sexta-feira, 30 de setembro de 2011

«Protecção Civil» - Época de incêndios mais crítica termina hoje com menos área ardida


A época mais crítica em incêndios florestais termina hoje com uma área ardida inferior à dos últimos dois anos e com 28 pessoas detidas pela Polícia Judiciária suspeitas de causarem fogos.
 
Durante a fase “Charlie” de combate a incêndios florestais, que começou a 1 de Julho, estiveram operacionais 9210 elementos, 2018 viaturas e 41 meios aéreos, além dos 237 postos de vigia da responsabilidade da GNR. Devido às restrições orçamentais, estiveram operacionais menos 15 meios aéreos do que no ano passado.

Dados provisórios da Autoridade Florestal Nacional (AFN) indicam que os incêndios florestais consumiram até 15 de Setembro 37.671 hectares, menos 70 por cento do que em igual período de 2010. Segundo a AFN, a aérea ardida deste ano também é inferior à de 2009, quando arderam, durante o mesmo período, 74.792 hectares. Também as ocorrências de fogo diminuíram este ano, tendo-se registado 16.020, menos 2960 do que no mesmo período do ano passado, quando se verificaram 18.980 ocorrências de incêndio.

Os dados da AFN referem, também, que 44 por cento da área ardida até 15 de Setembro foram contabilizados nos distritos de Bragança, Guarda e Braga, com áreas superiores a quatro mil hectares. Segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), entre 1 de Janeiro e 23 de Setembro dois bombeiros morreram em consequência de incêndios florestais, um deles vítima de um acidente de viação quando se deslocava para um fogo. No total, 198 bombeiros e 60 civis ficaram feridos no combate aos incêndios durante este ano, adiantam os dados da ANPC.

Por outro lado, de acordo com a Polícia Judiciária (PJ), 28 pessoas foram detidas durante o verão pela prática de crimes de incêndio florestal. No ano passado, a PJ abriu 742 inquéritos-crime e deteve 50 incendiários.

A partir de sábado e até 31 de Outubro, entrará em vigor a fase “Delta” de combate a incêndios florestais, sendo o dispositivo composto por cerca de 5435 elementos e 1225 veículos. Os bombeiros vão ter ainda ao dispor, até 15 de Outubro, 17 meios aéreos, menos dois que em igual período do ano passado. A partir do dia 16 de Outubro estarão disponíveis os nove helicópteros da Empresa de Meios Aéreos (EMA), que serão activados segundo a avaliação do perigo e do risco de incêndio.


 
Dez concelhos com risco máximo

A fase “Charlie” temina, ainda assim, num dia em que dez concelhos de Portugal continental apresentam hoje um risco máximo de incêndio, segundo o Instituto de Meteorologia (IM).

Os concelhos com risco máximo de incêndio são Moimenta da Beira e Vila Nova de Paiva (Viseu), Pampilhosa da Serra, Góis, Arganil e Miranda do Corvo (Coimbra), Vila de Rei e Oleiros (Castelo Branco) e Sardoal e Mação (Santarém).

Os dados disponíveis no site de Internet do IM apontam também para um risco muito elevado de incêndio nos distritos de Viseu (dez concelhos), Santarém e Castelo Branco (nove), Coimbra e Faro (cinco), Portalegre (quatro), Castelo Branco (três), Aveiro (dois) e Porto (um).

O risco de incêndio determinado pelo IM engloba cinco níveis, variando entre “reduzido” e “máximo”. O cálculo deste risco é feito com base nos valores observados às 13h00, na temperatura do ar, na humidade relativa, na velocidade do vento e na quantidade de precipitação ocorrida nas últimas 24 horas. Na quinta-feira, a Autoridade Nacional de Protecção de Civil (ANPC) registou 163 incêndios, que foram combatidos por 1862 bombeiros com o auxílio de 490 veículos.

O IM prevê para hoje em Portugal continental céu pouco nublado, temporariamente nublado em especial por nuvens altas e pequena descida da temperatura máxima no litoral das regiões Norte e Centro. Em Lisboa prevê-se uma temperatura máxima de 30 graus Celsius e em Faro e no Porto de 28.
 
Todas as regiões de Portugal estão também hoje com um valor muito alto de radiação ultravioleta (UV), excepto a Horta, nos Açores, segundo dados do IM. No nível muito alto, o IM aconselha a utilização de óculos de Sol com filtro UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol, protector solar e que se evite a exposição das crianças ao Sol. Estes cuidados devem vigorar entre as 12h00 e as 15h00.

Fonte: Público.pt

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