O
presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira quer que a
Administração Central deixe ficar na região parte das receitas geradas
pela barragem de Vilar, que este domingo, 26 de abril, comemorou 50
anos. O pedido foi feito ao secretário de estado da Administração Local,
António Leitão Amaro, que marcou presença nas cerimónias da efeméride
ocorridas nos três concelhos da área de influência da barragem: Moimenta
da Beira, Sernancelhe e Tabuaço.
"Infelizmente,
a barragem de Vilar não tem um impacto económico directo significativo
na região. Continuam a sair do território todos, ou praticamente todos,
os proveitos aqui gerados", lembrou José Eduardo Ferreira, que quer
aproveitar a reforma em curso da Autoridade Tributária, no âmbito da
derrama, para conseguir corrigir esta injustiça.
“As
receitas não podem ir todas para Lisboa, onde está a sede da EDP, parte
delas tem de ficar aqui na região porque, se há 50 anos a barragem de
Vilar teve muita importância para a região, teve também muita
importância económica para o país. Por isso, é de inteira justiça que as
receitas permaneçam cá, pois só assim vamos conseguir os objectivos de
coesão territorial ", argumentou, obtendo receptividade por parte do
governante, que garantiu o seu empenho para a resolução do problema.
José
Eduardo Ferreira lembrou ainda o enorme contributo social que teve a
barragem, aquando da sua construção. “Muitos dos seus operários que a
edificaram, vieram viver para cá e acabaram por se fixar. Em alguns
casos eram operários qualificados e que foram muito importantes para o
nosso desenvolvimento. Mais tarde, uma parte significativa das casas do
bairro acabou mesmo por servir para acolher os retornados de África, que
ali se fixaram. Às vezes, pensa-se que os retornados foram um problema
para o país, mas não, foram uma bênção, designadamente para a nossa
região que ajudaram a desenvolver", destacou.
A
barragem de Vilar, uma estrutura erguida no curso do rio Távora, perto
da aldeia de Vilar, no concelho de Moimenta da Beira, inaugurada em 29
de abril de 1965 pelo então Presidente da República Américo Thomaz, para
além de regularizar os caudais do rio Távora, serve ainda para
abastecer de água a central hidroeléctrica localizada em Távora, no
concelho de Tabuaço, destinada à produção de energia eléctrica.
A
albufeira é também utilizada actualmente para a captação de água
destinada ao abastecimento público de parte daqueles três concelhos, que
constituem a Associação Regional dos Municípios do Vale do Távora. E o
seu lençol de água proporciona ainda a existência de espaços de turismo e
lazer como a praia fluvial e o parque de aventura e desportos radicais
“Crónicas da Terra”, com escalada, rappel, slid, circuito de pontes,
paint ball, canoagem, tiro com arco e besta, radiomodelismo, rafting,
etc.
Fonte: CMMB
Sem comentários:
Enviar um comentário