A campanha de apanha da maçã já começou no norte da região de Viseu. Entre o granizo e a falta de mão-de-obra, os produtores esperam, no entanto, que seja um ano de boas maçãs.
Na zona do Távora Varosa, a campanha arrancou em força na segunda-feira (30 de agosto). O presidente da Cooperativa Agrícola do Távora, João Silva, diz que a expetativa para a produção é boa, nomeadamente na maçã Gala.
“Nesta variedade, onde muitos dos nossos associados evidenciaram preocupações no início da colheita, a expetativa é boa porque tem alguma fruta, embora precise de mais cor. Mas a fruta tem evoluído bastante favoravelmente nos últimos dias e penso que a campanha vai ser razoável e de qualidade”, explica.
O responsável pela cooperativa sediada em Moimenta da Beira prevê um crescimento que ronde entre os 15 e os 20 por cento este ano. A Cooperativa do Távora tem 140 associados que produzem entre oito e 10 mil toneladas de maçã por ano.
A grande dificuldade do setor prende-se com a falta de trabalhadores, uma situação que, assume João Silva, tem vindo a agravar-se nos últimos tempos. “Há pouca mão-de-obra. É difícil, há pouca gente e as empresas estão a recorrer a pessoas que vêm de fora do país. Alguns concorrem aqui com o que houver. Esta é a grande dificuldade nesta campanha que se antevê quer para a fruta quer para as vindimas”, afirma.
Para ajudar a atrair mais gente para a apanha da maçã, João Silva defende a criação de bolsas de trabalhadores e a articulação entre as empresas do setor e o Estado.
Em Armamar, o granizo voltou a fazer estragos
Já em Armamar, capital da maçã de Montanha, o granizo é o pior inimigo. A saraiva que caiu em maio do ano passado voltou a fazer estragos nos pomares este ano. O presidente da Associação de Fruticultores local, José Osório, antevê impactos na qualidade da produção.
“Vão sair maçãs com menos qualidade nos locais onde o granizo foi bastante acentuado, mas se o tempo continuar a ser bom penso que vamos ter muita maçã no nosso concelho”, acrescenta. Segundo José Osório, o granizo deste ano já afetou cerca de 40 por cento da maçã de Armamar.
A apanha da maçã neste concelho decorre até meados de outubro. Armamar produz entre 70 mil e 80 mil toneladas por ano e tem cerca de 200 fruticultores.
Fonte: Jornal do Centro
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