domingo, 7 de agosto de 2022

«Notícia» - Vendas de vinho aumentam nos primeiros seis meses do ano

As vendas dos vinhos produzidos no distrito de Viseu aumentaram nos primeiros seis meses deste ano, segundo dados divulgados pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).

Entre janeiro e junho, a região do Dão, que junta boa parte dos concelhos da região, vendeu mais de 2,9 milhões de litros de vinho (mais 516 mil litros), tendo crescido 21,6% (por cento) nas vendas em volume e 65,6% no valor, que rondou os 15,6 milhões de euros (mais 6,1 milhões).

Já o Douro, uma das principais regiões demarcadas do país que abrange municípios como Lamego, Armamar, Tabuaço e São João da Pesqueira, entre vários outros, conseguiu comercializar mais de 7,1 milhões de litros (mais 1,3 milhões ou 22,7%) que resultaram em receitas de 68,4 milhões de euros (uma subida de 63,8% face aos cerca de 41,8 milhões faturados em 2021).

As Terras de Cister, que inclui a zona do Távora-Varosa e envolve concelhos como Tarouca, Moimenta da Beira, Sernancelhe e Penedono, venderam mais de 15 mil litros (mais 3 mil ou 33,3%), que se traduziram num volume de negócios superior a 122 mil euros (mais 43 mil ou 55,1%).

A maior parte das vendas dos vinhos do Dão e do Douro foi para o setor da distribuição (69,9% de quota do volume no caso do Dão e 68,1% no Douro), enquanto que, para as Terras de Cister, grande parte dos vinhos foram expedidos para a restauração (73,5%).

O Douro é o ‘campeão’ das quotas de mercado das regiões de vinhos do distrito, com 12,5% da quota no volume e 21,1% nas vendas em valor. Já o Dão teve 5,1% e 4,8%, respetivamente. As Terras do Cister registaram quotas muito residuais.

Também os preços de venda aumentaram substancialmente em comparação com o período homólogo. Em média, os vinhos do Douro subiram 33,5% de preço para uma média de 9,57 euros.

Já os néctares das Terras de Cister foram vendidos a uma média de 8,04 euros, indicando uma subida de 16,4%. Os vinhos do Dão são mais baratos, no valor de 5,39 euros, mas registam o maior crescimento: 36,1%.

Relativamente a todo o ano de 2021, as vendas de vinhos aumentaram no Douro, mas desceram em comparação com 2020 no Dão e no Cister. Ao todo, as três regiões demarcadas venderam cerca de 19 milhões de litros de vinho que corresponderam a uma receita global de 134 milhões de euros. Só o Douro vendeu 13,6 milhões de litros enquanto o Dão comercializou 5,3 milhões.

A maioria das vendas no Douro e no Dão pertencem a vinhos certificados com o selo Denominação de Origem Protegida, enquanto a Indicação Geográfica Protegida é o ‘rei’ das vendas das Terras de Cister.

Em todo o país, as vendas de vinho cresceram 14,3% em volume e 52,8% em valor, no primeiro semestre, para um total de 130,1 milhões de litros, no valor de 503,3 milhões de euros.

Mesmo assim, entre janeiro e junho, as vendas de vinho na grande distribuição caíram 9,8% em volume e 4,8% em valor, para um total de 92 milhões de litros e 240,2 milhões de euros.

Em contrapartida, as vendas na restauração disparam, com aumentos de 221,8% em volume e de 241,8% em valor. No total, durante o primeiro semestre, foram consumidos 38 milhões de litros, no valor de 263 milhões de euros.

O facto de, no primeiro trimestre do ano passado, a restauração ter estado encerrada por causa da Covid-19 ajuda a explicar grande parte do crescimento, a par do acréscimo substancial na procura turística.

Quanto às vindimas, as previsões do IVV para a próxima colheita são mistas, muito por culpa da seca. Para o Dão, está prevista uma quebra de produção na ordem dos 15% graças à seca, ao calor e ao stress hídrico. Já para as Terras de Cister, a previsão aponta para um aumento de 10%, uma vez que os prejuízos provocados pela geada foram “pouco significativos” e as vinhas apresentam um “bom estado fitossanitário”.

Por outro lado, no Douro, prevê-se um decréscimo da produção de vinho na ordem dos 20%, também por causa do calor e da falta de água que, juntas, “têm vindo a acentuar as situações de stress que afetam a maturação da uva e respetivo rendimento”, refere o IVV.

Fonte: Jornal do Centro

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