sexta-feira, 25 de abril de 2014

«Divulgação» - Dois oficiais militares cúmplices da revolução



22 de abril, Moimenta da Beira, auditório municipal. Sala cheia de jovens no primeiro momento alto do programa das comemorações dos 40 anos do 25 de abril. Na mesa, dois oficiais militares cúmplices da revolução dos cravos, um deles, o coronel José Maria Azevedo, autor de um dos primeiros documentos redigidos à época. O outro, o vice-almirante António Cavaleiro Ferreira, coadjutor de Victor Alves e assessor (indicado) de Adelino da Palma Carlos, figuras de proa de abril. A conferência, que juntou os dois, moderada por António Bondoso, jornalista, abriu o programa das celebrações de abril.

“O Movimento dos Capitães começou por ser corporativo, criado por razões profissionais, mas rapidamente transformou-se patriótico, exigindo à cabeça a mudança do rumo político do país e o derrube do regime vigente”, assumiu o coronel, que desfiou memórias, alertando a plateia que “abril ainda está por cumprir”.
O golpe falhado de 16 de março foi uma das recordações. Conta o oficial que houve “precipitação”, mas admitiu que foi um “bom ensaio para o sucesso do 25 de abril”.
Falou da ‘brigada do reumático’, de Spínola e de Costa Gomes, de Otelo de Melo Antunes, de Salgueiro Maia e de muitos outros protagonistas que fizeram abril.

Das reminiscências de abril falou também Cavaleiro Ferreira, vice-almirante que palmilhou as antigas colónias. Esteve em S. Tomé, em representação da Junta de Salvação Nacional, e ali viveu experiências. Falou do ‘problema’ da Guiné Bissau, “uma guerra sem solução”, disse. E lembrou a importância do exército no 25 de abril, deixando uma farpa: “Se Portugal precisar, quem defende o país?”, numa alusão ao facto do serviço militar ter deixado de ser obrigatório. 
Fonte: CMMB

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