Moimenta da Beira é um dos concelhos onde há anualmente maiores perdas de água no país. A vila está entre os 15 municípios que aparece numa lista divulgada esta terça-feira (25 de junho) pela Deco.
Segundo a associação de defesa do consumidor, Moimenta da Beira tem 364 litros perdidos por dia e 900 mil metros cúbicos perdidos por ano. A lista é liderada por Macedo de Cavaleiros, com 642 litros de água perdidos por ramal e por dia, o equivalente a 2,35 milhões de metros cúbicos por ano.
O presidente da Câmara local, José Eduardo Ferreira, contesta os dados e diz que a água perdida em Moimenta da Beira não é desperdício, mas sim água não faturada.
“Nós não atribuímos um valor quantitativo à água que usamos nas regas dos nossos jardins, nos edifícios públicos e no conjunto das organizações públicas, principalmente municipais, que têm consumos efetivos mas que, não sendo quantificados, aparecem como perdas”, explica.
O autarca assegura que, para resolver o problema, Moimenta da Beira vai juntar-se a outros municípios numa associação que vai gerir a água no território do Douro Sul.
“Reconhecemos que gerir pequenos sistemas individualmente é uma dificuldade. Estamos em vias de constituir a associação Águas do Douro Sul, que agrega um conjunto de municípios que terão melhores condições para combater as perdas”, refere.
José Eduardo Ferreira salienta que as perdas de água da região são similares àquelas dos concelhos que gerem individualmente os sistemas de saneamento e garante que a associação será oficializada em breve.
Perdas de água rondam os 180 milhões de metros cúbicos no país
Tendo por base a análise de dados da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos, a Deco revelou a lista dos 15 municípios do país com maiores perdas de água.
A associação denunciou que as perdas de água em Portugal rondam os 180 milhões de metros cúbicos por ano e correspondem a um desperdício na ordem dos 90 milhões de euros.
O valor apurado corresponde, segundo a associação, “a 197 piscinas olímpicas”, mas, estimando o valor não contabilizado nos municípios que não forneceram dados, as perdas deverão chegar, anualmente a “mais de 180 milhões de metros cúbicos de água, o que corresponde a deitar fora cerca de 90 milhões de euros”, refere a Deco em comunicado.
As perdas são provocadas por problemas ao nível “do armazenamento, do transporte e na distribuição” de água.
No comunicado, a Deco defende que “uma quantia tão elevada [de perdas] não deve repercutir-se na fatura cobrada ao consumidor” e alerta que a falta de manutenção “poderá levar ao colapso” das condutas, dando origem a avarias e a perdas de água da rede.
Fonte: Jornal do Centro
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