Conservação do Habitat do Lobo Ibérico (ACHLI) ao longo dos anos, na conservação do seu habitat.
Fica uma breve explicação científica: O lobo (Canis lupus, Linnaeus 1758) é um mamífero da família dos canídeos. Carnívoro de grande porte, apenas ultrapassado na Europa pelo urso pardo, é o canídeo selvagem de maiores dimensões da atualidade. O lobo ibérico (Canis lupus signatus Cabrera 1907) é a subespécie endémica da Península Ibérica. Em Portugal possui o estatuto de conservação de espécie “Em Perigo” (EN) sendo considerada prioritária. No início do século XX o lobo ibérico era relativamente comum e ocupava diversos territórios de norte a sul de Portugal. Atualmente este canídeo tem uma distribuição muito mais reduzida (aproximadamente 20 400 km2) que compreende apenas a região a norte do rio Douro e uma área mais reduzida a sul deste rio, região centro norte, dando origem a duas subpopulações. De uma forma genérica, a espécie ocorre em áreas montanhosas destas regiões, refletindo uma menor densidade populacional humana e atividade agrícola pouco intensiva nestes locais.
Fonte: CMMB