Factualmente, as pessoas com deficiência têm sido um dos grupos mais discriminados, excluídos e oprimidos. Da mitologia grega e romana às religiões judaico cristãs, do teatro à arte e à literatura, várias são as fontes que nos falam da deficiência como algo indesejável, como pecado, impureza, tragédia e fatalidade, mas também como manancial de caridade e pena visões que se têm liquefeito na contínua exclusão e opressão das pessoas com deficiência. O progresso científico e industrial, mais não veio que legitimar muitas dessas visões pré-existentes, dando-lhes um carácter científico e naturalizando a deficiência enquanto fonte de desigualdade.
A opressão e exclusão social das pessoas com deficiência na nossa sociedade permanecem nos nossos dias, sendo disso reflexivo a forte relação entre pobreza e deficiência. Enfatizar esta ligação entre deficiência e indigência económica e exclusão social, não designa, no entanto, afirmar que aquela seja a causa e estas o resultado. As situações de indigência e exclusão social não decorrem da deficiência, mas sim da forma como a deficiência é construída socialmente, bem como as barreiras físicas, sócias, psicológicas e “preconceitos” criadas pela sociedade. A deficiência deve ser, pois, assente como a desvantagem ou a restrição de actividade criada pelas instituições sociais, cuja não consideração das necessidades das pessoas com qualquer incapacidade impede a sua participação na sociedade e nas actividades sociais habituais para qualquer outro cidadão/a.
Ass.: João Silva
3 comentários:
Boas...
É um artigo interessante e que retrata a realidade em que ainda vivemos.
Apesar das mudanças na legislação, uma pessoa deficiente continua a não ser tratada de forma digna.
Isto é consequência sobretudo da árvore social e da mentalidade em que assenta a sociedade.
Cumprimentos
JP
Boa Noite,
É verdade JP. Infelizmente é uma realidade.
É tema que abrange as mais variadas áreas e por muito que se criem leis elas teimam em não sair do papel.
abraço,
joaomd
Concordo com o artigo, muito embora seja necessário dizer também que nunca como hoje o apoio social e até as acções de sensibilização para este problema, foram tão grandes. Nem nunca como hoje a sociedade foi tão aberta para encarar problemas desta natureza. Certamente que há décadas atrás havia muito mais preconceito e os apoios eram muito mais escassos.
Contudo, nunca é demais, e certamete há muito mais ainda a fazer.
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