sábado, 15 de agosto de 2009

DE VEZ EM QUANDO...


PENSAR...PODE SER PERIGOSO !

E eu, às vezes, só em sonhar que posso pensar, até me dá arrepios !

O engº Sócrates gostaria que pudessemos pensar que a crise chegou ao fim ! Mas logo cai o Carmo e a Trindade e, de imediato, nos envolve um coro de protestos e de lamentações: - Manuela Ferreira Leite – qual caricatura de uma raínha santa à espera dos milagres da multiplicação – quer que todos pensem como ela e já chega ao cúmulo de imaginar que “ouve” os portugueses. Talvez pela proximidade de mais uma peregrinação a Fátima ! Na Régua, por ex, está um cartaz da sua figura bem junto a outro alusivo às festividades da Senhora do Socorro. E a frase “olhem pelos que mais precisam” parece mesmo retirada do pensamento dos apóstolos. Não sei é se a Senhora do Socorro lhe pode valer nos tempos mais próximos, em face das últimas diatribes dos apóstolos das “setinhas” !

Outra situação arrepiante, é ler ou ouvir o sr Medina Carreira. O homem destila certezas que enegrecem qualquer cenário de números ! Sejam do INE, da OCDE, da UE, do BM, do FMI ou da Reserva Federal dos EUA – nada lhe escapa. É tudo manipulação e tudo arrasa. Nem sequer podemos [ou devemos] pensar que o seu “pensamento” possa estar errado ou menos certo!

Pensar, também pode ser perigoso na óptica do sr Paulo Portas. Ele – que nunca pensou verdadeiramente! – empurra agora a obrigatoriedade de pensar para os portugueses. Não acha que isto ou aquilo está mal ? A resposta é sua !

E o que dizer do PCP e do BE ? Nem pensar ! À boa maneira de tempos ainda recentes, todos são obrigados ao “pensamento único” ! Na voracidade de acusar tudo e todos – cada um com sua nuance, naturalmente – combatem assanhadamente a esquerda democrática, dizendo não confundir o PS com os seus dirigentes, nos quais não se encontra o nome da sua bandeira “separatista”. Nem a campanha é alegre, nem Alegre quer entrar na campanha.

Será que os nossos políticos (economistas incluídos!) terão lido o que escreveu Paul Krugman no New York Times, traduzido em Portugal pelo “I” ? “Foi o Estado que evitou o pior”!

Só ler não chega. É preciso pensar ! Só que, às vezes, pensar...pode ser perigoso !

Então...deixem-se embalar pelas palavras do musicólogo Mário Vieira de Carvalho: - “Deontologia – eis do que o país mais precisa: nos órgãos de soberania, nos partidos, nos cargos públicos, na comunicação social, no exercício profissional, em todos os sectores de actividade. Só com legalidade e sem deontologia, quem é condenado e quem expia a culpa é o país”.


1 comentário:

João PM Dias disse...

Muito Bom!!

abraço,
joaomd