Os dois maiores produtores de maçã da
região sofreram este ano uma quebra na ordem dos 40% na produção. Produtores
afirmam que esta quebra resulta dos “problemas climatéricos”, no entanto as
chuvas que se fizeram sentir recentemente “salvaram” a colheita deste ano.
“Este ano não houve inverno, precisamos
há volta de 1000 horas de frio a começar a contar a partir do mês de novembro e
o que aconteceu foi que tivemos o frio quase em março”, explicou ao VivaDouro
José Maurício Fonseca, produtor de Armamar.
Sócio numa empresa familiar que produz
cerca de 1200 toneladas de maçã anualmente e exporta praticamente toda a
produção para Espanha, José Maurício Fonseca acredita que a quebra se vai
situar nos 30%. A quebra não é superior devido ao facto de a maior produção da
empresa ser a variedade Golden e a mais afetada é a Fuji, “é uma variedade
tardia e que este ano sofreu bastante”, afirmou.
Também a região de Moimenta da Beira,
teve este ano “uma quebra significativa”, que ronda os 45%, sendo “superior em
algumas variedades”, explica João Silva, presidente da Cooperativa Agrícola do
Távora, que fica sediada em Moimenta da Beira.
Na opinião de João Silva, as condições
climatéricas estiveram na origem do problema, “a falta de frio na altura da
floração e depois condições também muito acutilantes de chuva que impediu os
crescimentos nalguns casos e noutros até provocou algumas doenças da fruta,
tudo isto junto contribuiu para a quebra na produção”, afirmou o presidente da
Cooperativa.
Miguel Vaz produz cerca de 8 mil
toneladas de maçã anualmente e exporta para países como o Dubai, a Inglaterra,
Angola e Guiné. Também o produtor de Moimenta da Beira sentiu uma quebra na
produção este ano, “a chuva prejudicou imenso e agora o calor também acabou por
prejudicar”, explicou ao VivaDouro.
Chuvas “salvam” colheita da maçã
Apesar da quebra na produção, as chuvas
que caíram recentemente “salvaram” a colheita da maçã, trazendo cor e calibre
ao fruto. Os últimos aguaceiros tinham sido no mês de maio.
“A chuva veio ajudar porque este ano
praticamente ainda não tinha chovido e vai ter importância na qualidade final
dos calibres”, revela José Maurício Fonseca.
Para João Silva, presidente da
Cooperativa Agrícola do Távora, estas chuvas “foram ouro”. “Foi pena cair
pouca, mas já caiu razoavelmente o que permitiu melhorar a qualidade das uvas,
e também a qualidade e a cor das maçãs”.
Estas chuvas também vieram contribuir
para a qualidade do fruto, “se não tivessem acontecido situações de chuva eu se
calhar ia dizer que a qualidade ia ser um pouco inferior. Nós dependemos da
natureza e a chuva é a alma disto tudo e neste momento as perspetivas são
melhores”, afirmou José Maurício Fonseca.
“Temos
muito boa qualidade de fruta. As chuvas vieram ajudar, as maçãs ganharam um
bocadinho de tamanho, vai aumentar o calibre e o preço está muito interessante
o que quer dizer que a qualidade é muito boa”, completou Ricardo Tojal,
produtor de maçã em Moimenta da Beira.
Devido a esta diminuição de produção, o
preço do fruto quando for para o mercado é ligeiramente mais caro que em 2015,
notícia que acaba por ser bem recebida pelos produtores, “vamos esperar uma
melhoria nos preços porque doutra maneira vai ser complicado para o
agricultor”, concluiu Miguel Vaz.
Fonte: VivaDouro
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