Sepulturas escavadas na rocha do Covelo I
Para além das inúmeras construções tumulares pré-históricas, é interessante também verificar, no concelho moimentense, as diferentes formas de enterramento praticadas durante a Idade Média[1], nomeadamente sepulturas escavadas na rocha[2], sarcófagos (ou arcas funerárias), estelas discóides (utilizadas como cabeceira e geralmente decoradas com rosáceas, coroas, festões, estrelas, cruzes, siglas, etc.) e tampas (empregadas como cobertura).
Eis a sua distribuição geográfica (quantidade de túmulos):
a) Sepulturas escavadas na rocha
. Pedrégua, Segões (1)
. Covais, Peva (4)
. Portela, Peva (1)
. Um Santo, Peva (1)
. Fonte dos Lobos (ou) Pulo do Lobo, Ariz (1)
. Penedos, Ariz (3)
. Laja Velha, Caria (2)
. Abrengueira, Caria (indeterminada)
. Dajoana, Caria (1)
. Fonte do Ouro, Caria (1)
. São Tiago, Caria (indeterminada)
. Porto, Caria (indeterminada)
. Monte do Coutado, Rua (indeterminada)
. Moita, Rua (indeterminada)
. São Domingos, Rua (indeterminada)
. São João Baptista, Rua (7)
. Covelo I, Rua (12)
. Covelo II, Rua (1)
. Curaceiro I, Vilar (1)
. Curaceiro II, Vilar (1)
. Igreja Matriz, Vilar (indeterminada)
. Gaia, Arcozelos (1)
. Senhora da Cabeça, Arcozelos (indeterminada)
. Quinta de São Pedro, Moimenta da Beira (1)
. Abrunhais, Moimenta da Beira (1)
. Santa Bárbara, Castelo (5)
. São Tiago, Leomil (indeterminada)
b) Sarcófagos
. Laje de São João, Rua
. ? Segões
c) Estelas discóides
. Monte do Coutado, Rua
. Rua de São João, Rua
. Calhaus do Diabo[3], Leomil
d) Tampas
. Pedra do Responso, Arcozelos
. Igreja Matriz, Moimenta da Beira
Das diversas formas de enterramento apresentadas (ainda que algumas degradadas e outras o mero apontamento de que existiram), cabe salientar particularmente que as inumações em sepulturas escavadas na rocha e em sarcófagos, ao proporcionarem esqueletos, fornecem-nos um grande número de informações sobre o homem físico desaparecido, as suas características, as suas doenças, a sua posição social, a sua religião, as suas crenças, etc.
Publicado no Jornal Beirão (67.ª edição)
[1] Particularmente entre o século IX e século XIV.
[2] Quer apresentando uma forma não antropomórfica (ovalada, rectangular, trapezoidal), quer manifestando a forma humana.
[3] Existem, contudo, algumas dúvidas quanto à sua funcionalidade, apesar da sua forma a apontar como uma estela funerária.
Autor: José Carlos Santos
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