Aspeto da ponte que
ligava as povoações de Vilar e Fonte Arcada, sobre o rio Távora, nos inícios do
século XX.
Hoje encontra-se submersa pela
albufeira da Barragem do Vilar[[1]].
Seria de estilo românico, com um tabuleiro plano sobre quatro arcos de
volta inteira, onde podiam observar-se diversas siglas[[2]]
gravadas pelos seus canteiros e constituiu especial referência não só por
representar, durante muito tempo, uma importante travessia[3] sobre
o rio Távora (diretamente entre as povoações do Vilar[[4]] e de
Fonte Arcada[[5]]), como também por ser uma
das mais belas e maiores da região atingindo, de acordo com os registos
disponíveis[[6]]: 10,80 m de altura,
120,60 m de comprimento e 4,90 m de largura, valendo-lhe a classificação de
Imóvel de Interesse Público[[7]].
Publicado
no Jornal Beirão (88.ª edição)
[1] Com a construção da Barragem do
Vilar (inaugurada em 1965), parte do património da região ficou submerso.
Outras pontes que facilitavam a travessia deste rio, nomeadamente na Vila da
Ponte (a qual deu o nome à localidade) e outra entre as povoações de Freixinho
e de Penso, foram abandonadas.
No entanto, além do aproveitamento
hidroelétrico, a barragem tem assumido um papel importantíssimo na distribuição
de água.
[2]
No intradorso do primeiro e último arco podiam observar-se as seguintes letras:
EDG D.
[3]
É interessante saber através do
historiador Augusto Pinho Leal que, durante as Invasões Napoleónicas, os
Franceses atravessaram o rio Távora na Ponte de Fonte Arcada depois de terem
sido travados pelas forças aliadas na Vila da Ponte.
[4] Deixou de
pertencer ao concelho de Fonte Arcada em 1855 para integrar o de Moimenta da
Beira.
[5] Em 1855
deixou de ser concelho, passando a freguesia do município de Sernancelhe.
[6] MOREIRA, Vasco (1929) – Terras da Beira, Cernancelhe e seu Alfoz. Porto:
Officinas de O Commercio do Porto. O
autor regista que os talha-mares, entre os
arcos, partiam de bases angulares, apresentando de meio em meio metro ressaltos
de dez centímetros para terminarem em pirâmides oblíquas, sendo suficientemente
resistentes para atenuar o embate da água na estrutura e, por conseguinte,
facilitar o curso do rio.
[7] Classificado
pelo Decreto n.º 37 728 de 05 de Janeiro de 1950.
Autor: José Carlos Santos
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