DOS ESTADOS UNIDOS À BASTILHA - PASSANDO PELAS INDEPENDÊNCIAS AFRICANAS !
Em 1923, o "Grande" Almada Negreiros - o Futurista que desenhou Pessoa e tentou acordar os portugueses para o séc. XX e mesmo já para o actual - dizia que "Por amor de Deus, não me obriguem a explicar nada do que eu digo"!
É assim que também eu pretendo iniciar a minha modesta colaboração neste espaço de notícias e de opinião, de e sobre Moimenta da Beira, na net. Cada um entenderá as coisas à sua maneira, com a sua sensibilidade própria. Tal como eu, percepcionando o quotidiano, transporto as minhas emoções e sentimentos para as teclas do computador, da forma mais simples e clara - sem, contudo - abdicar de algumas metáforas e do bom humor que caracteriza os portugueses.
E neste quente mês de Julho, a fazer-me lembrar o Verão de 1975 - o que ainda me ocorre são outras grandes revoluções que conduziram à independência dos EUA e instalaram no coração da Europa uma outra política económica e social. O eurocentrismo passava a ter um rosto mais humano, quando a França estabeleceu três princípios norteadores do comportamento dos Homens :- Liberdade, Igualdade, Fraternidade!
Se já existisse nesse tempo, talvez Manuela Ferreira Leite tivesse imposto aos grandes pensadores dessa parte final do séc. XVIII a sua ideia de "verdade". A crer na sua vontade expressa de tudo "rasgar, queimar, cortar" - diria que MFL talvez se enquadrasse quase na perfeição no espírito da época. E que, no fundo, em muito pouco se afasta do sonhador e "pensador" da revolução portuguesa dos cravos - Otelo e os reaccionários para o Campo Pequeno!
Todos sabemos quão difícil se torna fazer coincidir o espírito dos conceitos e a sua prática !
Por isso mesmo, não basta vestir a pele de cordeiro na oposição - para depois a trocar pela de lobo no Governo ou, ainda pior, pela da hiena.
Peço desculpa por me ter afastado um pouco dos ideais do 4 de Julho na América - com um desfecho ainda recentemente inimaginável, pela ascensão de um negro à Casa Branca - um afro-americano com todo o peso das consequências do tráfico de escravos que, para a História [não importa bem ou mal], ajudou a moldar o nosso mundo.
Foi importante - direi mesmo decisivo - o papel dos portugueses nessa questão. Com a "Gloriosa" aventura dos Descobrimentos, demos conteúdo a um conceito nascente de globalização ou mundialização. Novos mundos ao mundo, dizia-se... sabendo que, 500 anos depois, novos países se acrescentaram ao concerto das Nações na Ásia e em África, sem esquecer o grande Brasil semeado na América do Sul.
De um exemplo "conseguido" em Cabo Verde, a 5 de Julho... até um outro bem mais difícil em São Tomé e Príncipe, a 12 de Julho - a nossa "colheita" tem demorado a estabilizar. Mas não deixa de ser significativo o facto de se ir consolidando [apesar de todas as vozes críticas] o sentido da Lusofonia !
Alguns países colonizadores preferiram primeiro a economia - outros pensaram [ou foram obrigados a...] melhor a língua e a cultura. Até o desporto parece dar uma preciosa ajuda, com a realização dos II Jogos da Lusofonia. Já aconteceram em Macau, vieram a Portugal e os próximos serão em Goa.
Para trás ficaram as independências da Guiné-Bissau [quando será possível colocar um travão ao narco-tráfico?] e de Moçambique [só a Paz não chega para encontrar os caminhos do desenvolvimento]... mas o mês de Julho, em 1975, seria ainda marcado pela intensificação da guerra civil em Angola - o que obrigaria a uma impressionante ponte aérea, para fazer retornar ao Portugal já só europeu cerca de 500 mil pessoas.
Contudo, Angola [sobretudo] e Moçambique são hoje novos espaços de "emigração". A par da expansão e preservação da língua, é esse um dos interesses que nos move no âmbito da CPLP.
Deles saibamos tirar proveito e potenciar outros, pois - apesar da Europa - o nosso mundo não deixou de ser atlântico!
Em 1923, o "Grande" Almada Negreiros - o Futurista que desenhou Pessoa e tentou acordar os portugueses para o séc. XX e mesmo já para o actual - dizia que "Por amor de Deus, não me obriguem a explicar nada do que eu digo"!
É assim que também eu pretendo iniciar a minha modesta colaboração neste espaço de notícias e de opinião, de e sobre Moimenta da Beira, na net. Cada um entenderá as coisas à sua maneira, com a sua sensibilidade própria. Tal como eu, percepcionando o quotidiano, transporto as minhas emoções e sentimentos para as teclas do computador, da forma mais simples e clara - sem, contudo - abdicar de algumas metáforas e do bom humor que caracteriza os portugueses.
E neste quente mês de Julho, a fazer-me lembrar o Verão de 1975 - o que ainda me ocorre são outras grandes revoluções que conduziram à independência dos EUA e instalaram no coração da Europa uma outra política económica e social. O eurocentrismo passava a ter um rosto mais humano, quando a França estabeleceu três princípios norteadores do comportamento dos Homens :- Liberdade, Igualdade, Fraternidade!
Se já existisse nesse tempo, talvez Manuela Ferreira Leite tivesse imposto aos grandes pensadores dessa parte final do séc. XVIII a sua ideia de "verdade". A crer na sua vontade expressa de tudo "rasgar, queimar, cortar" - diria que MFL talvez se enquadrasse quase na perfeição no espírito da época. E que, no fundo, em muito pouco se afasta do sonhador e "pensador" da revolução portuguesa dos cravos - Otelo e os reaccionários para o Campo Pequeno!
Todos sabemos quão difícil se torna fazer coincidir o espírito dos conceitos e a sua prática !
Por isso mesmo, não basta vestir a pele de cordeiro na oposição - para depois a trocar pela de lobo no Governo ou, ainda pior, pela da hiena.
Peço desculpa por me ter afastado um pouco dos ideais do 4 de Julho na América - com um desfecho ainda recentemente inimaginável, pela ascensão de um negro à Casa Branca - um afro-americano com todo o peso das consequências do tráfico de escravos que, para a História [não importa bem ou mal], ajudou a moldar o nosso mundo.
Foi importante - direi mesmo decisivo - o papel dos portugueses nessa questão. Com a "Gloriosa" aventura dos Descobrimentos, demos conteúdo a um conceito nascente de globalização ou mundialização. Novos mundos ao mundo, dizia-se... sabendo que, 500 anos depois, novos países se acrescentaram ao concerto das Nações na Ásia e em África, sem esquecer o grande Brasil semeado na América do Sul.
De um exemplo "conseguido" em Cabo Verde, a 5 de Julho... até um outro bem mais difícil em São Tomé e Príncipe, a 12 de Julho - a nossa "colheita" tem demorado a estabilizar. Mas não deixa de ser significativo o facto de se ir consolidando [apesar de todas as vozes críticas] o sentido da Lusofonia !
Alguns países colonizadores preferiram primeiro a economia - outros pensaram [ou foram obrigados a...] melhor a língua e a cultura. Até o desporto parece dar uma preciosa ajuda, com a realização dos II Jogos da Lusofonia. Já aconteceram em Macau, vieram a Portugal e os próximos serão em Goa.
Para trás ficaram as independências da Guiné-Bissau [quando será possível colocar um travão ao narco-tráfico?] e de Moçambique [só a Paz não chega para encontrar os caminhos do desenvolvimento]... mas o mês de Julho, em 1975, seria ainda marcado pela intensificação da guerra civil em Angola - o que obrigaria a uma impressionante ponte aérea, para fazer retornar ao Portugal já só europeu cerca de 500 mil pessoas.
Contudo, Angola [sobretudo] e Moçambique são hoje novos espaços de "emigração". A par da expansão e preservação da língua, é esse um dos interesses que nos move no âmbito da CPLP.
Deles saibamos tirar proveito e potenciar outros, pois - apesar da Europa - o nosso mundo não deixou de ser atlântico!
3 comentários:
Boa Noite,
Excelente Crónica!
Obrigado por passar a partilhar as suas palavras connosco.
abraço,
joaomd
Olá... Boa crónica...
Bem vindo a este fórum!
Abraço.
Bem vindo à equipa.
É um orgulho "ter as suas palavras" no nosso blogue.
Abraço,
Hugo Santos
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