O IC26, que tem sido reivindicado há décadas pelos autarcas da região, passaria pelos concelhos de Moimenta da Beira, Sernancelhe, Tarouca e Lamego, entre outros. O PSD quer que o Governo envie os estudos prévios referentes à concretização da estrada, elaborados pela Infraestruturas de Portugal, para avaliação ambiental estratégica, e que seja determinada a elaboração do projeto de obra.
O PSD considera que a construção deste itinerário é “fundamental para a melhoria da interligação dos territórios do interior do país, dado que promove a coesão territorial principalmente na região do Douro, pelas suas características específicas, em particular pela orografia e dimensão geográfica”.
“É inquestionável que a obra do IC26 é um fator decisivo para a coesão territorial da região do Douro, dado que a cada dia que se atrasa o arranque desta obra continua-se a penalizar grandemente a região e a travar o seu desenvolvimento”, diz Hugo Maravilha, deputado eleito por Viseu.
O social-democrata refere ainda que é “incompreensível” que o IC26 ainda não tenha saído do papel, “dado o estimado e importante contributo que pode trazer para o desenvolvimento regional e para a competitividade das empresas”.
Para o PSD, o IC26 iria também preencher a falta de alternativas rodoviárias na região, que é atravessada pela Estrada Nacional 226, que é hoje “uma rua, com casas, lojas, passeios, passadeiras e semáforos” e é “incompatível” com as necessidades do Douro. E defende que o IC26 é “uma construção estratégica” para a zona.
A via também serviria de “corredor estratégico” dos concelhos da CIM Douro com a ligação à fronteira de Vilar Formoso, através da A25, e ao norte do país pela A24, “permitindo transportar a produção regional em direção ao litoral, concretamente dos portos de Leiria e de Aveiro”.
O IC26 também permitiria “quebrar o isolamento dos municípios, devolver competitividade às empresas, as quais passariam a ter uma rápida ligação entre a A24 e o IP2, criar uma acessibilidade essencial para escoar os produtos provenientes da região e potenciar o setor do turismo”, além da segurança rodoviária.
Os deputados do PSD sustentam ainda que o IC26 “representa, atualmente, um interesse nacional e transfronteiriço, dado que será o eixo rodoviário mais direto e rápido entre o noroeste peninsular e o sul de Espanha e permitirá melhorar as condições de navegabilidade no Douro”.
Nova estrada “já tem barbas”, diz autarca
Também os presidentes de câmara pedem urgência. O autarca de Sernancelhe e presidente da Comunidade Intermunicipal do Douro, Carlos Santiago, diz que o IC26 “é um projeto que já tem barbas” e recorda que o projeto já era discutido quando chegou à Câmara de Sernancelhe como vereador em 2002.
Carlos Santiago realça, em declarações ao Jornal de Notícias, que o itinerário complementar é “mais do que ambição, é uma necessidade” da região.
Também o presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lopes, realça que a ausência do IC26 “condiciona a mobilidade das pessoas e das mercadorias”. Com o IC5 a funcionar há mais de 10 anos a norte do rio Douro, o autarca lamenta que ainda não exista “uma via adequada para desencravar os concelhos a sul do rio” e que os ligue à A24, ao IP2 e à A25.
O autarca de Lamego admite que a estrada poderá ser feita “por fases”, nomeadamente, primeiro como “variantes alternativas à volta das localidades”.
Fonte: Jornal do Centro
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