Uma
produção experimental de vinho espumante promovida em 2004 na Cooperativa
Agrícola do Távora, em Moimenta da Beira, distrito de Viseu, transformou-se num
projeto com 1,5 milhões de garrafas vendidas até setembro de 2017 .
Inseridas
na Região Távora Varosa, as Caves Terras do Demo, que integram aquela
cooperativa, superaram em 2016 os 10 milhões de euros de faturação.
O
vice-presidente da cooperativa Nuno Silva falou no âmbito do Dia Europeu do
Enoturismo, modalidade a que aquela vila do distrito de Viseu quer o mais
depressa possível adaptar-se em nome de um crescimento sustentado.
"Em
2004, uma vez que estávamos a vender o vinho base de espumante para várias
caves do país, sentimos a necessidade de fazer essa experiência e tentar aqui
criar o nosso espumante", explicou o responsável das caves cujo nome
homenageia a obra do escritor Aquilino Ribeiro.
Seis
mil garrafas de espumante permaneceram então nove meses em cave antes de
entrarem no mercado, onde "uma resposta muito positiva fez com que em dois
meses se tivessem esgotado", recordou Nuno Silva.
No
ano seguinte "passaram a ser 40 mil e o mercado continuava a pedir
mais", pedidos a que a cooperativa deu sempre resposta, "crescendo de
forma sustentada até atingir em 2017 o patamar de 1,5 milhões de
garrafas", explicou.
"Quando
a atual direção da cooperativa iniciou funções em 2013, a faturação era de
cerca de 2 ME e em 2016 ultrapassou os 10 ME", congratulou-se Nuno Silva.
O
investimento, segundo o vice-presidente, abrange "não só os vinhos como
também a maça, num esforço que permite pagar melhor as uvas aos agricultores,
passando de valores entre os 9 e 15 cêntimos em 2004 para acima dos 40 cêntimos
no presente".
Com
cerca de um milhão de garrafas nas caves, em janeiro de 2018 esse número
chegará aos "1,5 milhões, abrangendo seis variedades", sendo a que
"mais vende é o malvasia fina, seguido do rosé touriga nacional, verdelho,
fraga da pena, o tinto touriga franca e o pata de lebre".
As
vendas há muito que já superaram as fronteiras nacionais e saem para o Brasil,
Angola, Peru, China, França, Suíça e Inglaterra, exportando entre 18 e 20% da
produção.
E
com um crescimento em 2017 de 50% até ao final de setembro, a cooperativa
abrange vários concelhos: Moimenta da Beira e Sernancelhe, e ainda franjas de
Tabuaço, Armamar, Tarouca, Meda e Penedono, num total de 700 hectares de vinha.
"No
enoturismo, numa percentagem de zero a 10 estamos, no máximo, a 5",
lamentou Nuno Silva, avançando ser "uma aposta a fazer no futuro em
colaboração com a câmara de Moimenta da Beira e que pode passar por um
museu".
O
presidente da Câmara de Moimenta da Beira, José Eduardo Ferreira, confirmou a
aposta para o edifício, anunciando que o projeto integra o Programa de
Valorização Económica dos Recursos Endógenos (PROVERE).
"É
necessário que se organize uma rede de visitação na região que permita trazer
cá os turistas, sendo que já são aos milhares os que cá chegam ao longo do ano.
Naquele edifício há condições, inclusive, para ser feito um museu vivo ou mais
relacionado com o passado", observou.
E
prosseguiu: "os valores disponíveis não são muitos, mas vamos esforçar-nos
para o conseguir", acrescentou o autarca para quem a "aposta de
sucesso dos últimos anos tem de manter-se"
Do
espumante que nasce na região da Távora Varosa, José Eduardo Ferreira disse
"não ser indiferente que se chame Terras do Demo", pois "está na
melhor região de espumantes do país".
Fonte: DN.pt
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