É a maior e mais alta serra do concelho e da região, mas a
sua designação está envolta em polémica há décadas. Aquilino Ribeiro teimou em
chamá-la sempre “Serra da Nave”, provocando a ira de leomileneses ilustres e
barristas para quem aquela serrania sempre foi a “Serra de Leomil”.
Na década de 50, José Francisco Pereira, professor em
Moimenta da Beira, na condição de porta-voz do
descontentamento leomilense, faz a defesa da “Serra de Leomil” em inúmeros
artigos que acabariam publicados em livro que intitulou “Leomil e a Serra de
Leomil”. A primeira edição esgotou-se rapidamente e a obra cai no esquecimento.
Seis décadas depois ressurge em
segunda edição por iniciativa da Casa do Povo de Leomil, apoiado pela Junta de
Freguesia de Leomil e Câmara Municipal de Moimenta da Beira.
O lançamento decorre este domingo,
9 de Setembro, às 16h00, no Largo do Outeiro, Leomil, dia em que se celebram na
vila as festividades em honra do Senhor dos Passos.
Na cerimónia de apresentação do livro
vão intervir José Abel Aguiar, presidente da Casa do Povo; António Macedo,
presidente da Junta de Freguesia; José Eduardo Ferreira, presidente da Câmara
Municipal; e Jaime Ricardo Gouveia, historiador e investigador do IUE, de
Florença, Itália.
O autor
de “Leomil e Serra de Leomil” nasceu em 1895 na aldeia de Vidual de Baixo, Pampilhosa
da Serra e faleceu em Moimenta da Beira em 1970. Estudou em Lisboa e Vila Real
onde concluiu o curso do Magistério Primário com 20 valores. Depois, exerceu as
funções de professor do ensino primário em Sambade, Granjal, Vila Nova de
Paiva, Cabanas de Viriato, Lisboa, Vila da Rua e, por fim, Moimenta da Beira.
Publicou
“Os Três Órfãos” (1927), “Anjos e Demónios”, “A Mulher de Amanhã” (1955) e
"Leomil e Serra de Leomil" (década de 50). Conhece-se ainda dele a
edição póstuma de uma colectânea de poemas intitulada “Os Meus Versos
Pobrezinhos”, editada pela família em 2001.
O
historiador Jaime Ricardo considera que “Leomil e Serra de Leomil” “é
inequivocamente, de todas as que se lhe conhecem, a obra portadora de mais
lustro. Escrita de forma escorreita mas assertiva, demonstra toda uma cultura e
sapiência na arte de manejar as palavras e de lhes dar simultaneamente um cunho
profundo, de quem está no assunto como peixe na água, e um estiramento de
trazer à tona uma pluralidade de assuntos que concertam uma clarividência em
abono de uma putativa verdade. Uma verdade acerca da riqueza e estatuto
histórico de Leomil, hoje vila, outrora concelho e ainda antes Couto”.
Fonte: CM MB
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