quarta-feira, 15 de abril de 2009

«Crónica-História» - "História da nossa terra!"

Poetas setecentistas do concelho

No passado dia 21 de Março assinalou-se o dia mundial da poesia. Pretende-se, com este fragmento da nossa História, dar a conhecer dois sonetos ignotos, escritos por duas figuras setecentistas do concelho. Luís Pinto de Sousa Coutinho nasceu a 27 de Novembro de 1735 e faleceu em Lisboa a 14 de Abril de 1804. Edificou um belo solar na vila de Leomil que ainda hoje existe. Foi uma das personalidades mais importantes do século XVIII: governador e capitão-general de Cuiabá e Mato Grosso (1769-1772); embaixador de Inglaterra (1772-1774); ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros (1778; 1803; 1805); e primeiro-ministro de D. Maria I entre 15 de Dezembro de 1788 a 6 de Janeiro de 1801 e de 25 de Agosto de 1803 a 5 de Dezembro de 1803. A Secretaria de Estado começou a intervir mais claramente nos assuntos militares, quando foi entregue, em 15 de Dezembro de 1788, a Luís Coutinho. De facto, entre 1788 e 1801, devido aos seus poderes discricionários de secretário de estado, Luís Coutinho dirigirá o exército, instituindo em 1790 um Regimento de artilharia da marinha, sendo ainda durante o seu governo que a Academia da Marinha foi estabelecida. Após a Revolução Francesa, coube-lhe a responsabilidade de negociar e assinar o Tratado de Badajoz, a 6 de Junho de 1801. Além de todo este percurso, foi também da sua iniciativa a imposição dos primeiros marcos geodésicos (talefes) do país. Recebeu, a 14 de Agosto de 1801, o título de Visconde de Balsemão, com as honras de “Grande do Reino”.
A mulher com quem casou em 21 de Agosto de 1767, Catarina Micaela de Sousa César de Lencastre, nascida a 9 de Setembro de 1749, deu mostras de ser pessoa culta, porquanto legou para a posteridade uma obra poética de apurado interesse com laivos de lirismo pré-romântico. Dessa obra, faz parte um soneto onde a Viscondessa de Balsemão realça a constância de uma flor, a perpétua. Dedicou-o ao seu marido. Não se fingindo de rogado este respondeu-lhe com um outro. Aqui ficam ambos.


Autor: Jaime Ricardo Gouveia

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